Vingança Divina

Capítulo 55

LEON
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Tem algo incomodando tanto meu quadril, que meu cérebro desiste de ignorar isso e começa a me despertar por completo. Primeiro sinto com mais intensidade a maciez que protege minha cabeça e o cobertor quentinho que protege meu corpo do frio.

Isso até me faz ter vontade de virar para o outro lado e voltar a dormir, mas agora eu estou desperto. Desperto o suficiente para que a última coisa que me lembre passe pela minha mente e eu comece a fazer perguntas.

O que aconteceu? Me lembro do momento que encontramos a criatura, do nosso plano, dela chegando perto de nós, de Cattleya falando com ela e...a criatura abocanhando minha mão.

Quando lembro da dor excruciante que eu sentir...abro os olhos e me sento bruscamente, desesperado para saber se Caswell está bem. Algo aconteceu com ela? Ela também foi machucada? Olho meus arredores, checando onde estou e se minha esposa está aqui, se ela está bem.

Com uma única olhada, noto que estou em uma caverna e não tinha nenhum cobertor me aquecendo, era a asa de Brody em cima de mim. Eu estava deitado ao lado dele e o que estava me incomodando, o que me despertou, foi uma pedra. Com meu movimento brusco, Brody acordou junto comigo e agora está se remexendo, um pouco bravo. Faço um carinho em sua barriga instantâneamente, um pedido de desculpas e para acalmá-lo.

— Graças aos céus, você acordou! — Caswell aparece em meu campo de visão e eu logo a avalio. Ótimo, ela está bem, nada aconteceu. É um alívio. Minha esposa caminha até mim e se agacha na minha frente. — Você me assustou... fiquei desesperada, duvidando se aquele tônico iria funcionar ou não, se era um antídoto mesmo. Como está se sentindo? Alguma dor? Eu tentei usar um feitiço de cura em você, mas as marcas de dentes não desapareceram e eu...eu achei que…

— Estou bem, Cass.

Seguro as mãos dela para acalmá-la. Já estava notando em sua expressão o quanto ela ficou apavorada, mas agora com suas palavras...céus, eu a assustei, muito.

— Está tudo bem. — me inclino para perto dela e a envolvo com meus braços em um abraço apertado, logo depois deposito um beijo ao lado da sua cabeça e acaricio sua nuca. Quero que esse sentimento ruim suma dela. Isso não devia ter acontecido. — Estou bem.

Enquanto ela me abraça bem apertado, com seu rosto deitado em meu peito, e vai se acalmando, eu dou mais uma olhada nos arredores da caverna.

Como eu cheguei até aqui? Lembro que estávamos na montanha inclinada antes que eu perdesse os sentidos...olho mais uma vez para a minha mão e entendo. Fui envenenado pelos dentes da criatura. Eu ainda tenho as marcas dos dentes na minha palma e no meu pulso, marcas bem pretas, mas parece que está tudo bem. A cura de Caswell funcionou e...o antídoto? Me esforço para pensar como ela conseguiu esse antídoto. Logo me lembro de algo pesado surgindo em minhas mãos antes de eu desmaiar e isso só pode ter vindo de uma única pessoa…

Você está aí, Cattleya? Chamo ela através da nossa ligação mental. Ela sempre demora um pouco para surgir depois que eu acordo, pois ela me dá um pouco de espaço para eu acordar de vez.

Estou. Ela aparece imediatamente, um pouco cautelosa. Como você está? Alguma sequela?

Ela não precisava perguntar isso já que pode sentir tudo o que está acontecendo comigo, mas aprecio sua pergunta. Entendo a preocupação dela, porque estou muito furioso com o que aconteceu. Aquela criatura traiçoeira, quase me matou com seu veneno. Quero esganar ela.

Estou bem, graças ao antídoto que você criou...obrigado por isso.

Ela foi muito esperta e rápida em criar o antídoto antes que eu ficasse inconsciente, deve ter se esforçado bastante para conseguir fazer isso.