BANGU CITY 🧨 (DEGUSTAÇÃO)

13

Samara: Venho pra cá e a senhora vai sair?

Vim ver a minha vó né? Porque tava se chorando no wpp que eu não vinha ver ela, que agora só fico com os povo da igreja, com macho e que não ligo.

Nair: Menina, fica aí com seus primos, vão conversar, matar a saudades! - sorri sem humor e ela me encarou séria.

Samara: Vim ficar com a senhora, vó! Soubesse nem subia.

Nair: Mas eu vou sair, tenho que ir no banco, já tinha marcado.

Samara: Então já vou... mais tarde ou amanhã eu volto!

Nair: Você vai ficar aí, ficar com seus parentes. Eu, ein? Tá de besteira? Gostava tanto de ficar com seus primos, ficarem conversando, agora tá nessa? Vou lá e quando eu voltar quero te encontrar aqui. - falou seríssima.

Vou desobedecer? Não vou, então fiquei! Tava todo mundo na varanda, as meninas na rede e os meninos na mesa jogando!

Ela saiu fui me encontrando, cheguei junto da Ingrid e fiquei, ficava toda sem graça. Inara me deu espaço, sentei, tava olhando pro nada, esperando o boy me responder no wpp, quando começamos as fofocas da vida alheia.

Samara: Thaigo tá fechando na boca? Não creio! - falei chocada.

Lelezinha: Sim, creia.

Jordan: Mentira, tudo mentira! - se meteu. - Fofoca! Tudo fofoca de Zé povinho! - fez gesto com a mão.

Lelezinha: É verdade sim, porque já me disseram que ele tava mesmo. - rebateu.

Jordan: Você quer saber mais que eu que sou amigo do cara né? - riu. - Brabão mesmo!

Marlon: Ela é foda, moleque... tá esquecido? Tá bem informada dessas paradas!

Jordan: Vou nem discutir com ela!

Lelezinha: É verdade sim, eu sei que é... Você não vai falar que é porque é amigo dele, quer encobrir. Mas as próprias pessoas de lá de dentro me disse que ele tá formando sim, tá fechado!

Jordan: Então deve ser mesmo, pra tu tá com tanta certeza assim né mano? - debochou. - Esqueci que você é fiscal da boca, tudo que acontece com os fuzil daqui você tem que saber!

Marlon; Tem que passar por ela, menó. Maria fuzil, como não sabe? - riu.

Jordan: Papo reto, já já vai papar o moleque também!

Lelezinha: Problema de quem?

Jordan: Todo seu, fia! Acha isso maneiro ainda, nem se manca. - começaram a brigar.

Eu ouvindo as informações calada, chocada e atômica que rolando a briga de xingando e eu nem aí, tava só digerindo.

Tava chocada, eu estava boba... que isso! Quem diria, gente... de onde você menos espera que vem as surpresas, mas cada um faz o que pode pra conquistar o seu né? Não julgo!

Bofe pobre de marré, do nada começou a melhorar, já era esperado, eu que não imaginei, ou tava bem escondido... mas nada fica né?

Nem falei mais nada, fiquei conversando com o boy pelo wpp. Tava falando que tava com vontade de comer uma torta pra ele, ele mandou passar o endereço que ia pedir pra mim!

Não passei? Claro que passei! Estamos namorando, tem é mais que bancar, dar moral... até minha academia tá pagando, quanto mais.

A gente ficou naquele chove e não molha antes né???? Ele naquela ladainha querendo me cozinhar, eu fazendo de sonsa, os pais dele pondo pressão, mas logo logo tomou atitude.

Foi um bagulho sem graça, falou do nada, teve nada de alarme, emoção... mas tudo bem. O resto a gente corre atrás, só queria que entrasse no meu porte mesmo! Muito bom!

Inara: Tem entregador que não sobe aqui não, mona! Vai ter que ir lá buscar.

Samara: Sério? - já olhei pro Jordan.

Jordan: Não vou lá não, nem me olha. - disse com a cara no celular.

Samara: Deixa de ruindade...

Jordan: Você falando de ruindade? Tem nem moral pra isso, Samara! Escrotona toda vida! - até rir.

Marlon: Ela rir ainda! Kkk

Jordan: É porque ela sabe que é verdade, menó! Essa garota é ruim... - rir mais ainda.

Samara: Mas agora tô tentando ser uma nova criatura, melhorando.

Lelezinha: Não tô vendo isso não, continua de nariz em pé!

Samara: Aí, quem falou contigo? Incrível que tudo se mete, chatona!

Lelezinha: Só dei minha opinião, mona! - veio de deboche, rancinho de favelada.

Samara: Mas ninguém pediu, gata! Eu pedi? Tô falando com ele aqui. - cortei logo.

Eu mudo de gato pra cão do nada, é só mexer comigo. Ih, tudo se mete... não se toca! Se a gente já dá choque, não se mete nas minhas coisas, gente.

Inara: Ih, vamos acabar isso daqui! Bora lá, Samara... Marlon, me dá a chave aí.

Ainda ficaram se amarrando pra dar, fico de cara, eles realmente acham que o carro é deles, sendo que é da minha vó.

Torta que o bofe pediu pra mim veio do Jacarepaguá, cara... longe a beça, mas também não foi qualquer torta, foi coisa chique, cara, de fora da favela! Gosto assim....

Ela destravou o carro, entrou, ligou, foi pra dar a partida e só aí eu lembrei que nem sabia se ela sabia dirigir, né? Travei!

Inara: Ih, Samara! Tá por fora você... - riu.

Samara: Aprendeu com quem?

Inara: Com o teu irmão, o Uanderson.

Também aprendi com meu irmão, mas já tinha maior cara que não pegava carro, então já tinha perdido vários macetes!

Peguei minha torta com o entregador e ele realmente não entrou, parou lá na saída da favela. Voltamos conversando, Inara falando do boy, Ih...

Inara: Ele é maneirinho né?

Samara: Sim, muito! Me mima bastante, é um amor, adoro ele!

Inara: Hum... Tem cara de safado, junto com todo o restante do kit. - falou da farda. - Mas e aí, é safado mesmo, plima?

Samara: Hã? - me fiz de demente.

Inara: Ah, pronto. Virou crente não faz mais putaria, não pode fornicar, vai aguardar o casamento? - debochou.

Samara: Eu, ein! - rir sarcástica.

Inara: Fala aí, garota! Deixa de bobagem... - ficou enchendo o saco mesmo.

Samara: É, é safado sim. Muita loucura! - menti.

Ia falar com ninguém que o bofe nunca me comeu? Não mesmo, inventei. Das minhas primas ela é a que eu sou mais chegada, sempre fui, mas a gente tava se reaproximando agora e não me sentia a vontade também pra expor essas coisas!

Samara: Na hora de pegar não quis, agora quer pedaço? Toma, Ingrid!

Dei pra minha caçula um pedaço, faz todas as minhas vontades, então tem moral comigo. Ficou enchendo meu saco ele, acha que eu ligo.

Jordan: Depois ainda diz que virou crente...

Samara: Mas virei mesmo. Só que Deus mandou dividir o pão, na a torta! - se irritou maneiro, mas eu nem aí, me paga assim.