O despertador tocou. E assim, ela levantou da cama. Suas aulas estavam recomeçando. Depois de um banho, ela abriu o guarda-roupas e escolheu sua roupa. Com meias brancas e laço vermelho, ela parecia mais uma boneca.
Seus passos assim foram em direção à cozinha. Tomou seu café junto dos empregados, seus pais ainda não tinham voltado de viagem. Odiava tomar café sozinha.
Depois, pegou sua mochila e caminhou para a saída da casa.
- Senhorita Clara- chamou uma das empregadas-- o carro já está pronto. Alex já pode levá-la?
A menina sorriu.
- Oh, não. Hoje irei com Marcos, ele já deve estar me esperando.
A empregada não disfarçou o espanto.
- sim, senhora. - emendou logo em seguida
E assim, a menina correu para fora da casa, e bem na entrada da mansão,
como ela havia dito, lá estava Marcos, com sua bicicleta a esperá-la com um sorriso no rosto.- vamos!- disse ele.
Alguns empregados espiavam enquanto o casal se distanciava da mansão, a empregada mais antiga da casa, se perguntava o que passava na cabeça daquela menina.
- tão jovem e tão desmiolada. Trocar o carro para andar de bicicleta com aquele pobretão. - arrazoou para todos ali ouvirem.
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As aulas transcorreram sem maiores agitações. No intervalo das aulas, Clara e as meninas se direcionavam para o pátio da escola. De lá podiam ver os amigos de Augusto. Uma vez ou outra Marcos atravessava a terra de ninguém para ficar perto de Clara.
Os alunos da escola ficavam espantados com aquele fato. E os cochichos sobre o casal logo ganharam força. Mas os dois não se importavam com isso.
No fundo de seu coração, Luísa admirava a coragem de Clara. Se fosse ela no lugar, por certo, terminaria o namoro pela pressão alheia.- vamos depois da escola para a casa de Marcos. Hoje é aniversário de Diná. Virá com a gente?- Perguntou Clara para Luísa. Com uma cara meio supresa ela não pôde esconder a vontade de ir mas seu medo também de ser descoberta pelo pai.
Clara estendeu a mão e segurou a da amiga.
- está tudo bem, Augusto não estará lá. Ele ainda não voltou, lembra? E quanto ao seu pai, direi ao mordomo que vem te buscar que você irá à minha casa- com uma piscadela, ela encerrou a fala.
Cúmplice, Luísa aceitou a proposta.
Mariana, que estava bem ao lado de Luísa, arrematou:
- ela sempre nos convence do que quer, não é mesmo?-
Luísa examinou a amiga. Não pôde perceber se a amiga estava feliz ou com raiva. Foi então que percebeu que para Mariana, aquilo significava ter que suportar a presença de Antônio na festa.
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Ao entardecer, o grupo já estava reunido na varanda da casa de Marcos. Milena, apelidada de Diná, estava estonteante de felicidade. Seu vestido florido amarelo, cabelos amarrados em um laço vermelho, anunciava que ela estava se tornando uma verdadeira moça. Seus dezesseis anos tinham chegado, deixando para trás toda desilusão e choro do passado. Recebendo cumprimentos e felicidades de todos, seus olhos percorriam o grupo de amigos seus e de seu irmão à procura de alguém.
Por instante,Luísa se perguntou se ela por acaso estaria a procura de Augusto. Sentiu um desconforto no interior ao pensar nisso. Mas então, teve um raciocínio mais coerente. O único que ainda não estava lá, assegurando que passaria em um outro lugar antes era...
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Quando escolhemos amar(Concluído)
RomanceQuando o amor acontece em meio a guerra, rastros do passado ecoam no presente. Foi isso que Luísa e Augusto herdaram dos pais. Ambientado nos anos 66 e 45,acompanhe a trajetória do casal que luta para permanecer junto apesar dos fantamas que os cerc...