Capítulo 23 - Julgamento

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Gizelly


Três dias depois...

Nunca fui uma pessoa religiosa, nunca pedi a Deus nada para mim, tão pouco agradeci a ele o que meu deu. Devo ser uma pessoa horrível mesmo, talvez tenha sido minha culpa o que aconteceu com Rafaella, fui eu quem a trouxe para esse mundo e olha no que deu! Eu a perdi da forma mais cruel e triste, talvez eu mereça a pena de morte isso sim. Esses últimos três dias trancada nessa cela, comecei a questionar-me por tudo o que já fiz na vida, a sensação de impotência e falta de esperança diante do que me aguardava irraizaram em meu coração, eu estava desanimada, Talles não deu-me muitas esperanças, o promotor e a agente Sara conseguiram levar-me a julgamento, daqui a pouco eu ocuparia o banco dos réus. Eu queria ter falado com o Renato e minha irmã antes mas até isso me foi negado, eu só podia receber a visita do meu advogado e ninguém mais, inferno!

Eu nem estava me importando mais se seria condenada ou inocentada, já se passaram três dias desde o desaparecimento de Rafaella e o mais provável é que minha mulher esteja morta ou sofrendo terrivelmente na mão de algum louco psicopata.

- Sra. Bicalho já está na hora, prepare-se para o julgamento - Eu sabia que a agente estava falando comigo mas não lhe dei importância.
- A senhora precisa colaborar, daqui a pouco virão buscá-la - Murmurou impaciente.

- Você procurou por ela? - Levantei-me a encarando de frente, a agente Andrade franziu o cenho dando a parecer que não entendia minha pergunta.

- Minha mulher, você procurou por ela? - Insisti. - Estou indo a julgamento por um crime que não cometi, eu não matei minha esposa e estou morrendo por dentro só de pensar o que ela pode estar passando -
Respirei fundo olhando diretamente em seus olhos claros, percebi seu desconforto mas isso também não me importou.

- Eu jurei pra você que sou inocente e implorei que procurasse por ela, você me ignorou e ainda fez questão de acusar-me como se eu fosse uma assassina fria e calculista - Desabafei. - A senhora será culpada por condenar uma inocente e com isso o verdadeiro culpado estará a solta procurando sua próxima vítima, você têm que procurar por ela é seu dever! - Exaltei-me fazendo a tal agente dar dois passos para trás com minha pequena explosão.

- Todas as provas levam a você Sra.Bicalho, é você quem precisa confessar e nos dizer onde está o corpo de sua mulher! - Reprimi minha vontade de socar a parede ao ouvir sua acusação, eu preciso de um milagre para sair desse sufoco.

- Chefe esse Senhor aqui veio pra falar com a acusada - Um agente entrou interrompendo nossa conversa, ergui os olhos e reconheci meu amigo Paulo.

- Ela não pode receber visitas, em menos de meia hora daremos início ao julgamento - A agente Andrade falou autoritária.

- Você não é a única com influências agente Andrade - Paulo a encarou sorridente ao mesmo tempo que entregava-lhe um papel.
- De acordo com isso tenho 20 minutos pra falar com a Sra.Bicalho a sós, você pode ligar para o juíz se quiser pra mim tanto faz - Paulo deu de ombros enquanto a agente trincava os dentes reprimindo sua raiva, dessa vez ela não disse nada, apenas saiu de cabeça baixa.

- Nem vou perguntar como você está por que já estou vendo que está horrível - Paulo estendeu-me a mão em cumprimento, aceitei de bom grado.

- Devo me preocupar com sua visita? - Tive que perguntar, nos últimos dias era só notícia ruim.

- Só vim te desejar boa sorte no julgamento, espero que o Talles consiga reverter sua situação.

- Sorte é a única coisa com que eu posso contar nesse momento Paulo, e é claro um milagre - Sorri desanimada.

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