Capítulo 12: Daniel

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Minha vida pessoal, a minha família, as coisas que eu gosto

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Minha vida pessoal, a minha família, as coisas que eu gosto... nada, simplesmente nada está no mesmo patamar que a minha carreira para mim. Eu poderia abrir mão de qualquer coisa no mundo, menos de jogar, e não digo jogar por hobbie, mas por profissão, porque é isso o que eu sou desde que nasci, um jogador.

Sair da escalação oficial nos últimos minutos antes de entrar em campo doeu como poucas coisas me afetaram em todos esses anos de vida. Eu sei que não fiz o que os exames estavam apontando, posso já ter feito muita merda, mas não com coisas que me prejudicariam no esporte. Conquistei o título de melhor do mundo lutando duro para tal, não posso permitir que um exame mentiroso coloque isso à prova.

Espero o enfermeiro do departamento médico coletar meu sangue pela segunda vez na semana, dessa vez tendo como palco a diretoria, a comissão nacional de futebol e o Lúcio. A Camilla é quem devia estar aqui comigo, mas ela queria ver o irmão jogar, o único que se beneficiou com todo o caos.

— Prontinho, campeão. – Bastiani dá uns tapinhas no meu ombro, com um sorriso amarelo, imagino que ele também duvide da minha inocência.

— Prontinho o cacete. – Reclamo, me levantando. — Essa droga de exame vai provar que não usei nenhuma droga, mas de qualquer forma já fiquei de fora do primeiro jogo, e aí? Quem vai reparar isso? Esse departamento médico tem que ser punido.

— Quando os resultados saírem tomaremos as atitudes cabíveis para a situação, Daniel. – O presidente diz com o tom apaziguador.

— Os materiais colhidos serão analisados pela junta médica da confederação, evitando qualquer fraude dos exames. – Um cara engravatado com a bandeira da Espanha bordada no bolso do blazer, me informa. — Se for provado que não houve doping a diretoria do clube decidirá livremente quando você volta aos campos, e se o doping confirmar aplicaremos a punição em tribunal.

— Vamos todos voltar ao camarote e ver o restante da partida, o que tiver de ser discutido, será discutido depois. – O presidente encerra a discussão e as pessoas começam a dispersar.

Espero até que todos saiam e respiro fundo, querendo quebrar alguma coisa no soco. Nunca fui uma pessoa violenta, mas a situação me deixa a beira de um surto, não há nada pior no mundo do que ser acusado de algo que não fez.

Somente o Lúcio fica na sala, encostado na parede, me encarando.

— O que você acha que aconteceu? – Ele me pergunta.

— Deve ter sido um erro do laboratório, sei lá – Dou de ombros.

— Que estranho que em todos esses anos jogando profissionalmente a primeira vez que isso acontece, é bem quando aquela agentezinha de meia tigela andava correndo por aí tentando enfiar o Pietro no primeiro jogo da temporada. – Lúcio comenta com um tom acusatório, e estou quase o mandando cair fora, quando me lembro de algo.

Nunca Mais [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora