Apaixonadas (CONTINUAÇÃO DE POR AMOR E ME AMAR)

Capítulo 67

—Você provavelmente vai achar esse vídeo do nada e pensar: Não acredito que ela fez isso,é eu fiz e eu consigo ver sua cara em choque e os braços cruzados sobre o peito!

Brianna descruzou os braços no instante em que ouviu aquilo

—Você não acha esquisito não usar mais aliança?—Olivia passou a mão nos cabelos e deu um gole no vinho—Eu não vou divagar como na primeira vez, tentei gravar esse vídeo outras três vezes, mas fiquei presa no boa noite, então prometi que a quarta tentativa seria a última, sem cortes!—Coçou a cabeça e juntou os lábios, Olivia parecia tão desnorteada que Bri queria abraçá-la e assim que esse pensamento a ocorreu, seu cérebro  lhe fez lembrar de como Oli parecia bem na inauguração do restaurante, sem mãos tremulas e o olhar nervoso —Hoje foi um dia que eu quero esquecer dissemos coisas ruins e não dá para se desculpar, porque foi para valer, falamos aquilo que a raiva mandou. Mas as ameaças, as que eu fiz a você...Foi ridículo, eu nem queria que sua mãe soubesse daquilo... —Balançou a cabeça negativamente encheu a taça com mais vinho e bebeu um pouco—Você precisa entender que não é bem assim, que eu não teria a audácia de te destruir desse jeito, você não merece... Caralho eu não te mereço! —Enxugou as lágrimas —Brianna, eu nunca tiraria as crianças de você, eu deveria ter deixado isso claro, mas não quis te ligar, eu ainda tenho meu orgulho, assim como você tem o seu... E bem, não temos tido conversas normais ultimamente! —Ela passou a mão no rosto, as bochechas estavam vermelhas —Esse não é um vídeo de desculpas, não vou fazer isso com a gente, desculpas não vão resolver, apenas vão reafirmar que eu sei onde errei e não duvide de mim,eu realmente sei o que houve de errado, o meu erro não é justificável, mas eu tinha boas intensões—Ela passou o dedo na boca da taça —Eu não sei sobre o que é esse vídeo! —Ela riu enquanto chorava—Mas sabe o que eu sei? Que pensar em você seguindo em frente me deixa maluca, eu não queria ser assim, mas só de te imaginar com outro alguém...—Ela tocou o peito—Eu estou sofrendo tanto sem você, em todos os lugares que eu vou, tudo me faz pensar na gente... É, parece que não tenho tanto orgulho assim, estou jogada no chão, bebendo sozinha e falando com um telefone celular, mal consigo olhar para o meu rosto na tela... Mas quer saber? Foda-se, você é tudo que eu não mereço, mas preciso ter —Ela chorou por um tempo antes de respirar fundo—E eu...eu sou tão sua, eu só sei ser sua—Ela apontou para a tela—Eu não sei o que eu sou sem você, quero voltar a ser sua Brianna... —Ela fechou os olhos—Porque agora não sei o que fazer, você levou a minha alegria dentro da mala no instante em que saiu, eu fui embora junto com você e aqui, não sobrou mais nada de mim, não tem mais eu aqui...Eu sou apenas o resto...Você consegue entender isso? 

Brianna sentiu a primeira lágrima escorrer, parte dela também estava pelos corredores daquela casa, que era uma realização conjunta, estar longe era mais doloroso do que estar por perto

Olivia encheu a taça mais uma vez—Mas você tem razão quando diz que eu sou doente, eu sou mesmo, eu sou louca, sou desconectada com a realidade, sou fraca e cheia dos defeitos e... talvez isso afaste até alguém tão perfeita quanto você, porque eu nem sempre fui fácil, é difícil me amar,não é? Eu sei que é, é um trabalho que muita gente não quer ter. Sei que destruo tudo que toco, sinto pena de você e do Joseph por tentarem.—Ela bebeu— Eu queria tanto ser mais fácil, mas desde bem pequena eu sei que não sou e dói, porque muita gente deve achar que eu nem ao menos tento, que não aprendo...—Ela tossiu e bebeu um pouco do vinho, que sujou o moletom, mas Olivia não estava preocupada em se limpar—Mas, eu juro que tento ser melhor todo dia, ninguém mais do que eu sabe como é conviver com a pessoa insuportável que eu sou e eu odeio cada partezinha desse ser que consegue acabar com a própria felicidade. Mas ainda que eu seja toda errada saiba que estou tentando mudar. Confia em mim...—Ela suspirou— Eu vejo você balançando a cabeça negativamente, mas acredite, não é da boca para fora...Dessa vez eu busquei ajuda de verdade e eu acho que é bom você saber que eu vou me internar, e que você pode me encontrar no endereço do panfleto que eu coloquei na bolsa das crianças, dentro do tênis azul do Oliver...Porque quero que me encontre lá, quando estiver com o coração aberto para mim, quero que vá ao meu encontro, porque estou fazendo isso por amor ao que temos. Posso te imaginar chegando para me ver—Ela mordeu a boca da taça— Dizendo que achou meu esconderijo e me imaginar sorrindo, porque no instante em que você aparecer, eu terei a certeza de que serei sua de novo...E...—Ela apertou o nariz—Eu espero que esse lugar não me dê choques tão pesados, porque ainda gosto de ouvir você dizendo que tenho uma mente mirabolante, as qualidades que vejo em mim são todas baseadas nos seus olhos, vejo a bondade que você ver e agora que não a enxerga mais, eu acho que tudo que eu tinha de aceitável sumiu! Deus, eu sou muito dependente de você...