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A sensação que ambos sentiam era inexplicável, era como se tudo se encaixasse perfeitamente e por um instante não existia o resto do mundo.
Jeffrey não sabia explicar que sentimento era esse que o dominava, claro que era sempre bom beijar uma garota, mas nunca um beijo havia sido tão bom, tão completo.
Mesmo que a vontade de ambos fosse de prolongar ao máximo aquele momento, tão sutil como começou, aos poucos o garoto se afastou da menina, finalizando docemente o beijo que começou. Assim que se separaram, aos poucos os dois abriram os olhos e então a realidade: o que eles haviam feito?
Ellen permaneceu estática, com os olhos arregalados encarando o albino a sua frente. Jeffrey não dizia uma palavra tentando entender o porquê havia feito aquilo.
- Ellen! Sua mãe fez bolinho de chuva. - Uma voz soou no quintal.
- Já vou pai. – A loira gritou imediatamente. – Eu tenho que entrar, fica aí, não sai de trás da árvore até eu entrar, meu pai não pode te vê aqui. – Diz preocupada.
- Por quê? Você não disse que eles não tinham nada contra mim.
- Não é isso, bem, mais ou menos. Estou de castigo e... Não dá tempo explicar agora, se demorar mais um pouco capaz da minha mãe vir aqui. – Ellen pega seu caderno apressada se preparando para ir para dentro de casa.
- Não Ellen, espere. – Jeffrey segura a garota pela mão. – Vamos conversar? Temos que falar sobre o que aconteceu.
A garota o fita por um instante, mas antes que pudesse responder, eis que seu pai surge na porta.
- Você ouviu Ellen? Vamos comer antes que esfrie. – John passa a mão na barriga fazendo careta enquanto brinca com a filha.
- Vou indo pai, só estou pegando minhas coisas. Pode, por favor, servir o suco de laranja pra mim. – Pede tentando disfarçar enquanto Jeffrey se esguia por trás da árvore para não ser visto.
John assente e entra novamente na casa.
- Eu tenho que ir. – A loira se vira para o garoto.
- Mas temos que conversar. – Insiste segurando-a pela mão.
- Tudo bem, hoje a noite na varanda. Vou te esperar lá.
Jeffrey concorda e finalmente solta a loira que corre apressada para dentro de casa.
...
Durante todo o lanche com seus pais, Ellen mal prestava atenção no que eles conversavam, apenas ficava relembrando o que ocorrera momentos atrás.
- Ellen, está tudo bem? – Sua mãe indaga ao ver a expressão distante da garota.
- Tá, tudo bem, eu só estava lembrando... de... do...
- Já sei...do Adam. – Sua mãe completa a frase entusiasmada.
- É... Sim. – Ellen concorda pra não ter que dar explicações.
- Não fica assim querida, logo ele estará de volta. – Mary sorri para filha.
- Mas é bom também ficar um pouco separado, desgrudar um pouco, não é mesmo? – John alfineta. Apesar de concordar com o namoro, ainda tinha suas dúvidas quanto a este.
Ellen sorri do pai ciumento e volta a comer.
- Acho que vou subir, terminar meu desenho. – A garota se levanta da mesa.
Mal entrou em seu quarto, rodopiou pelo mesmo, sentindo-se leve como uma pluma. Se sentia um tanto abobada por fazer isso, mas não se importava, afinal sentia um felicidade em seu peito que mal cabia em si.

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Words
FanfictionDizem que ações valem mais que mil palavras. Mas será que valem mesmo? Talvez ás vezes, por maior que tenham sido suas ações, por maior que seja o sentimento, talvez ás vezes as palavras sejam mesmo necessárias. Infelizmente para alguns, lidar com...