A festa

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O rádio tocava uma das músicas românticas dos Beatles. E em Luísa se instalava uma espécie de melancolia romântica. Os raios de sol já tinham desaparecido a muitas horas . Mas ela continuava a olhar pela janela.

Ir ou não ir? Eis a questão. Naquela manhã, toda a escola comentava aos murmúrios sobre a festa de aniversário de Augusto.

O convite circulava secretamente entre os alunos.

Quando Clara ficou sabendo, logo se animou para ir. Afinal, argumentou ela, era o seu último ano na escola.

Mariana, para a surpresa de Luísa, concordou.

- vamos lá, Luísa. Não será nada demais- brincou ela. Como se não fosse nada demais fugir de casa para ir à uma festa.

Ela pensou um pouco, indecisa sobre a resposta, mas enfim, cedeu.

Agora ali estava ela, toda arrumada, esperando todos dormirem para sair de fininho de casa.

Os cabelos estavam soltos, com exuberantes cachos, o vestido era rodado, e ela estava com a estranha sensação de que tinha se arrumado bem mais do que deveria.

Ouviu passos vindo em direção a sua porta. Rapidamente, ela deitou na cama e se embrulhou, fingindo estar dormindo.

Droga! Tinha esquecido de desligar o rádio.

Mama entrou no quarto. Luísa pôde ouvir o suspirar dela. Cautelosamente, ela caminhou pelo quarto, em direção ao rádio e o desligou.

Então dirigiu palavras carinhosas em latim à menina, depois, saiu do quarto.

Luísa esperou meia hora para então sair da cama. Ela dirigiu o olhar para a mesinha da cabeceira, o relógio constava 21:00 horas.

Lá fora, ela pode ouvir um carro passar buzinando. Suas amigas!

Desceu as escadas com cuidado, abriu a porta principal e saiu para fora. Ela teve que andar um quarteirão a pé, até encontrar o carro.

- passar buzinando não foi nada inteligente.- acusou Luísa.

As amigas sorriram.

- foi ideia da Mariana- delatou Clara, com as bochechas vermelhas.

- fala sério- falou Mariana revirando os olhos, com certa diversão- eles jamais iriam imaginar que a buzina era pra você.

Luísa, entrou no carro ao se convencer de que a amiga tinha razão.

Lá dentro, um chofé estava no volante.

- e seus pais? - quis saber Luísa.

Clara sorriu com um nervosismo saudável.

- vai ficar tudo bem. O Sr. Chofé está do nosso lado. -respondeu, dando pequenas batidas no ombro do velho homem, que acenava com a cabeça, concordando.

Mariana bateu palmas, animada.

- é isso aí. Tudo vai ficar bem!

O carro ganhou velocidade, agora eram apenas elas três ( e o chofé) rumo a festa.

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Sugar sugar era a música trilha sonora da festa. Todos se embalavam e dançavam no ritmo da música.

Luísa se lembrou do lugar assim que o viu. O batalhão dos garotos, o clubinho, como ela mesma nomeou.

O casarão velho estava cheio de jovens. Ricos e pobres, todos pareciam estarem se divertindo. Mas eles pareceram notar quando as Lindas pisaram no salão.

Quando escolhemos amar(Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora