Capítulo 13 - Minha filha linda

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Rafaella

Depois que a rainha das trevas foi embora, senti-me livre para caminhar por toda a casa. A mansão Bicalho era belíssima, mas a decoração não correspondia com sua beleza.
Não tinha cor, era opaca e sem vida, as cores preto e cinza dava uma sensação de vazio e tristeza, era frio como se o tempo todo fosse inverno.

- Você pode mudar o que quiser aqui Rafa, agora você é a dona - Gizelly parecia ler meus pensamentos.
- Minha mãe tinha bom gosto, a decoração era alegre e muito bonita, a megera mudou tudo quando casou-se com meu pai e veio morar aqui - suspirou com pesar.

- Essa decoração parece de filme de terror- fui sincera.

- Vou falar com a Manu para ver o que podemos fazer - Gizelly sorriu assentindo.
- Quando minha mãe era viva essa casa era cheia de vida, ela era tão alegre estava sempre procurando um motivo para comemorar alguma coisa, estava sempre sorrindo - percebi Gizelly vacilar por um momento ao lembrar de sua mãe.

- Sinto muito! sei como é perder alguém importante, também perdi minha mãe a algum tempo - sem me dar conta do que estava fazendo abracei Gizelly que aceitou de bom grado. Ela tinha um abraço confortável, senti-me protegida.

- Aí, Rafaella! estou quase sem ar - ela choramigou trazendo-me de volta a realidade, só então me dei conta que estava atracada em seu pescoço.

- Desculpa - sorri envergonhada - Er...tem alguma coisa para comer eu estou morrendo de fome - tentei mudar de assunto oferecendo-lhe um sorriso tímido.

- Vêm, vamos até a cozinha - entrelaçou nossos braços e fomos até a cozinha, quando chegamos lá tinha várias pessoas nos esperando.

- Bom dia - Gizelly os saudou sorridente.

- Bom dia Sra. Bicalho - todos responderam em uma só voz, foi até engraçado.

- Quero apresentar a vocês minha esposa Rafaella e a partir de agora, a dona dessa casa - Gizelly falou com veemência.

- Seja bem vinda Sra. Rafaella - mais uma vez todos responderam em uníssono, assenti com um leve balançar de cabeça.

- Rafaella essa é Maria nossa governanta, o que você precisar pode pedir a ela - uma senhora de sorriso gentil estendeu-me a mão.

- Será um prazer serví-la minha Senhora - foi cortez, a cumprimentei com a mesma cordialidade.

- Essa é Cassilda a chefe da cozinha - apontou para uma senhora baixinha e muito sorridente.
- O Sr. Francesco é descendente de italiano, ele é o nosso jardineiro.

- A patroinha é uma jovem muito linda, fico até sem jeito em chamá-la de Senhora - Sr.Francesco deu um passo a frente entregando-me um lindo buquê de rosas, fiquei até emocionada com tanta atenção.

- Esqueci de falar que ele também é um Dom Juan de meia tigela - Gizelly falou soltando uma gargalhada e eu a acompanhei, todos estavam sendo muito gentis comigo.

- Obrigada pelas flores - agradeci sincera
- E por favor não precisam me chamar de Senhora, eu também acho estranho - confessei como se fosse um segredo, e eles sorriram.
- Podem me chamar pelo meu nome mesmo eu prefiro assim - pedi e todos assentiram.

Gizelly apresentou-me a mais alguns funcionários, eram tantos que eu até teria dificuldade para lembrar dos nomes.
A chefe da cozinha preparou um verdadeiro banquete pra gente na hora do almoço, ela com certeza seria uma das minhas pessoas favoritas nessa casa.
Quando Gizelly me fez essa proposta absurda de casamento arranjado, não vou mentir, fiquei morrendo de medo, nosso primeiro encontro não foi muito bom, achei ela muito intrometida e abusada, mas ao contrário do que pensei ela têm se mostrado uma pessoa confiável e muito gentil, além disso será apenas um ano de convivência, o tempo passa rápido, o que pode acontecer em um ano?

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