Maldita Luxúria

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Nos dias que antecediam o natal,Luísa separou algumas roupas, jóias e pertences para doação. Seu coração estava voltado a fazer o bem aos menos desfavorecidos.

- igual a sua mãe- disse Mama.

Foi assim que a conversa sobre ela veio à tona. Foi assim que Luísa soube dos seus honrados e admirados trabalhos de enfermeira durante a guerra. Os detalhes só fizeram Luísa amá-la mais.

Percebendo isto, Mama foi pega pelo saudosismo, e um pequeno tijolo caiu de sua muralha. Ela então se levantou e então foi ao seu quarto, poucos minutos depois trazia consigo um porta-retrato.

Os olhos da menina se acenderam.

- eu a guardei durante todos esses anos...

Estática e surpresa, Luísa passou os olhos pela foto antiga. Nela, havia dois casais. Uma mulher de cabelos pretos e um homem sério fardado estavam no centro da foto, de braços dados.

- essa é você, Mama?

A mulher balançou a cabeça em afirmação.

Os olhos de Luísa então pousaram sobre a mulher loira, que sorria e parecia muito feliz... Os olhos foram mais rápidos que suas palavras e logo derramaram lágrimas.

- e essa é minha mãe?

- é sim, criança. Feliz Natal.- dito isto, Mama estendeu o porta retrato para ela. A presentando com seu mais íntimo e querido pertence.

Palavras não foram mais ditas, apenas soluços e abraços. Aquele era, sem dúvidas, o melhor presente que Luísa poderia ganhar.

**************

Quando a carta de Augusto chegou, Clara sentiu um enorme aperto. Deveria ter o dito a verdade, mas não conseguiu. Achava que Luísa poderia se arrepender de não perdoá-lo, mas que quando o fizesse seria tarde demais.

Foi assim que ela decidiu correr o risco.
No dia seguinte, na escola, ela entregou a carta a amiga. A cara de Luísa denunciou espanto.

Com a carta estendida para ela, a mesma permaneceu parada.

- disse que não queria uma carta dele.

- eu não vou ser pombo correio, Luísa. Se quiser, diga você mesmo a ele que não quer as cartas. -

Luísa teve um sobressalto.

A carta ainda estava suspensa no ar. Vagarosamente, ela estendeu a mão para pegá-la.

Com a carta nas mãos, o nervorsismo e ansiedade fluiuram.

" Minha querida, Luísa...
Estou com saudades. "

Luísa vasculhou o papel em busca de mais palavras, mas tudo o que estava escrito já tinha sido lido.

Sua relutância deu lugar a uma inquietude. O que deveria escrever de volta? Que carta era aquela?

Já de volta a sala, ignorou os olhares de expectativa das amigas, pegou papel e tinta e rebiscou algumas palavras.

******
Ao entrar em casa, a surpresa a tomou. Sua mãe, sua querida mãe estava lá.

- olá, meu bem...

Clara correu para sua mãe e a abraçou. Cheirou os seus cabelos e beijou sua face.

Seu pai ainda estava em viagem, mas logo voltaria para buscar seus pertences

- ir embora?

- seu pai recebeu um alto cargo em outra cidade. Então decidimos ir. Além do mais, é perto da faculdade que você foi aceita.

Quando escolhemos amar(Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora