Capítulo 18: Daniel

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Dou um passo à frente quando o Saymon diz o meu nome, estive me preparando para esse momento desde que ele anunciou que seria eu o capitão do time durante essa rodada

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Dou um passo à frente quando o Saymon diz o meu nome, estive me preparando para esse momento desde que ele anunciou que seria eu o capitão do time durante essa rodada. Nunca pensei em ocupar esse posto, mas agora que estou nele, mesmo que temporariamente, sinto como se estivesse destinado a isso.

Pigarreio e olho à minha volta, vinte jogadores me encarando, toda a comissão técnica e alguns membros da diretoria. Estar no centro das atenções não me incomoda, nem me deixa nervoso, praticamente nasci com uma câmera apontada para o meu rosto. 

Os últimos dois dias foram um inferno, a Camilla sofrendo por conta do golpe, minha mãe e o Lúcio sendo presos hoje pela manhã... mas agora, nesse momento, bloqueio tudo isso. Sou apenas o Daniel Salles, o melhor jogador do mundo.

— Quatro linhas irão nos separar do mundo, lá dentro do campo não importa qualquer problema que tenhamos aqui fora, nem mesmo as rixas individuais. – Viro a cabeça, registrando a expressão de cada um. — Somos um time, e é como um time que iremos entrar lá naquela arena. Essa camisa tem um peso. — Digo, puxando a barra do tecido branco para baixo. — Ela representa o maior time do mundo, e quero que todos a honrem como ela merece. E o jeito certo de fazer isso é dando o nosso melhor, jogando cada jogo como se fosse final de campeonato. Não estamos aqui por coincidência, fomos escolhidos por sermos os melhores. Então seja o melhor do mundo lá dentro. – Aponto em direção a saída do vestiário e todos me aplaudem.

Deslizo a braçadeira azul de capitão pelo meu braço e a deixo sobre a manga da camisa, para mim tem o mesmo efeito que colocar uma coroa na minha cabeça.

— Ouviram o que o Salles falou. – Saymon diz quando os ânimos se acalmam. — É para jogar com raça, não quero nada menos do que a vitória.

Recebo alguns tapinhas nos ombros enquanto a diretoria e a comissão técnica saem do vestiário, a maioria me respeita e está feliz pela minha posição, o único que não demonstra nada é o Pietro, mas me importo uma uva com ele. Saio porta a fora e encontro com os dois organizadores que nos põe em fila, me deixando na frente por ser o capitão.

Escuto a barulheira típica de criança preenchendo o largo corredor, todos os garotinhos uniformizados com o segundo uniforme do time em azul-royal. A maioria pertence ao time sub-7, sendo treinados para um dia se tornarem grandes jogadores, mas alguns estão aqui por favores, como o neto do Bastiani e o pestinha de cabelos trançados que corre na minha direção, deixando uma afoita Sophia para trás.

— Cabelo legal, mini astro da NBA. – Digo ao segurar sua mão pequena.

— Minha mamãe que fez. – Diz ele, falando alto para sobrepor o barulho a nossa volta. — Mas eu não gosto mais de NBA, prefiro futebol.

E assim nasce um fã de futebol, me sinto quase como um pastor iluminando o caminho dessas jovens almas para a melhor coisa do mundo. Que se ferrem todos os jogadores de basquete, o tampinha prefere futebol.

Nunca Mais [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora