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No dia seguinte conforme combinado, Jeffrey se encontrou com Jonas numa esquina próxima ao Dunk. Jonas tinha 18 anos, era moreno, alto e tinha os cabelos pretos cacheados, gostava de usar boné e sempre estava com uma jaqueta jeans. Ele aguardava Isbell encostado em um poste enquanto fumava um cigarro.
- Precisa de ajuda para carregar o pacote? – Jeffrey fita o moreno que dá um sorriso divertido.
- Já está aqui. – Aponta para a pequena caixa presa na garupa de sua velha motocicleta.
Isbell admira o tamanho do pacote que não ultrapassava o de uma caixa de sapato comum.
- Só isso? Pensei que precisasse da minha ajuda? – Franze o cenho.
- Eu disse que precisava de alguém que me acompanhasse na entrega. – O amigo retifica. – Vamos! O local fica um pouco distante. – Aponta para a garupa da moto.
Jeffrey sobe segurando a embalagem em suas mãos.
Jonas atravessa toda a Lafayette e apesar de sempre ter morado na cidade, aquele bairro era novidade para Isbell. O bairro ficava bem afastado do centro, era escuro e tinhas as ruas sujas e fedidas. Pichações eram presentes em quase todos os muros.
Logo após adentrar aquele bairro, Jonas estacionou sua moto. Ele caminhou mais uma quadra com Jeffrey, que olhava para todo o local temendo ser assaltado. Mas pensava: o que levariam dele? Ele não tinha nada.
O garoto sentia-se ansioso e com receio, por vezes teve vontade de voltar, mas prosseguiu.
Eles dobraram uma esquina, entrando em um beco escuro e sujo. Jonas parou em frente a uma porta de ferro batendo na mesma. Não demorou para que dois caras magrelos e estranhos aparecessem a porta. Eles cumprimentaram Jonas e logo a seguir fitaram Isbell de cima a baixo.
- Quem é o moleque? – O mais alto questionou Jonas.
- Eu não sou moleque. – Isbell respondeu.
- Relaxa Jim, o garoto é de confiança. – Jonas explica.
Os dois caras analisam rapidamente Isbell, o garoto apesar de tremer por dentro tentava manter uma aparência firme, os encarando-os de volta. Eles rodearam Jeffrey, mas não questionam mais nada.
- Trouxe nossa encomenda? – Kay pergunta.
- Claro, sabe que comigo podem contar sempre. – Jonas aponta para o pacote nas mãos do albino.
Os caras olham de um lado para o outro e rapidamente pegam o pacote. Jim esconde o mesmo sobre a jaqueta.
- Tá aqui. – Kay entrega 150 dólares a Jonas.
- Que isso mano? O combinado não foi esse. Duzentinhos, se lembra? – Jonas relembra.
- Não acho que esteja valendo tudo isso Jonas, da outra vez tua mercadoria tava “estragada”. Não era da boa. – Jim rebate.
- Já expliquei que houve um problema com o fornecedor, mas lhe garanto que essa tá 100% pura. – Jonas argumenta.
Os caras olham duvidosos, mas resolvem pagar o valor restante.
- Só espero que esteja falando a verdade Jonas, se for mentira, nos sabemos onde te encontrar. – Kay ameaça e os dois entram novamente no galpão onde estavam.
Jeffrey respira aliviado, apesar da tensão e do medo inicial, ao final já não se importava mais com os caras, que mais pareciam apenas querer intimidar. Observou tudo detalhadamente, vendo tanto a atitude de Jonas perante os caras, como as deles.
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Words
FanfictionDizem que ações valem mais que mil palavras. Mas será que valem mesmo? Talvez ás vezes, por maior que tenham sido suas ações, por maior que seja o sentimento, talvez ás vezes as palavras sejam mesmo necessárias. Infelizmente para alguns, lidar com...