MARIGNY
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Uma batalha é muito mais assustadora do que eu imaginei. Muito mais.
É apavorante, aterrorizante, desoladora, triste.
Não consigo entender como as pessoas escolheram ficar ao lado das sombras, escolheram obedecer e matar inocentes para que pudessem ficar com a força que ganharam em seus poderes.
Por que tanta ambição? Por que tanto desejo de ser superior a todos? A ser grande? Não consigo entender como funciona a cabeça de pessoas assim. Por que não se aceitar como é e buscar a felicidade da forma certa? Por que virar um assassino?
É triste.
É triste porque agora pessoas boas estão morrendo por causa de pessoas ruins e seus desejos e ambições ainda piores.
Sangue está sendo derramado, muitas pessoas estão morrendo, pessoas estão perdendo entes queridos, pessoas estão sendo feridas e continuam a lutar assim mesmo para não morrer, e parece que a batalha não tem fim.
Já fazem horas.
Já fazem horas que os inimigos chegaram e os exércitos começaram a lutar. A lua brilha e percorre o céu, observando a luta que ocorre abaixo de si, observando sua preciosa amiga terra ser manchada com sangue. Ela sente a mesma tristeza que eu estou sentindo ao ver essa cena? Provavelmente sim.
Não sei como os soldados estão aguentando tanto tempo de luta, como estão aguentando as armaduras, o peso das espadas e dos escudos, os seus poderes se exaurindo. Eu estou cansada de ficar tanto tempo em pé e invocar tantos feitiços para atacar os inimigos, mas me sinto egoísta por sequer ter um pensamento assim. Minha situação não se compara em nada com os soldados que estão lutando no campo, que estão sendo feridos por armas, enquanto eu ao menos posso parar por um instante para tomar um gole de água e comer um pedaço de pão. Eles não podem fazer isso.
Eu queria estar no campo de batalha, queria estar lutando ao lado das pessoas que escolheram Phyzank como seu reino, que escolheram lutar pelo seu novo lar. Mas não tenho a capacidade para isso. Eu me sentiria perdida no campo de batalha e provavelmente seria morta por um ataque nas costas em poucos minutos. Então não protestei quando Andrew e Taya disseram que seria melhor se eu ficasse nos muros com os outros feiticeiros, fazendo o ataque à distância, protegendo o castelo.
Eles me pediram isso por medo de perder sua rainha, alguém que acabou de reerguer um reino e tem tanto a fazer ainda, mas eu aceitei porque sabia que eles iriam comandar bem o nosso exército durante a luta. Um comando muito melhor que o meu.
Preciso de anos para conseguir entender completamente como um exército funciona, e não tive esses anos para aprender, minhas amigas apenas me ensinaram o básico para ser rainha, e um dos ensinamentos era sobre escolher bem as pessoas em quem confiar. Porque um reino só fica de pé quando um governante confia em sua corte e trabalha junto com ela. Não serei uma rainha boa se tomar conta de tudo sozinha, se não confiar nos conselhos e habilidades das pessoas ao meu redor. E confio que Andrew e Taya são as pessoas certas para comandar o exército, por isso os escolhi.
Depois que tudo acabar, eles irão continuar me ensinando como um exército funciona e eu irei trabalhar junto com eles, ao lado deles. Irei trabalhar com toda minha corte para fazer o melhor por todos.
Porque eles vão sobreviver e voltar para Phyzank comigo.
Eu tenho certeza disso.
Meu coração está palpitando de medo desde que os inimigos chegaram, mas eu sei que vai dar tudo certo, não vou perder ninguém que amo.
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Vingança Divina
FantasyVol. 3 da trilogia "Ascensão dos Reinos" As barreiras caíram. O mal invadiu o mundo. Eles continuam atrás de uma forma de sobreviver, se unem para lutar e se ajudar, enquanto a Primeira Mulher começa sua vingança. Ela está disposta a...