...
Jeffrey sentou-se ao lado de Ellen, encostando-se ao tronco da árvore, puxou a garota para junto de si, fazendo-a encostar a cabeça em seu peito. Por um bom tempo permaneceu assim, em silêncio, apenas acariciando seus cabelos e fazendo um leve cafuné. Para o albino era justamente ali que ela deveria ficar, sob seus cuidados, a protegendo de tudo que pudesse lhe fazer mal.
Apesar da dor que sentia em seu peito, a tristeza e mágoa pelo que sua mãe havia feito e o desespero de não saber onde estava seu pai e nem porque ele havia saído de casa, a loira encontrava conforto estando junto de seu melhor amigo.
- O que aconteceu? – Jeffrey questionou assim que a notou cessar o choro.
- Não sei, papai saiu de casa e eu nem sei o porquê. Essa foi a pior briga que tiveram.
- Tenho certeza que tudo irá se resolver e logo eles estarão bem de novo.
- Não sei, nunca tinha visto eles brigarem assim.
- Sua mãe não disse nada?
Ellen ficou em silêncio. Triste, afastou-se do amigo para olhá-lo nos olhos.
- Ela me bateu. – Contou com a voz trêmula.
- O que? – O albino se levantou repentinamente. – Irei falar agora mesmo com ela. Quem ela pensa que é para te bater? Você não é mais criança, Ellen. – Dizia revoltado.
- Espera, Jeffrey. Deixa isso para lá. – Ellen se levantou segurando o amigo pelo braço. – Não vá procurar confusão por minha causa. – Pediu.
- Ela já não gosta de mim mesmo, pouco me importa. – Deu de ombros.
- Por favor, não vá. – Implorou. – Só fica comigo. – Pediu com os olhos cheios de lágrima.
Isbell olhou para a porta da casa de Ellen, mas desistiu. Voltou para junto da garota a abraçando e dando um beijo em sua cabeça.
- Obrigada por ficar. – Disse.
- Eu sempre farei o que for melhor para você, Ellen.
Os dois ficaram mais um tempo juntos, não falaram mais nada e nem precisavam, apenas a presença um do outro bastava.
- Já está tarde, melhor eu entrar. – Ellen suspirou.
- Vai ficar tudo bem. – Jeffrey passou a mão em sua bochecha fazendo um leve carinho.
Ellen sorriu para o albino se despedindo, caminhou até junto a sua porta, respirou fundo três vezes e adentrou a cozinha de sua casa.
Mary encontrava-se sentada a mesa de cabeça baixa, havia chorado por tudo que acontecera aquela noite, mas assim que Ellen entrou, enxugou ás lágrimas.
- Ellen, espere, quero falar com você. – Se dirigiu a filha.
A garota apenas ignorou seu chamado, passando direto pela cozinha e subindo pelas escadas.
- Espere, filha. Vamos conversar? – Mary a seguiu parando no primeiro degrau, mas já era tarde. Ellen já havia entrado em seu quarto e batido a porta com força.
A mulher voltou-se a sentar no sofá naquela que seria uma longa noite.
...
Três dias havia se passado. Ellen tomava seu tempo nas aulas, se distraía conversando com suas amigas e quando chegava em casa, corria para o quarto de sua tia.
Naquela quinta não havia sido diferente. Após uma longa e chata aula de química a loira correu para casa.
- Ellen, tem torta de frango na geladeira. – Sua mãe avisou assim que viu a filha chegar.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Words
FanficDizem que ações valem mais que mil palavras. Mas será que valem mesmo? Talvez ás vezes, por maior que tenham sido suas ações, por maior que seja o sentimento, talvez ás vezes as palavras sejam mesmo necessárias. Infelizmente para alguns, lidar com...