He's not your son - JIKOOK

Fixação

Sua cabeça batia repetidamente contra o encosto da poltrona da mesma sala de recepção que havia visitado quando havia ido visitar Park Jimin das outras vezes, havia passado apenas um mês desde o início de tudo aquilo, mas ele sentia que era mais, bem mais, como uma vida inteira, havia um mês em que ele não sabia passar um dia sequer sem pensar no CEO daquele empresa. Seus dedos batucavam na guarda do assento e ele se perguntava se seria bem recebido pelo mais velho, a dois dias na loja quando tentou regatar das agressões de Jin ele fora esquivo e distante; não podia negar que o tratamento recebido era por conta do que dera ao outro em diversas situações.

Todavia, não estava ali para brigar de novo como da última vez em que haviam se beijado, assim pensava pois estava tentando evoluir sua mente perante o pai de seu filho, estava ali por Taeyang, ou melhor, pelo apresentação da escola do filho. Lembrava-se que fora exatamente no primeiro evento como aquele que seu descendente percebera que sua família era de uma maneira diferente, Jungkook compreendia que aquele era um dos primeiros marcos de amadurecimento da mente jovem de seu menino, naquele momento ele compreendera sua verdadeira realidade, pelo menos a momentânea, contudo, não podia dizer que havia sido um momento alegre havia sido um dos piores na vida de pai do Jeon. Por isso estava ali para pedir que Jimin sugerisse ao menino que representasse a sua profissão de empresário como a do seu outro appa para a teatrinho que estavam ensaiando.

No primeiro dia de ensaio Jungkook, que já havia ido na escolinha conversar com a diretora sobre o evento, novamente foi convocado ao colégio para que tivesse que ver Taeyang jogado no chão dizendo que seria uma árvore peça e aí foi questionado o porquê ser uma árvore e ele disse "Eu sou uma planta que fica assistindo os outros, eu não tenho outro appa". Ele só levantou do chão depois de subornos e um pouco de drama, obviamente.

Aquilo dilacerou o seu coração de pai e parecia que a consciência de que aquilo ser sua culpa fazia tudo parecer pior, mais tangível de que talvez ele não fosse tão bom quanto pensava que era e justificar seus atos com seu jargão "Eu só tinha dezenove anos na época" já não era mais cabível, parecia orgulho demais. Orgulho demais e amor de menos pelo seu filho. Sabia que provavelmente Jimin concordaria, ele queria ficar perto do filho a qualquer custo e bradava isso ao mundo, mas mesmo assim já preparava seu peito para qualquer situação, se tivesse que implorar, imploraria sem pestanejar, depois lidaria com seu ego ferido.

- Jungkook-ssi - a voz melodiosa de Taehyung o despertou de seu devaneio. O homem estava parado em sua frente com algumas pastas nos braços, sua gravata estava desalinhada e, com as olheiras aparentes embaixo dos olhos e seus dentes visivelmente trêmulos pelo consumo de café, ele exalava um cansaço pungente. Jeon sabia da declaração que o mais velho havia feito a seu melhor amigo e sabia que ele continuava sem uma resposta e que isso, somado ao excesso de trabalho que havia tendo nos últimos dias devido ao fechamento de finanças que estavam tendo na empresa eram o motivo de seu desgaste físico - Jimin-ah vai receber você agora. Se importa de ir sozinho até o escritório? Sei que deveria te acompanhar até a porta, mas estamos atolados de papelada e eu preciso levar essas pastas para o diretor financeiro.

- Claro que não, hyung - respondeu Jungkook levantando-se - Eu já sei o caminho, pode ir resolver isso aí - Jungkook sabia o quão podia ser cansativa a parta administrativa de uma empresa ainda mais uma multinacional e multimilionária. 

Despediram-se brevemente e seguiram cada um para o seu caminho.

Jungkook não estava tão aflito quanto imaginou que estaria, só tinha muito receio que fosse tratado de forma hostil, apesar de consciência de que o merecia de certa forma, mas tinha tantos sentimentos por Park Jimin que poderia separar por tópicos. 

Primeiro podia falar sobre seu receio dele como pai, mas aí teria que falar sobre como a cada encontro de Jimin com o filho mais confiante ficava sobre o coração de Taeyang estar em boas mãos, desde o soprar da comida quente, até perguntar sobre a escola e realmente prestar atenção na resposta que o menino dava, Jimin parecia querer saber de tudo, mesmo de mal consigo o tratava cordialmente.