Crime Perfeito

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• Nicolly🧚‍♀️•

Vinicius tinha saído durante a tarde e me deixado sozinha, aproveitei pra tomar um banho e apaguei também. Passei o resto da tarde dormindo e só acordei quase que dez da noite com o barulho da porta batendo por conta do vento que vinha da janela que eu tinha esquecido de fechar. 

Chorei literalmente igual uma criança ouvindo tudo o que o Vinicius me falou, me doeu pra caralho, sabe? Parece que era como se fosse alguem da minha família. 

Cara como que a própria mãe fez isso com o filho só pra se vingar do pai, por ele simplesmente não querer mais nada com ela. Eu só fico pensando o quando o Henrique deve ter sofrido nas mãos dessa louca.

Nicolly: Chegou faz tempo? - Falei olhando pro Vinicius que entrou no quarto deixando um cheiro maravilhoso de perfume misturado com maconha no ar. Me amarro no cheiro dele, sempre cheiroso, fico logo fraca. 

Zl: Tem tanto tempo assim não. - Me olhou de lado. - Quer sair pra comer alguma coisa? Tem umas parada pra comer aí, mas eu não vou fazer nada não. 

Nicolly: Ala, só força. Vou só vestir um short ali e passar uma água no rosto. - Fui me levantando indo em direção ao banheiro. 

Escovei os dentes e dei só uma ajeitada no cabelo. Vesti um short djens que eu tinha trago e ia com a blusa do Vinicius mesmo. Amo usar blusa de homem, e as dele então... 

Zl: Tá se sentindo a dona das minhas blusas mermo né? - Falou rodando a chave da moto na mão.

Nicolly: Sabe o que que é? É que a blusa que eu trouxe é curta aí vai fazer mó frio, sabe?! - Falei seguindo ele até a garagem. Já até sei que vou passar maior estresse com ele nessa moto, maluco parece que quer me matar. - Só vai devagar em Vinicius... parece doido. 

Zl: Robozão desse e cê acha que eu vou andar devagar? - Dei uma risada de puro deboche e ele deu partida saindo dali numa velocidade do caralho, filho da puta faz de propósito porque sabe que eu odeio que ele faça isso. 

Na velocidade que ele foi nem demorou pra ele chegar no lugar também. Era um trailer todo bonitinho na praça que tinha ali. Geral olhou pra gente, mais precisamente pra mim, e mesmo tentando ignorar tudo, é chato né, ver todo mundo te olhando torto e comentando algo com a pessoa do lado.

Sei que a maioria dos meninos daqui me olham torto por eu ser a filha do tal juiz que mandou prender o Vh. E pra eles filho de inimigo também é inimigo. Mas agora as meninas ou me encaram por causa do Zl, ou porque elas sabem que eu sou de fora, que fui sequestrada e os caralho todo. Sei lá...

Zl: Geral olha feio assim mesmo, mas já já para, mas se tu quiser ir embora nós vai. - Foi me guiando até a mesa e eu só neguei com a cabeça.

Nicolly: Tá de boa. - Me sentei deixando meu celular em cima da mesa. Veio uma mulher super simpática atender a gente e provavelmente já conhecia o Zl porque foi comentando várias coisas com ele enquanto nos atendia. 

Acabou que eu deixei o Vinicius escolher pra mim já que ele é mais acostumado a vir por aqui e tals...

[...]

Nem quis ficar por muito tempo ali na praça não, já estava ficando realmente incomodada com o pessoal me encarando feio ali. Sei nem porquê ficar encarando os outros parecendo uma bando de doido, eu hein.

Acabou que o Vinicius me chamou pra subir no alto do morro, e te falar, um ponto de paz real, um silêncio mó daora só vendo as luzes das diversas casas brilhando e sem contar a vista do céu, a lua estava cheia e iluminando legal onde a gente estava. Tava achando tudo perfeito, real mesmo.

Eu estava na maior paz mesmo conversando vários e mais vários assuntos com o Zl, ele estava num bom humor hoje que nem eu estava sabendo lidar, mas eu também nem julgo as mudanças de humor dele porque eu sou literalmente igual. A cada hora um humor diferente e assim seguimos. 

A gente falou de literalmente tudo mesmo. Coisa que eu nunca nem tinha falado pra ninguém eu falei pra ele. Falei sobre os meus medos, traumas, inseguranças e o caralho todo. Tava me sentindo até mais leve, e o melhor ainda, falei sem chorar, coisa incrível...

Nicolly: Sou literalmente parecida com a minha mãe em tudo, acho que por isso o meu pai sempre me evitava e tals, ele se lembrava dela sempre

Zl: Ela morreu no teu parto né? - Disse me olhando e eu olhei pra ele surpresa. Até onde eu sei eu nunca falei disso pra ele. 

Nicolly: Foi, mas tu sabe isso como? 

Zl: Três meses investigando tudo seu e do teu pai ué. Sei de muita parada tua. - Falou todo cínico e eu levantei a sobrancelha desacreditando real.