Incrível

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Taeyang amava Jimin, talvez essa fosse a coisa mais surpreendente que Jungkook havia percebido naqueles poucos sessenta minutos de almoço que havia tido com os dois meninos. Taeyang parecia uma criança cheia de desenvoltura e liberdade com o mundo, mas na verdade ele era tímido, tanto quanto Jungkook havia sido pelo menos até seus quinze anos, ele era tão ele mesmo que as vezes era difícil se enturmar, não ajudava muito ele ser canhoto, também não ajudava muito ele ter só um pai, então acabava que ele era fechado para noventa e nove por cento das pessoas ao redor dele, mas por mais incrível que parecesse ele era livre com Jimin.

E em nada tinha haver com o fato de que Jimin era biologicamente ligado a ele, tinha haver com o tanto de reciprocidade que o adulto dava a cada mísero gesto que o pequeno Jeon fazia, parecia que a qualquer momento ele ia escapar por entre seus dedos e que ele precisava do pequeno menino com quem precisa de oxigênio. Um amor genuíno e tão rápido, talvez fosse uma paixão, no sentido mais puro e bonito da palavra, algo que não envolvia a carne, mas sim o espírito deles.

- Vamos tira uma sonequinha? - perguntou ao filho enquanto Jimin abria a porta do quarto.

- Ah, não - respondeu o menino - Eu quero ir 'pra praia, né, Tio? Vamos para praia! - menino olhou para o adulto que estava tirando os sapatos com expectativa, enquanto Jungkook encarava o menino por estranhar a teimosia.

- Nós vamos mais tarde, por que não tiramos uma soneca antes? O sol está muito quente agora para ficar na praia.

- O sol 'tá mais quente? - perguntou Taeyang interessado repentinamente no assunto.

- É, o sol fica mais quente no início da tarde, então é melhor não ir á praia e evitar queimaduras.

- Entendi - respondeu concordando - Então eu quero tirar uma sonequinha com vocês. 

A cama da suíte era king size, comportava confortavelmente os três, Jungkook podia ter ido dormir no seu próprio quarto, que era no integrado ao de Jimin, mas parecia mais conveniente ficar ali, de frente para seu filho, de frente para o homem que fazia coisas esquisitas com seu coração, que o irritava, perturbava, tirava sua vida do eixo perfeito que estabelecer. Era estranho como ainda lembrava como queria proteger a guarda do filho a qualquer custo, não fazia muito tempo, mas não podia negar que se sentia bem e tranquilo deitado ali.

- Jungkook? - chamou Jimin atrás de Taeyang que já ressonava baixinho.

- Hm? - resmungou.

- Pare com isso.

- Isso, o quê? - o Jeon franziu o cenho.

- Pensar - respondeu o empresário.

- Eu não estava pensando - respondeu meio indignado, meio surpreso. Era uma pessoa tão fácil de ler?

- Você vinca o rosto inteiro enquanto pensa, ou perece que viu um fantasma, é muito difícil não perceber.

Jungkook corou, sabia que era verdade.

- Só pare de pensar, nada de muito bom sai quando você pensa - Jimin soltou uma risadinha depois de falar, Jungkook sabia que a frase continha milhares de significados e algumas histórias engraçadas. 

- Vai dormir, Park Jimin.

- Digo mesmo para você, Jeon Jungkook.

Depois disso nada mais pode ser ouvido, só o suave ritmo da seus respirações. 

{...}

A água batia nos ladrilhos da imensa sacada do quarto do hotel e respingava na sola dos pés de Jungkook causando um arrepio insistente e estranhamente reconfortante enquanto ele continuava a leitura do livro.  

He's not your son - JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora