O amor na literatura era algo engraçado, constatou o Jeon enquanto tirava os olhos da pagina do livro em suas mãos por um tempo, o dedo marcava bem a linha em que tinha parado, mas provavelmente teria que voltar e ler tudo de novo.
O amor nas palavras e no imaginário das pessoas é tão idealizado, ele pensou, tinha haver com grandes gestos, presentes, palavras bonitas e outras firulas, não que ele não amasse isso, ele era quem sempre se perdia em romances mágicos e perfeitos, mas na sua vida ele gostava de outro tipo de amor.
Jungkook denominava esse amor como: amor do dia-a-dia.
Ele só nunca havia percebido que Jimin era esse tipo de amor. Mas se deparou com essa constatação pela forma organizada com que Jimin lavava a louça e depois limpava a pia direitinho, na forma como ele pegava a listinha do mercado e comprava tudo da marca que Jungkook gostava, na forma como ele prestava atenção na disposição das almofadas do sofá, na maneira como ele distraia o filho por horas a fio para que o namorado pudesse respirar.
Aquilo era amor.
O beijo no rosto era amor, o café na xícara favorita era amor, as roupas dobradas era amor. Jimin era amor.
Tudo bem, ele praticamente morava ali, ajudar com o filho e com as tarefas era o mínimo que ele deveria fazer como pai e adulto funcional que era, mas a forma como ele fazia, aos olhos de Jungkook, era amor.
Ele se levantou e abraçou o mais velho por trás, cheirou o pescoço dele e descansou o rosto no ombro, o Park estava cheirando ao seu sabonete, o cabelo perto do pescoço ainda estava meio gelado pela umidade, suas mãos pousaram na barriga dele, pode aquecer-se no seu tórax com o calor que as costas o mais velho emanavam e sentir o movimento da sua respiração. Suspirou aquilo era tão bom, quase tão bom quanto abraçar Taeyang depois de um dia de trabalho em que seu coração ficava apertado pela saudade.
– Estou quase acabando – falou Jimin, a voz rouca pelo cansaço, havia sido um dia longo e difícil, a mídia era um pé no saco – Quer deitar no sofá e fingir que assiste algum filme enquanto a gente ronca e eu fico agarrando você?
– Achei que você fosse sugerir fingir assistir algo enquanto a gente transa – respondeu Jungkook brincalhão – Sabe como é, hoje o filho está fora e essas coisas.
Jimin suspirou, parecia meio frustrado.
– Eu ia adorar transar com você, mas hoje eu to meio cansado, eu sei que ando faltando muito no quesito sexo mas... – ele ia continuar, mas Jungkook interrompeu apertando sua barriga de leve com os braços.
– Hey, eu só estou brincando, foi um dia difícil – ele beijou a nuca a sua frente – Você não me falta em nenhum quesito, Jimin, o sexo não é a coisa mais importante no relacionamento, quando der a gente tenta fazer, mas hoje eu fico feliz em só deitar e dormir com você.
– Eu sei – respondeu o empresário – Mas não deixo de me sentir culpado, raramente temos tempo juntos que não seja em família, fico com medo de você pensar que eu não estou com vontade.
Jungkook riu.
– Somos pais, amor – ele beijou a nuca de novo, o namorado seguia lavando a louça – O máximo que nós vamos conseguir quando as coisas ficarem tranquilas são algumas rapidinhas silenciosas na calada da noite, ou enquanto fingimos ver séries, ou no chuveiro, mas corre o risco do Yang querer fazer xixi, então melhor não arriscar.
Jimin riu forte.
– Ah, nós também podemos transar no carro – adicionou o Jeon – A gente estaciona de noite na rua e liga uma babá eletrônica no quarto do Yang, fica mais fácil fazer barulho.
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He's not your son - JIKOOK
FanfictionQuando engravidou, acidentalmente, de Park Jimin o herdeiro de uma família rica com quem vivia um romance de verão, Jeon Jungkook o simples atendente de uma cafeteria em Seul decidiu terminar o relacionamento, mas não a gravidez. Quatro anos depois...