Appearances - Parte I

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...

Os amigos estavam paralisados de tão tensos, não conseguiam pensar em nada a não ser na reação da mãe de Ellen, a qual sabiam que não seria das melhores.

Ellen encarou a porta fixamente, já esperava ficar eternamente de castigo após um sermão daqueles, quando ao girar completo da maçaneta o trinco impediu que a porta fosse aberta.

- Ellen? Por que a porta está trancada? – Sua mãe do outro lado questiona.

- Está? Já vou abrir mãe. – A garota se levanta rapidamente. Ela cerra os olhos olhando para Jeffrey que entende a mensagem e rapidamente se joga no chão se escondendo debaixo da cama.

- Ellen? Por que está demorando? – Impacientemente, Mary torna a chama-lá. 

- Pronto...já destranquei. – A loira fingi naturalidade.

- Por que trancou a porta? Sabe que não quero que durma com ela trancada, é perigoso. E se você passar mal? – Diz olhando para o interior do quarto. – E essa janela aberta? Não acredito que dormiu com ela assim. Poderia ficar resfriada. – A mulher caminhou abaixando a vidraça.

- Eu nem percebi mãe, acabei caindo no sono. – Disse a primeira coisa que lhe veio a cabeça.

- Ainda está com a roupa de ontem minha filha? – Ela olha para a garota. – Se arrume, tem que ir para a aula.

- Não quero mãe, não hoje. Ainda não me sinto bem. – Suspira.

- Não pode ficar tantos dias sem ir a aula, isso pode prejudicar seus estudos.

- Só hoje, prometo que amanhã eu iriei e depois pegarei a matéria com alguma das minhas colegas. – Pede.

- Não pode deixar que o que aconteceu com sua tia Ayla a afete dessa forma. Todos estamos tristes Ellen, mas temos que continuar. Além do mais, Ayla vai ficar bem, isso tudo não passa de um drama que ela está fazen...

- Não acredito, mamãe, que você acha mesmo que a titia está exagerando em tudo isso. Você não viu como ela ficou? Acha mesmo que aquilo era fingimento?

- Não...mas ...também não era pra tanto, né Ellen. Sua tia já é bem grandinha para...

- Chega mamãe!!! – A garota grita.

- Olha como fala comigo, eu sou sua mãe. – Mary alteia a voz.

- Eu sei mãe e não sabe como estou triste com a senhora e por tudo que fez...

- Eu fiz??? ...não acredito que queira me culpar pelas irresponsabilidades da sua tia...

- Talvez se a senhora não tivesse dito o que disse...não daquela forma, não naquele momento...ela... – Ellen abaixou a cabeça dando um longo suspiro.

Mary pesou por um momento. No fundo ela sabia que tinha sido errada, mas não queria admitir tal erro. Sabia que John também estava chateado com ela, mas não esperava que sua filha também estivesse. Afinal, se ela falou o que falou para Ayla naquele dia, era justamente por se preocupar com a reputação de Ellen, pensava internamente.

- Ah minha filha, um dia você terá filhos e verá como tudo que fazemos é só pensando neles. – Suspirou. – Não sabe como isso poderia respingar em você e lhe prejudicar...

- Mamãe...- Ellen imediatamente a interrompe. Não aguentava mais a mesma ladainha.

- Não direi mais nada...talvez seja mesmo melhor ficar em casa, vejo que não está pensando bem...- Mary se retirou do quarto séria e altiva.

O albino saiu debaixo da cama, vendo sua amiga com a face triste e cabisbaixa sentada na cama.

- Não fica assim Ellen, tudo vai melhorar... – Ele diz a abraçando.

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