O braço dele se ergueu para cima. Ok. Então foi ela que o viu sair da sala do diretor? " Merda!" Xingou ele,mentalmente. Mas por fora ele expressava confiança e imparcialidade. Ele se apoiou no canto da mesa, cruzou os braços e arqueou uma das sobrancelhas.
- tudo bem. Você diz que me viu sair da sala do diretor e eu não nego. Mas o que vai fazer? Se quisesse me entregar já o teria feito.
Luísa absorveu as palavras dele, dando depois um passo pra frente. Só precisava fazer o que mama a tinha instruído.
- quero que você se entregue.
- me entregar?-
- sim.
Carlos ficou estático. Examinou o rosto dela,ela realmente parecia uma boneca, não expressava sentir medo ou insegurança na presença dele, parecia imuni a qualquer sentimento.Mas se ele quisesse se ver livre de problemas em casa teria que fazer brotar algum furo na barreira dela. Ele passou uma das mãos pelos cabelos, por fim, falou:
- e se eu não quiser?
Ela suspirou. Como mama previu. Lá fora, os alunos corriam em volta da quadra. Da janela, Luísa podia vê-los exaustos. Não. Aquilo não podia continuar. O verdadeiro culpado tinha que pagar...- então eu vou fazê-lo. - disse ela ,quebrando o silêncio. Ao ouvir as palavras, os olhos de Carlos se estreitam. E algo perigoso se fez eminente neles.
- e quem vai acreditar em você?
Os lábios dele se desfizeram em uma fina camada de escárnio.
- o seu pai sabe que você está aqui? Ele sabe que você está na mesmo sala que eu,sozinha, agora?-
As palavras dele a pegaram de surpresa.
- o quê?- a voz dela tremeu.
Bingo! Ela temia mesmo o pai.
Ele desencostou da mesa, se aproximando dela. Os olhos dele estavam agora com uma expressão vitoriosa.
- eu não sei porquê está aqui. Falar pra eu me entregar foi pura burrice, se eu quiser acabar com você acabarei. Mas acho que nós não deveríamos virar inimigos , não? Afinal, posso me tornar o seu cunhado.
- o quê? Do que está falando?-
Ela tentou manter- se no controle mas o fato dele saber que ela não poderia chegar perto dele a desabilitou.E ele ainda aousara falar de sua amiga?
- você sabe muito bem de quem eu estou falando. Basta eu piscar os olhos para que ela venha até a mim. Tá certo que nós não nós vemos desde o incidente do alarme mas você sabe como ela é. - o sorriso malicioso brotou nós lábios dele. - não ouse me importunar novamente ou então irá se arrepender.- essas últimas palavras foram ditas de forma infática e grosseira.-
ele a havia encurralado,sim. Mas aquilo não ia ficar barato. Ela se aproximou dele de forma impetuosa, ficou na ponta dos pés para ficar na altura dele, levantou o queixo e falou:
- fique longe dela, seu stercore! Ou vai se arrepender.- ditas essas palavras ela deu as costas e foi embora, batendo a porta com força. Aquele altura, não se importava se alguém ouvisse. Como ele ousou ameaçá-la? E pior, ameaçar sua melhor amiga? Quem ele pensava que era?
Depois que saiu de perto dele, seus pés foram diretamente na direção da sala do diretor.Ela bateu na porta. O diretor ao vê-la, logo se mostrou solícito.
- posso ajudá-la, Luísa?
-pode sim,diretor. O senhor pode ajudar todos nós. Vim aqui para dizer que eu sei quem acionou o alarme de incêndio.
*Stercore = merda em latinGostou? Não deixe de acompanhar os próximos capítulos. Beijos da Marrie.♥️
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Quando escolhemos amar(Concluído)
RomanceQuando o amor acontece em meio a guerra, rastros do passado ecoam no presente. Foi isso que Luísa e Augusto herdaram dos pais. Ambientado nos anos 66 e 45,acompanhe a trajetória do casal que luta para permanecer junto apesar dos fantamas que os cerc...