Na garupa da moto.

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-O que faz aqui?!-

Já era tarde da noite. Ela já devia estar na cama,dormindo. Mas ao invés disso,estava ali.

O vento frio da noite soprou os cabelos negros dele. Seus olhos tinham um brilho estranho.Era quase...desespero?

- você descobriu algo?

Luísa inclinou a cabeça para o lado,olhando para a sua casa,se alguém a visse ali,com ele,seria o fim.

- vá embora- foram as palavras dela.

Ele pareceu sorrir tristemente.

- olha, eu preciso saber. Clara disse que você iria me ajudar.

" Oh Céus!" A minutos atrás ela estava no quarto, então escutou um barulho do lado de fora. Para a sua surpresa,era ele,jogando pedrinhas na janela. E agora,estava ali, na rua deserta com ele.

"Ela teria que apelar?"

- vá embora,por favor! Se te verem aqui, será o fim...

Augusto olhou para a casa de Luísa, parecendo compreender um pouco o drama dela mas mesmo assim, ele permaneceu no mesmo lugar.

- apenas me diga se descobriu algo.

Impossível aquele garoto!

- chega! Não vou ti dizer nada. Adeus!-

Dito isto, Luísa deu meia volta e começou a caminhar para a porta de casa.

Se ele continuasse a jogar pedras ela iria ignorar. Poderia até ir dormir no quarto de Mama.

Talvez os vizinhos,quando se sentissem incomodados com o barulho, ligassem para a polícia. Aí ele ganharia o dele!

Ele bufou,correu atrás dela e antes que ela chegasse à porta passou os braços pela cintura dela. A voltando para si, dessa forma, ela se viu obrigada a encará-lo.

- me solta, seu patife!- disse ela, tentando manter a voz baixa.

- ei, o que custa? Apenas me diga se sabe de algo ou não. Aí irei embora.

- aí você irá embora? Aí você irá embora?!-

As palavras eram ditas com certo desprezo, enquanto tentava se afastar dele com as mãos.

- não vou ti dizer nada!- sibilou ela.

- esse será o preço por me causar danos.

- ti causar danos?!- interpelou ele, a enlaçando mais firme contra si. Ela não iria conseguir se desvancilhar dele tão fácil.

- eu ti causei danos?!-

"Idiota, como ele se atrevia a segurá-la daquela forma?"

- ME SOLTA!- esperniou ela.

Ele ainda a manteve alguns milésimos de segundos em seus braços,mas então a soltou.

Olhou para a casa dela mais uma vez e então a disse:

- vamos sair daqui.

Ela permaneceu no lugar, usufruindo da liberdade de estar longe do abraço dele. Mas incrédula com o que tinha acabado de ouvir.

- o quê?

Ele já estava pegando o capacete da moto. Só então Luísa se deu conta da presença da moto.

- a não ser que queira ser descoberta.

Ela sorriu zombateiramente.

- não vou a lugar nenhum com você.

Quando escolhemos amar(Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora