O diretor encarou aqueles olhos negros furiosos.
- mas o que está propondo é um absurdo!- exclamou Edgar- não pode pedir que eu faça isso com o meu sobrinho!-
O velho diretor pigarreou. Apesar de adoentado,parecia ter a decisão irrevogável.
- ou é isso ou a expulsão.-
Edgar se levantou da cadeira com ímpeto.
- não pode pedir isso!- retrucou ele, novamente.
O diretor permaneceu sentado no seu lugar. Na rígida e imponente cadeira atrás da escrivaninha. Vagarosamente, levou uma das mãos até um canto da mesa,pegando um lenço e levando ao nariz.
- ora, sejamos sensatos Sr. Edgar. Seu sobrinho já causou muitos tumultos por aqui. E eu me mostrei até tolerante. Mas agora, é preciso uma medida mais radical e efetiva.
Edgar fuzilou com os olhos o velho homen. Mas um pouco mais contido, falou:
- ele ainda não tem 18 anos...
- mas terá, e logo. O senhor bem sabe. Daqui a alguns dias, precisamente ,ele já será maior de idade. E poderá contribuir para o bem da nossa nação.
Edgar arfou zombateiramente .
- contribuir com a nossa nação?! O senhor sabe que não é por isso que o quer mandar pra lá!- gritou Edgar.
O diretor assoou o nariz de forma zuadenta e indelicada. Talvez estivesse fazendo aquilo para esconder um pouco da intimidação que Edgar o infligia. Se as coisas fossem diferentes talvez o diretor reconsiderasse. Todavia, as circunstâncias eram outras. Pensando nisso foi que o diretor deixou escapar as seguintes palavras, pronunciadas de forma impacientes e afobadas:
- ora, se ao menos o seu sobrinho não invadisse casas por aí,isso tudo poderia ter sido evitado!-
Um pequeno golpe a mão foi deferido na mesa do diretor.
- O QUÊ?!
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No final do corredor Augusto esperava o tio, ansioso.
- e então,tio? Vou ser expulso?
Edgar examinou o sobrinho e a patota de amigos que estavam ao redor dele, esperando a preciosa resposta. Marcos, Antônio e Théo,garotos que Edgar sabia serem bons amigos para Augusto.
" Idiota, se não fizesse tanta merda poderia continuar ao lado deles."
Essas eram as palavras que Edgar queria,naquele instante, falar ao sobrinho. Ao invés disso, apenas levou um das mãos até os cabelos do menino e o bagunçou de forma brusca.
- claro que não,garoto. Você continuará estudando aqui.
Um coral de gritos e urros se ouviu pela escola. Augusto e os amigos comemoraram e próximos deles algumas garotas também pareceram felizes.
Edgar quase sentiu algo dentro de si se comprimir quando lembrou o que aguardava o sobrinho,mas então se repreendeu. Aquilo era o preço que Augusto teria que pagar por seus atos, não só pelos seus, mas também pelos atos do próprio tio...
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Quando escolhemos amar(Concluído)
RomanceQuando o amor acontece em meio a guerra, rastros do passado ecoam no presente. Foi isso que Luísa e Augusto herdaram dos pais. Ambientado nos anos 66 e 45,acompanhe a trajetória do casal que luta para permanecer junto apesar dos fantamas que os cerc...