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- Eu sinto muito Ayla...mas devo lhe dizer que... – John procurava as palavras certas para dar a notícia. - ...Jared não vem. – Concluiu.

- O que? O que aconteceu com ele? Sofreu um acidente? Está mal? Eu preciso vê-lo John. – Disse desesperada.

- Não foi isso Ayla...ele...ele te abandonou. – John contou com pesar.

Ayla ficou completamente transtornada, sua face denotava um misto de tristeza e incredibilidade. Então John estendeu a mesma um pequeno papel.

- Ele deixou esse bilhete.

A noiva pegou o pequeno pedaço de papel notando que o mesmo havia sido rasgado ao meio de qualquer jeito de uma folha qualquer, estava um pouco amassado e de relance notou haver poucas palavras. Com as mãos trêmulas segurou o bilhete a altura dos olhos para lê-lo:

“Lamento Ayla por tudo. Acredite que realmente eu cheguei a pensar que isso tudo poderia dar certo, mas não me sinto pronto para isso. Não estou pronto para assumir esta responsabilidade, não posso ter um filho agora, nesse momento da minha vida e da minha carreira na banda. Sei que é uma garota forte e que ficará bem”.

Adeus, Jared.

Ao terminar Ayla sentiu como se o chão faltasse, em seu coração uma dor dilacerante tomava toda sua alma. Desesperada, deu um grito de dor que ecoou por toda a sala. Em seguida, sentiu-se tonta sendo amparada por Mary e John que a conduziram até uma cadeira que lá havia.

Ellen não conseguia entender o que havia acontecido até pegar o bilhete que a tia havia deixado cair no chão e lê-lo. Após terminar ficou tão perplexa quanto a noiva a sua frente. Como alguém podia fazer isso?

- Tia Ayla, eu sinto tanto. – A loira foi até ela a abraçando.

A noiva permanecia perplexa com a notícia, seus olhos já estava vermelhos e inchados e ela ainda buscava assimilar como o homem que tanto amava podia ter feito isso com ela.

- Como alguém pode ser tão cruel? – Disse desolada para a sobrinha. – Como pôde me deixar no dia do nosso casamento? – Murmurou completamente devastada.

- Devo avisar os convidados que não haverá mais casamento. – John se pronunciou um tanto triste.

Ayla não disse nada, mas Mary assentiu. Logo o homem se retirou deixando apenas as mulheres na sacristia.

- Que escândalo! Que escândalo!!! – Mary levou as mãos à cabeça. – Isso será o falatório da família, imagino que agora mesmo já comecem os fuxicos. Tia Zilda e Vilma não pouparão espalhar isso aos sete ventos. – A mulher dizia andando de um lado para o outro. – Tenho certeza de que isso chegará até em Lafayette.

- É com isso que você se preocupa Mary? – Ayla a olhou pasma.

- Claro, Ayla. Se você não se importa, eu me importo. Tenho uma imagem a zelar, uma filha que pode sofrer as consequências de seus atos tolos.

- Mamãe...isso não é hora. – Ellen interrompe a senhora vendo o sofrimento de sua tia, que naquele momento, precisava apenas de apoio e carinho.

- Mas claro...sempre quis ser a diferente, levar a vida como quisesse, a descolada da família. – Mary ignorou completamente Ellen, continuando com seu sermão moralista. – E está vendo no que terminou?

- Chega Mary, por favor. – Ayla pediu.

- Quantas vezes eu avisei Ayla? Quantas vezes te alertei? Mas não, era sempre: “eu sei o que estou fazendo”, se sentia a sabidona. Sempre foi uma inconsequente, isso sim.

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