Capítulo 17

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Olivia esperou que todos estivessem dormindo para falar com Bill, discou o número dele e assim que o amigo atendeu, ela saiu do quarto, sentindo um desconforto tremendo no peito, uma angustia que a acompanhou por toda a noite.

—Ho, ho, ho chefinha... —Disse Bill de forma divertida ao telefone

—Oi...

—Que voz desanimada!

Olivia andou até o final do corredor e parou no espaço amplo, antes da escada onde tinha um sofá e um enorme tapete em cor bege.  Quanto mais longe estivesse do quarto, melhor—Me escuta... Você precisa pedir para o Lukas ligar para a Bri amanhã no primeiro horário!

—Ele ainda não ligou porque é natal!—Garantiu

—Eu sei mas ela está muito animada com esse encontro ele precisa dispensar ela.

Olivia ouviu a risada escandalosa de Bill e umas vozes ao fundo,  ele provavelmente estava em um bar ou em algum tipo de festa e todo aquele barulho do outro lado e a fez questionar se o amigo estava a ouvindo, tal incerteza, acelerou seu coração.  Oli tocou o peito esquerdo e respirou fundo

—Bill por favor! —Disse tentando não aumentar a voz,tinha que competir com o barulho que rondava Bill sem que suas palavras ecoassem pelos corredores de sua casa—Só me escuta, faz o Lukas conversar com a Brianna e cancelar a reunião. Eu vou fazer um outro depósito e vou precisar que ele diga a ela que vai mandar mais dinheiro, ela quer trocar os pisos ou algo assim.

—Podemos falar disso amanhã? É  que... Para Lukas... Eu não gosto quando me puxa assim! Eu estou ao telefone seu safado...—Bill disse rindo e notando que não era o momento ideal para conversar, Olivia apenas desligou o celular e respirou fundo, por um instante sentiu a mão tremer e uma leve câimbra no braço esquerdo, ela sabia o que aquilo significava. E por isso tentou incansavelmente calar os inimigos que moravam em sua cabeça.

Seu corpo pedia socorro, estava camuflando tantos problemas, tantos segredos que em algum momento ela sabia que isso iria acontecer,com ou sem medicação, aterrissar em L.A com todas as mentiras na malas fizeram-na dar de cara com os próprios gatilhos.

"Calma,só deita e descansa "- Disse a si mesma, batendo o telefone na mão enquanto voltava a entrar no quarto "Eu tenho boas intenções! "Pensou antes de sentar na cama e encarar Brianna que dormia pesadamente, beber sempre derrubava a esposa e a fazia roncar, mas dessa vez, a esposa parecia relaxada e não emitia barulho algum.

—Eu te amo... —Disse ao tocar o rosto dela, que nem se moveu—Eu só quero te ajudar! —Garantiu e ao deitar ao lado dela, Olivia teve alguns instantes de desespero ao ser tomada pela horrível sensação de está sufocando, o que a fez levantar um tanto desesperada e tocar a garganta.

A sensação voltou pouco depois e ela por um instante achou que engoliria a língua.

"Calma... Respira e inspira.... "-Repetiu

O pesar em seu corpo,a câimbra, a sensação de está a beira de um infarto,  todos os sintomas eram conhecido desde sua adolescência caótica, mas ainda assim,ela não sabia ao certo como controlar. Faziam meses que ela não tinha uma crise e o pior de está a beira de uma, são os avisos agoniantes que todas essas sensações levavam a seu cérebro que em alerta, dizia que ela não iria aguentar aquela noite

"Você não vai morrer! "-Disse a si mesma -"Mas se eu sufocar?... Será que estou respirando direito, será que minha língua está inchada... Meu braço dói, não posso morrer,não posso infartar e deixar meus filhos!"-Ela balançou a cabeça negativamente -"Não... Você sabe Olivia, você sabe que não é nada!É tudo coisa da minha cabeça... Mas e se não for?...É tudo coisa da minha cabeça!"-Afirmou, confrontando todas as sensações e sentando na cama, não podia dormir, não enquanto aquilo não passasse -"E se eu morrer enquanto durmo?... É só ficar acordada, já, já amanhece! Se acalma"

Apaixonadas (CONTINUAÇÃO DE POR AMOR E ME AMAR)Onde histórias criam vida. Descubra agora