Capítulo 02 - Ele está morto?

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Rafaella

Há momentos em nossa vida, que nos sentimos pequenos, fracos, inseguros e incapazes de reagir e vencer alguma dificuldade que a vida nos impõe.

É de se assustar que alguém tão próximo nos cause tanta decepção, alguém que têm o dever de te proteger e cuidar de você as vezes é o que mais te faz sofrer.
Eu sempre fui uma pessoa alegre, mesmo quando não tinha motivos para sorrir eu tentava não chorar. Minha mãe morreu a alguns anos, ficando só meu pai eu e meu irmão, Renato era filho da minha mãe com seu primeiro marido, eu não o conheci por que ele morreu antes que eu nascesse, meu irmão e meu pai até que se davam bem, mas depois que Renato descobriu sobre o vício do meu pai as coisas em nossa casa ficaram tensas, eles brigavam quase todos os dias.

Sempre tinha um infeliz nos importunando por conta das dívidas de jogo que meu pai fazia, era um inferno. Eu tinha acabado de sair do banho e estava preparando o jantar enquanto Tato tinha ido até a casa de Lucas pegar um filme pra gente assistir, meu irmão e eu sempre nos demos muito bem. Ele era ciumento e protetor, as vezes era até exagerado, mas acho que ele agia assim por que meu pai não se importava muito comigo, estava mais interessado em alimentar seu vício. O som vindo do outro lado da porta chamou minha atenção, desliguei o fogo e fui atender, levei um susto quando vi quem era o infeliz batendo na porta, tentei fechar mais o desgraçado era muito forte e sem nenhuma delicadeza empurrou-me.

- Pelo jeito você me conhece, falou prepotente - Seu pai deve muito dinheiro ao cassino do meu pai e ele já perdeu a paciência - gritou caminhando em minha direção - Onde ele está? perguntou furioso, seu aperto firme já estava me machucando.

- Eu não sei! gritei de volta e só senti o choque do tapa que me fez cair no chão.

- Eu não gosto que gritem comigo, você parece o tipo de garota atrevida, mas eu sei como ensinar boas maneiras a garotas como você - seu sorriso perverso me assustou, tentei me levantar e correr mais Silva me segurou firme me jogando no chão violentamente, gritei de dor enquanto ele me mantinha presa ao chão.

- Seu pai nos deve dinheiro faz muito tempo, estou cobrando apenas os juros - ouvi o som do meu vestido sendo rasgado e me desesperei.

- Por favor não faz isso! implorei em prantos.

- É muito mais excitante quando vocês resistem e suplicam, e você é tão linda - sua mão nojenta me apertava com força. Reprimi a vontade de vomitar ao sentir sua mão deslizar por minha perna. Tentei sair de seu aperto mas eu já estava ficando sem forças, o ar parecia faltar em meus pulmões, ouvi o som do zíper da sua calça descer e com uma violência que eu não conhecia Silva rasgou o resto do meu vestido me deixando apenas em minhas peças íntimas. Gritei o mais alto que consegui por socorro e senti mais um tapa ferir meu rosto.

- Cala boca! gritou apertando o meu pescoço com força, encarei seus olhos e só vi a escuridão.

- Sai de cima de mim! tentei mais uma vez fugir de seu aperto mais foi inútil, deixei as lágrimas rolarem por meu rosto ferido sem cerimônia, por mais que eu tentasse resistir não dava, ele era mais forte que eu, fechei os olhos esperando pela violência que não veio, respirei aliviada quando o peso de seu corpo imundo foi tirado bruscamente de cima de mim.

- Maldito! me assustei com a voz do meu irmão, com muito custo consegui me erguer e me encolhi escorando-me na parede.Tato parecia descontrolado enquanto batia sem compaixão na cara do homem.

- Você ia abusar da minha irmãzinha seu desgraçado! Tato gritou enfurecido, jogando Silva contra a parede.

- Eu só estava cobrando uma parte do que seu pai nos deve! o infeliz nem terminou de gritar e Tato partiu pra cima dele com tudo.

- Tato, Tato já chega! tentei chamar sua atenção - Tato! gritei mais alto e finalmente ele encarou-me.

- Rafa! Como você está? me diz que ele não conseguiu...

- Eu estou bem, você me salvou - falei o interrompendo, meu irmão tirou a camisa que usava e me deu para vestir, mesmo esse infeliz não conseguindo o que queria me deixou bastante machucada.

- Isso não vai ficar assim! eu vou voltar aqui com meus homens e vou acabar com vocês tão ouvindo? Silva gritou tentando se equilibrar nas pernas, Tato realmente tinha feito um bom trabalho batendo nele.

- É melhor você ficar longe da minha irmã miserável! Ele gritou lhe socando ainda mais forte ao mesmo tempo que Silva pelo susto se desequilibrou e caiu batendo a cabeça na bancada que dividia a sala da cozinha. Arregalei os olhos assustada quando percebi o sangue escorrendo de sua cabeça.

- Ai meu Deus! Ele está morto? perguntei com a voz trêmula.

- Eu acho que sim - Tato estava tão assustado quanto eu.

- O que nós vamos fazer? Esse desgraçado é filho do Dono do cassino! e agora ele está morto - falei chorando.

- Ele te machucou! tentou abusar de você! foi legítima defesa - meu irmão falava mais pra si mesmo - Se eu não tivesse chegado logo ele teria te machucado muito mais Rafa!  eu nunca ia me perdoar se ele tivesse...

Tato não terminou de falar, me abraçou forte enquanto eu chorava desesperada em seus braços. Por culpa do meu pai meu irmão agora seria chamado de assassino, minha vida não poderia piorar poderia? Tinha um cadáver na minha sala, eu estava com medo e machucada, meu irmão iria precisar do melhor advogado, tinha a dívida do meu pai pra pagar e eu não fazia ideia de como conseguir tanto dinheiro em pouco tempo.

Continua...

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