Suelen: Tá tranquila você! - me encarou.
Tava lá no fórum eu, minha mãe e meu advogado. Ele foi falar com uns colegas dele, chegou no balcão e eu permaneci sentada com a minha mãe do meu lado no banco!
Minha mãe tremendo, cara... dessa vez ela estava mais nervosa que eu, pois por incrível que pareça eu tinha me preparado bem.
Samara: Tô mesmo! Última vez fiquei naquele sofrimento, nem dormia e deu em que? Em nada! - fui sincera.
Suelen: Realmente... mas tô na fé de meu oxalá que tudo vai dar certo! - assenti.
Quem diz que essa senhora é de Oxalá? Ninguém! Ela pinta como ninguém, poço da revolta e doidice quando quer que não tá no gibi... esquece.
Falava pra ela antes que o Oxumarê dela ficava na frente, pois não era possível... Única coisa que ela tinha "do santo" era só usar roupas claras, apenas.
Minha mãe tem pavor, não veste, não usa de jeito nenhum roupas escuras. Pior que ela não usa e ainda fala quando a pessoa usa né? Diz que não faz bem, que não é bom!
E só! Só isso mesmo, pois não tinha nada da paz de oxalá, era só a astúcia de oxumare, o jeito falante, animado e sinceríssimo.
Chegou nossa vez, eu entrei na sala. Tava super plena, mas foi começar a audiência que chega deu dor de barriga... tnc!
Meu futuro nesse momento, não tem como ficar calma não, menti, já passou. Eu já não aguentava mais isso aqui, queria minha liberdade.
O tempo todo tremendo, como só entrou na sala as partes, minha mãe não estava comigo. Deu a decisão eu saí quieta, muda, apática, mas quando encontrei a minha mãe, eu desabei!
Samara: Aí, tô livre! Livre, finalmente. - falei chorando.
Aí foi aquele chororô no fórum, eu tava nem aí quem me olhava, só sabia chorar. Era eu de um lado, minha mãe de um outro... dava pra encher um rio!
Advogado foi comigo, conversou o caminho todo até a hora de eu tirar a trança, desativar meu roteador, né? Adeus sinal de Samara, Lili cantou.
Assinei uma cassetada de papéis, tão mais que os pra pegar essa merda, foi o pra tirar. Tava com o dedo já cansado, mas assinei com o sorriso no rosto!
Até a moça que tava me dando os papéis me dando conselho, falando que eu era uma moça tão linda, só tinha dezenove anos, que era pra eu aproveitar a chance, não fazer besteira.
Me chamou de linda, elogiou, mas antes xoxou a beça né? Me comparou com tantas outras, outra ocasião cortaria ela... mas nem liguei, só assenti.
Suelen: Você tá ouvindo seu advogado né, Samara? Depois você ainda vai voltar aqui, eles vão continuar te acompanhando!
Samara: Eu sei, manhê. Tô ouvindo! - falei impaciente.
O doutô falando na minha cara e ela repetindo, perguntando se eu tava ouvindo. Meu pai... eu tava surda por acaso? Não!
Suelen: Já começou com as ignorâncias? Só porque tirou a merda do pé, já ta criando asinhas de novo. - me xoxou logo e eu até rir.
Samara: Ih, meu pai! - nem liguei pra ela. - Tô de asa nenhuma, mas eu já escutei, meu amor. - falei sorrindo. - Entendi tudo! - fiz a paciente.
Foi o caminho todo no meu ouvido e o pessoal no meu wpp me enchendo de mensagem. Uenderson falando comigo, ele que veio buscar a gente.
Uenderson: Vê se agora não faz mais besteira, vira gente! Para de ser metida, põe os pés no chão e vive sua realidade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
BANGU CITY 🧨 (DEGUSTAÇÃO)
Teen Fiction+18 | LIVRO COMPLETO DISPONÍVEL PARA ASSINATURA.