He's not your son - JIKOOK

Perdidos

Jungkook entrou no escritório de Yoongi sendo seguido por ele, sentia o peso dos olhares do amigo sobre seus ombros e era inevitável não ser acuado, por mais que soubesse que o mais velho o amasse e quisesse apenas o seu bem, sabia qual era o assunto que precisavam conversar, o sócio provavelmente estava aflito quanto a presença inesperada de Park Jimin e, por mais que não quisesse admitir em voz alta, Jungkook também estava.

- Jungkook... - Yoongi fechou a porta do escritório atrás de si - Park Jimin está sentado na mesa com o seu filho, eles vão tomar café da manhã juntos. Você tem noção do que é isso?

- Tenho - confirmou Jungkook aparentando calma - Park Jimin está sentado na mesa com meu filho e eles vão tomar café da manhã juntos, nada com que se preocupar - Yoongi tinha um olhar abismado no rosto e sua boca estava aberta, como Jungkook podia considerar aquilo nada?

- Nada com que se preocupar?! Jungkook, você ficou maluco? E se o Jimin perceber? Você pode se prejudicar legalmente e perder a guarda do Taeyang, isso é grave, o que você fez é grave.

- Olha, eu não tinha escolha, tudo bem? O que você queria que eu tivesse feito grávido aos dezenove anos de um cara rico? O quê as pessoas não iriam dizer? Eu fiz e faço tudo pela segurança do meu filho - A voz do mais novo era grosseira, pesada, ele lutava contra a vontade que tinha de gritar ao enfrentar aquela situação.

- Você sabe que eu nunca fui a favor disso, eu guardei o segredo, dispensei o Jimin quando ele foi te procurar, mas nunca fui a favor de esconder o Tae  - afirmou sério o Min - Ele tem o direito de saber, o Yang tem direito de saber, Kook! Isso é egoísmo! - Jeon bufou alto, sabia que não era cem por cento certo o que fazia, mas de forma alguma se arrependia de sua escolha, tinha medo de que se não há tivesse tomado, talvez não tivesse aquele menino sapeca para tomar conta.

- Egoísmo, Yoongi, seria se o meu filho estivesse passando necessidade e eu negasse chamar o pai dele - retrucou seco - Mas, Taeyang tem tudo o que o dinheiro pode comprar, tem todo o carinho que eu posso dar, ele não precisa de mais nada, não precisa de ninguém julgando os motivos da concepção dele e nem o conflito entre duas pessoas obrigadas a ficarem juntas só porque ele nasceu.

Yoongi se sentia cansado de discutir mesmo que tivessem falado pouco, mas também sabia que um dia o afiliado iria precisar de um outro pai, e também sabia que Jimin merecia saber. 

 Ele era pai, precisava saber que tinha um filho, afinal, nunca havia feito nada de ruim para Jungkook. Ele era, assim como o mais novo, um garoto que havia se arriscado num romance e não tinha medido as consequências.

- Jungkook, escuta, o Jimin ele...- e então Jeon se tornou uma granada e simplesmente explodiu, como sempre fazia em situações em desespero. 

- Não, Yoongi, chega! Você não entende? Não estamos mais lidando com uma barriga enorme, estamos lidando com uma criança, uma criança que não tem o menor discernimento sobre o que eu fiz. Isso iria bagunçar toda a cabeça do meu filho, sem contar que o pai dele está no auge da carreira. O que os tabloides diriam?  Ao que meu filho não seria submetido? A resposta é não, Park Jimin não vai saber a verdade, pelo menos não agora! - Jungkook abriu a porta e ficou chocado com quem encontrou do lado de fora.

Jimin sentia em seu corpo todo choques elétricos e um zumbido finíssimo transpassando seus ouvidos, tudo ao redor parecia mudo e ele só conseguia focar no homem á frente da porta aberta, olhou para o menino que segurava sua mão com tranquilidade e tentou, mesmo que lentamente, raciocinar o que havia ouvido da conversa que os outros estavam tendo. Ele era pai? Ele tinha uma filho? Era muito para a sua mente aquele informação. 

Não fora sua intenção estar atrás da porta do escritório de Yoongi e descobrir que era pai de  Taeyang, na verdade a intenção de estar ali era do próprio menino que havia estranhado Jungkook não ter ido até a mesa em que estavam e ficara insistindo que queria falar com o pai. O menino havia pedido aquilo com uma feição tão fofinha, que era impossível dizer não, o efeito do olhar dele era tão impactante quanto o olhar do Gato de Botas.