Capítulo 52 - Justiça ou Vingança?

667 60 6
                                    


Presente de Ano Novo pescoçudas...

Boa leitura!

Ivy

Durante muito tempo me questionei por que coisas ruins acontecem com pessoas boas, se hoje sou advogada e faço de tudo para fazer justiça devo isso a minha irmã Mariana. Além de uma advogada brilhante, Mari era minha melhor amiga e sempre me incentivou a ser uma pessoa boa e justa.

Quando ela morreu de forma trágica desabei, ela tinha acabado de realizar seu sonho de se tornar promotora e estávamos felizes por trabalharmos juntas. Depois do acidente que matou nossos pais eramos uma pela outra, como ela costumava dizer.

Parei de frente a uma das últimas fotos que tiramos juntas e foi impossível não me emocionar, Talles quem tirou a foto, estávamos comemorando a vitória do meu primeiro caso. Uma lágrima solitária rolou por minha face sem que eu pudesse evitar, e desde sua morte me dediquei a encontrar o desgraçado que fez tamanha crueldade com ela e foi nesse momento que meu relacionamento com Talles desandou, não por culpa dele obviamente, mas por minha culpa mesmo, afinal ele estava certo, eu queria vingança e não justiça, esse era o real motivo de nossas discussões.

Mas a vida é mesmo uma caixinha de surpresas, quando menos esperamos coisas maravilhosas acontecem também. Mari sempre dizia que um dia eu encontraria o verdadeiro amor da minha vida e ela estava certa. A primeira vez que vi o Daniel foi quando fizemos a armadilha para expulsar Isabel da mansão, desse dia em diante começamos a nos aproximar como amigos. Quando ele soube que não voltaria a andar, desabou e ao sair do hospital em uma cadeira de rodas ele chorou amargamente, porém eu me mantive ao seu lado dando apoio e força.

Quando decidi ficar na cidade, eu não fazia ideia do que estava pra acontecer, mas sentia que estava fazendo o certo. Muito antes do atentado do Dani, eu já havia me apaixonado e como não podia levá-lo na mala o jeito foi ficar né. Gizelly ofereceu ajuda para procurar o melhor especialista pra ele e não foi fácil convencê-lo a aceitar a ajuda, mas eu tive dois pestinhas o incentivando e quando finalmente Daniel aceitou foi que começou nossa luta, duas cirurgias e muitas, muitas sessões de fisioterapia e quando ele já estava perdendo a esperança, surpreendeu-me ao caminhar até mim, esse foi um dos momentos mais marcantes da minha vida.
A princípio pensei que ele precisava de mim mas na verdade, era eu quem precisava dele.

Suspirei emocionada com a foto de minha irmã nas mãos e senti meus olhos marejarem, lembranças sempre me deixam sensível e emotiva.

- Você acordou cedo, está tudo bem? - Meu sorriso se esticou de orelha a orelha quando o vi descer as escadas e caminhar em minha direção, fazia poucos dias que Daniel e eu tínhamos decidido morar juntos, e eu ainda não estava acostumada com essa nova fase da minha vida, mas devo confessar que estou amando cada segundo que compartilhamos juntos.

- Minha intenção era preparar um delicioso café da manhã e levar na cama pra você mas acabei me distraindo com lembranças, deitei aqui no sofá e acho até que cochilei. - Fui sincera. Daniel deitou-se sobre mim acomodando-se entre minhas pernas e me deu um beijo doce nos lábios antes de pegar a foto de Mari que eu ainda abraçava.

- As lembranças eram da sua irmã? - perguntou curioso.

- A princípio sim, mas também lembrei de nós dois e tudo o que aconteceu conosco desde que nos conhecemos.

- Então estava lembrando da época que eu fui um idiota com você. - sussurrou envergonhado.

- Eu já disse que você é um idiota de bom coração e que eu amo mais que tudo? - Falei e ele sorriu em resposta.

Amor por Contrato (Girafa) Onde histórias criam vida. Descubra agora