Vestido Rosa

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De todas as coisas que Luísa podia pedir aquela não era uma delas.

" ele voltou, Luísa. Ele está de volta"

A menina prendeu a respiração. Mas como e por quê ele estaria de volta?

Ela correu até sua gaveta e pegou de dentro o cordão que tinha ganhado dele. Se era verdade mesmo que ele estava de volta, na segunda - feira ela o veria na escola. Ela então o iria ver pela primeira vez depois de meses, e mais, o iria interrogar do porquê não haver tido a resposta de sua carta.

- Luísa - Mama a tirou de seus pensamentos. - O jantar foi servido. Seu pai e Margarida a esperam.

A menina obedeceu.

Os pés dela desceram as escadas e foram de encontro a sala de jantar. Sentados de forma elegante e sofisticada seu pai e sua madrasta estavam, ele em uma ponta da mesa e ela na outra, distantes e sérios.

depois dos comprimentos, a menina se sentou entre eles. A comida, preparada por uma cozinheira de mãos cheias estava deliciosa. Mas Luísa não notou entusiasmo do casal em relação à comida.

- notei que o jardim agora tem margaridas - arriscou Luísa, tentando dar crédito a Théo, pois ela sabia que ele estava na mira da madrasta. Seu pai parou o movimento que fazia.

- é mesmo, Margarida?

A mulher levantou uma das sobrancelhas para Luísa:

- não sabia que você bisbilhotava meu jardim, Luísa.

- ora essa, Margarida. É algum segredo por acaso ?

- na verdade era. Eu iria mostrar para você quando todas estivessem floridas, era uma surpresa.

Os talheres foram postos no lugar de forma brusca pela mulher. O senhor Pedro suspirou, cansado.

- Não seja por isso, quando elas florirem você me mostra.

A mulher não escondeu o desagrado, mas concordou. Depois disto, Luísa não ousou dar uma palavra.

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A manhã amanheceu chuvosa. Os alunos, sonolentos,reclamavam-se do tempo. Mas nenhum ousou faltar a aula. Principalmente os alunos do último ano. Dali a poucos meses, a formatura seria realizada, enquanto uns iriam para a faculdade, outros procurariam emprego. E assim, a vida adulta iria começar.

No intervalo das aulas, Luísa procurou por ele, mas não o viu.

- você não disse que ele estava de volta, Clara?

- disse. Foi o que Diná me disse quando fui até lá visitar Marcos. Ela disse que o tio dele foi visitar Marcos, e que o disse que seu sobrinho estava de volta e que precisava dos amigos.

- será que aconteceu algo com ele? - questionou Mariana.

- eu espero que não. Mas vou perguntar mais hoje, para ver se descubro algo mais- respondeu Clara.

- você irá ver Marcos hoje também?- quis saber Luísa.

Ao ouvir a resposta da amiga, a questão da mãe dela querer levá-la embora veio à tona.

- o que ela têm dito sobre ?

- eu a convenci a esperar até o final das aulas.

- mas e a faculdade?

Clara apertou os livros que segurava em torno de si. Era a hora de dizer a verdade. De dizer que não faria faculdade naquela cidade.

- me escrevi para uma faculdade em outra cidade. Na cidade em que meu pai vai trabalhar.

Quando escolhemos amar(Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora