" Margarida se recusou a ir à festa sem o seu pai" foi a explicação de Mama para a sua menina que chorava deitada na cama.
Sem a companhia de um adulto,ela não podia ir a festa.
" Tudo bem,Mama. Clara irá entender." Respondeu Luísa, tentando se auto-consolar.
Mama concordou tristemente,deu um beijo no rosto da menina e saiu do quarto. Logo depois, Luísa dormiu.
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Bem cedinho,ela despertou. Tomou banho, ajeitou os loiros cabelos em uma trança e desceu para tomar café.
O pai e Margarida já estavam lá.
" Bom dia" disseram.
Luísa, educadamente,retribuiu. Mas em seu interior,se sentiu incomodada,pois eles estavam ali, sentados tomando café com se nada tivesse acontecido na noite anterior.
Como ela odiava a frieza existente entre eles. Como ela odiava o pouco tempo que o pai estava em casa e que, quando estava,se limitava a trancar-se com Margarida no escritório.
Antes, ela sentia ciúmes daquilo,mas depois descobriu que as horas que eles passavam lá,eram nada mais que horas de discussões. Horas de pura infelicidade. Como ela ela temia ter o mesmo futuro quando se casasse.
Margarida comia as torradas com toda a paciência, mergulhando o olhar dentro da xícara. Estava em outro mundo, talvez há dois anos atrás ou em um mundo onde as coisa fossem diferentes.
Distraidamente, Luísa se perguntou se aquela mulher, de cabelos castanhos e lábios carnudos, era feliz...
" Estou indo, família!" A voz de Fábio,cortou os pensamentos de Luísa.
Ele segurava nas mãos malas. Ele estava partindo?
- vai tão cedo?- perguntou Margarida. Era só o irmão mais velho aparecer que ela ganhava vida.
- sim. Tenho horário.- respondeu.- mas não demorarei. Prometo.- concluiu, dando um beijo rápido no topo da cabeça da irmã.
- tenha uma boa viagem.- desejou o Sr. Pedro.
O cunhado acenou com a cabeça,mas não se permitiu sorrir.
Ele nem se quer olhou para Luísa,penas caminhou para a saída.
Depois da pequena " despedida" todos voltaram a comer em silêncio. Minutos depois,o Sr. Pedro anunciou a sua partida para o trabalho, Margarida subiu para o quarto,e Luísa,foi para a escola.
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Eles estavam na quadra de esportes,que naquele horário estava fazia. Ótimo para um reunião secreta.- vou para o quartel- anunciou o garoto de olho roxo.
Os amigos soltaram suspiros e protestos.
- será só por algumas semanas. Alguns de vocês já sabem,mas eu resolvi comunicar à todos.
"Droga!" Alguns deixaram escapar.
Paula,a garota com quem Augusto estava saindo,ficou inconformada. Há poucos dias eles tinha começado a sair. E agora ela o perderia para o quartel?!
- mas por quê? Por que o mandarão pra lá?- ela indagou, enquanto se aconchegada a ele.
- ele foi delatado, Paula. Esse é o castigo no lugar da expulsão.- explicou Antônio.
- mas se ele não tivesse sido entregue,ele não iria ser expulso nem iria para o quartel.- rebateu ela.
Marcos cruzou os braços.
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Quando escolhemos amar(Concluído)
RomansaQuando o amor acontece em meio a guerra, rastros do passado ecoam no presente. Foi isso que Luísa e Augusto herdaram dos pais. Ambientado nos anos 66 e 45,acompanhe a trajetória do casal que luta para permanecer junto apesar dos fantamas que os cerc...