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• Zl🎭 •

Nicolly conheceu o carro da mina lá de longe, encostei a moto logo atrás do carro dela e quando a Nicolly olhou pra frente, viu ela sentada ali na calçada e foi correndo na direção dela.

Ajeitei o boné na cabeça e encarei a cena, vendo que ela chorava pra caralho, enquanto as mãos dela estavam sujas de sangue.

Bateu maior neurose pô, papo reto!

Nicolly: Tainara, se acalma, respirar fundo e fala pra aonde tá o Té? Fala pra mim que você não fez o que eu tô pensando.

Tainara: Eu... - Gaguejou e eu nem esperei ela continuar, entrei correndo no beco que dava na praça na busca de achar o Té.

A praça tava um silêncio do caralho, o que só me fez pensar mais ainda no pior.

Zl: Desgraça do caralho! - Olhei pra ele que me olhou rindo. Porra viado, tomei um susto legal. Ele estava encostado no portão de uma casa com a mão na coxa.

: Se assustou Vinicius? - Falou olhando pra perna que sangrava. Ele fez careta demonstrando que estava doendo e fui pro lado dele pra ajudar ele a andar.

Zl: Caraí viado vim jurando que eu ia te achar estirado no chão com um buraco no meio da testa, e eu entro aqui e te vejo vivo. Quase que quem morre sou eu.

Té: É assim que você gosta de mim Zl? Ao invés de vim na intenção de me achar vivo, você veio jurando que eu tava morto?

Zl: A vida é cheia de tragédias pô, então você tem que se preparar pro pior. - Ele me encarou.

Té: Papo feião esse seu em. E a próxima vez que tu me mandar toma no cu, eu te arrebento. Vai vendo.

Zl: Tenta então caraí. Vou jogar álcool nessa perna sua, cê vai ver. - Ele riu. - Mas o que rolou com ela? - Parei de andar vendo ele se encostar na parede e começar a me contar.

Té: E foi isso pô, ela abaixou a arma do nada eu só ouvi o barulho do disparo não muito alto por causa do silenciador e senti minha perna queima. Me abaixei sentindo minha perna formigar e ela se abaixou na minha frente, olhou a minha perna e pediu desculpas. Papo reto, entendi nada!

Zl: Eu eu tô entendendo então? A mina faz um auê todo, atrapalha a minha foda, dá um tiro na tua perna e no fim pede desculpas. Se eu soubesse tinha nem vindo!

Té: Tu é muito fudido mermo em Vinicius. Viado do caralho. - Dei risada. Ajudei ele a continuar e assim que sai do beco, ele e a Tainara se olharam ela olhou pra perna dele e desviou o olhar depois. Mina sem noção nenhuma pô.

Zl: Papo reto, me explica aí qual foi dessa cachorrada de vocês. Porque foi sem fundamento nenhum isso aí, tu atira no cara e ainda pede desculpas? - Olhei pra ela.

Nicolly: Vinicius faz um favor... - Tentou me cortar.

Zl: Não! Nem vem Nicolly. Ou, tu tem noção do que podia acontecer contigo caso o Té estivesse morto nesse momento?! Porra fia, você tá grávida, GRÁVIDA! Você pensou no pivete que tá na tua barriga antes de fazer isso tudo? Parou pra pelo menos pensar no que podia acontecer com ele. Julgou tanto o Té por ele ter feito aquilo com o seu pai mas no fim você ia fazer o mesmo com ele!

Tainara: Eu sei tá! Eu já sei. - Limpou as lágrimas do rosto. - Eu só pensei em mim, e em momento algum eu me lembrei do meu filho, se acontecesse alguma coisa com ele eu ia me culpar pro resto da vida minha vida. Mas eu estava tão cega de ódio que a única coisa que permaneceu em mim foi isso.

Zl: Pra você ver, mas fala aí, ia dar em que isso aí? Não ia tirar a sua dor não parceira, só ia fazer você se afundar mais, você ia ficar dez vezes pior do que você já tá! Não tiro a sua razão, e sei bem o que tá passando na sua cabeça. A gente acha que eliminando a pessoa que fez ruim pra gente da nossa vida, vai resolver de algo. Mas não vai! Tu fica suave ali naquele instante, mas depois vai doer do mesmo jeito, porque aquilo ali, não vai trazer quem morreu de volta!

: Zl... - Me chamou e eu nem quis dar muito atenção não.

Zl: Se resolvam aí, papo reto. - Sai andando em direção a minha moto escutando a Nicolly me chamar mas eu nem quis dar ideia. Me sentei no chão e de onde eles estavam nem dava pra me ver direito.

Porra, quando eu matei a desgraçada da mãe do Henrique eu não senti nada, aliás nunca senti nada por aquela filha da puta a única que eu desejo agora nesse momento é que ela esteja queimando no inferno.

Pô, eu achei que aquilo ali ia aliviar a minha dor. Mas não. Quando eu cheguei em casa e vi tudo dele ali eu sabia que ele não voltava, sabia que eu não ia mais ver ele, ouvir a voz dele.

É óbvio que pra mim não pesou a consciência, mas pra ela que com certeza gosta do Té e ainda mais que ela tem cara de que nunca fez mal a ninguém, ia ser um back do caralho.

Já faz quatros anos que o Henrique morreu, e dói até hoje, como se eu tivesse perdido ele ontem. A dor nunca vai passar, a gente só aprende a conviver com ela. Podem se passar anos, mas a saudade sempre vai ser a mesma. 

É por isso que eu evito filho ao máximo, ainda mais depois que a Nicolly perdeu o neném que ela esperava, eu vi que ser pai é um negócio que não é pra mim!

▪ ▪ ▪
Ninguém quis deixar eu matar o Té 😔

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora