A cena era um caos. Margarida, o pai de Luísa, a própria Luísa e Augusto na mesma sala. Luísa sentiu suas entranhas se retorcerem.
- quem é você rapaz?-
Perguntou o pai de Luísa para o rapaz a sua frente,em pé,segurando um buquê de flores.
- a Luísa não lhe contou?-
Todos à mesa ficaram boquiabertos e o Sr. da casa começou a ficar agitado.
- Luísa,o que é isso?- indagou o pai.
A garota mal podia conter o tremelique na corpo. Ela também não fazia ideia do que Augusto estava fazendo em sua casa, com os olhos vermelhos e com um exuberante buquê de flores nas mãos.
- pai... Eu...-
- vim dá os parabéns a sua filha,Sr. Por causa dela, vou ser expulso da escola...Hoje pela manhã, o diretor ligou para minha casa e pediu para que meu tio fosse à escola na segunda-feira. E acredito que não será para dar boas notícias.- disse Augusto, embaralhando algumas palavras.
- do que está falando, rapaz?! Luísa, isso é verdade?- O fato daquele garoto bater a porta de sua casa,interromper o jantar e começar a falar coisas confusas aborreceu o chefe do lar, e ainda por cima, o rapaz parecia estar bêbado!
Mas apesar disso, este buscou tratar o rapaz com dilegência,afinal, não sabia de que homem rico e influente ele poderia ser filho. Ele deu um profundo suspiro, escondendo a impaciência na voz.
- rapaz, por favor, retire-se de minha casa. Amanhã procuro a sua casa e lá conversaremos melhor. -disse ele, apontando para a saída.
Augusto soltou uma gargalhada alta.
Aquilo despertou um certo pensamento no Sr.Pedro.
- ora, por favor! Mama, por que deixou esse rapaz entrar?!- gritou Margarida. Mama surgiu da cozinha,da onde escutava tudo, apreensiva.
- sinto muito, pensei que fosse algum pretende de Luísa.
- o quê?!- disseram em uníssono Luísa e Margarida.
- mas eu sou sim!- disse Augusto, se aproximando de Luísa e a entregando o buquê.
-quem não gostaria de cortejar uma moça tão corajosa e destemida?-
Luísa o olhou com certo pânico no olhar. O pai ainda não sabia quem aquele garoto era,mas quando soubesse...
-por favor, vá embora.- disse ela, em tom de súplica. O olhar perigoso pôde ser visto no semblante dele. E naquele instante ela soube que ele ficara muito satisfeito com o tumulto que estava causando. Ignorando as palavras dela, ele se voltou para o Sr. Pedro, depois daquilo ele pretendia ir embora. Sim, ele iria, aquela seria sua carta final:
- Sr. Pedro... O senhor deixaria que eu, Carlos Augusto, namorasse sua filha?-
O Sr. Pedro não ouviu as últimas palavras. Quando ouviu o nome do rapaz, ele parou de prestar atenção no resto.
- LUÍÍÍSAAAAAAAA!!!!!!!-
O grito de ódio se ouviu por toda casa.
Ele se levantou violentamente da cadeira e agarrou a filha pelo braço.
- o que significa isso?!- berrou ele.
A menina se encolheu toda. Ela queria chorar mas decidiu que não faria aquilo na frente de todos. Mama correu para socorrer sua menina, mas foi interrompida pela ordem do Sr. Pedro:
- fique onde está, Mama. Ou será demitida! - a mulher obedeceu.
O Sr. Pedro olhou furiosamente para Augusto,que estava divertido com o caos que causara até então, mas que naquele instante aparecia receoso. Seria pelo modo como Luísa fora tratada?
- saia da minha casa agora rapaz, ou então chamo a polícia!- ordenou o homem.Augusto fez uma reverência como quem diz" como quiser".
- AGORA!!!!- gritou mais uma vez.
O rapaz deu uma última olhada para Luísa, que ainda tinha o braço segurado pelo pai,e então, vendo o estado da moça, pareceu mais arrependido.
- estou saindo Sr.-
Dito isto, virou -se para a porta de saída. Mama o acompanhou até ela.
Na saída, ela o dirigiu as seguintes palavras:
- o que você fez não foi certo,menino. Não foi certo. E temo que você pagará por isso.-
Ele absorveu as palavras da mulher com alguma facilidade. Mas ele não queria concordar com as palavras dela. Porque de alguma forma, as palavras dela pareciam ser irrevogáveis e certas. Pagaria ele pelo cometido naquela noite? Seria aquela mulher uma bruxa, cujas as palavras eram profecias?Ele não sabia. Mas ainda naquela noite, o Sr. Pedro ouviu toda a explicação de Luísa, e mediante aquilo,tomou uma decisão: Na segunda-feira,antes que todos os alunos chegassem e até mesmo o tio de Augusto,ele mesmo iria à escola e tomaria medidas cabíveis sobre aquele menino.
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Quando escolhemos amar(Concluído)
RomanceQuando o amor acontece em meio a guerra, rastros do passado ecoam no presente. Foi isso que Luísa e Augusto herdaram dos pais. Ambientado nos anos 66 e 45,acompanhe a trajetória do casal que luta para permanecer junto apesar dos fantamas que os cerc...