Vingança Divina

Capítulo 19

HENRIK
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Quinto dia.

Esses últimos dias estão me deixando maluco. E com uma bela dor de cabeça que insiste em aparecer em vários momentos.

Minha preocupação só aumenta quando chegamos perto de Sathar. A cidade onde, por muito tempo, Alik governou. Não vamos ser muito bem recebidos, já estou esperando isso, e vamos ter que ser espertos ao falar com os soldados que estão por aqui. Eles tem que se voltar contra Alik e vir para o nosso lado.

Nosso grupo teve que parar um pouco afastados da cidade enquanto Asher, Glen e Kaylee iam para lá sozinhos, conversar com alguns conhecidos deles. Eles vem se mostrando ótimos aliados. Estou confiante que, graças a eles, vamos conseguir trazer ainda mais soldados para o nosso lado.

— Henrik. — saio dos meus devaneios preocupados quando Makenna se aproxima de mim. — Chegou isso.

Ela me entrega dois pequenos papéis. Meu primeiro pensamento é que aconteceu algo com os soldados que estão indo para Hemort, mas então lembro que já recebemos notícias deles por um batedor essa manhã que dizia que eles já chegaram na fronteira de Hemort. Está tudo bem com eles.

O primeiro papel está aberto, deixando claro que alguém já leu, e o outro está fechado, bem enrolado. Consigo ver nesse segundo o nome de Roman escrito em uma letra bem pequena.

Olho os arredores, procurando por meu namorado, mas só vejo Tyrion, Chadd e Maryna conversando. Roman ainda não voltou da sua tarefa com Weynar e Keeran de procurar água. Por isso volto meu olhar para Makenna. É quando eu percebo a ruga de preocupação no meio da sua testa.

Leio o papel aberto para saber qual é o motivo.

"Tudo certo. Nenhum problema por aqui. Irei resolver a situação com o L, não se preocupem. Mandem notícias.

— E "

Um bilhete de Eudora. Finalmente. Mandamos um bilhete para ela ontem de manhã, contando o que descobrimos sobre Ludke.

Lembro muito bem o quanto fiquei desconfiado de Ludke quando vi seus olhos brilhantes, mas estava muito distraído com Roman e os planos para missões que estávamos fazendo. Só pude sair da aldeia deixando um aviso para Eudora, que ela ficasse de olhos bem abertos com esse homem. Depois que vi que Sewti também tinha os olhos brilhantes, percebi o que estava bem em minha frente, o quanto fui idiota de ter saído da aldeia sem um aviso mais concreto.

Ainda não entendo como eu e meus irmãos conseguimos identificar os deuses pelo seus olhos. Talvez por causa do sangue da nossa mãe. E isso é muito útil.

Me sinto culpado por ter ir embora de Mount Shingcal sem tentar entender porque eu via aqueles olhos brilhantes, consequentemente deixando um deus na aldeia. Agora todos de lá estão correndo perigo. Espero que as barreiras de proteção também sejam capazes de deixar as criaturas bem longe de lá, senão... seria mais um grande problema.

— O que será que ela irá fazer? — Makenna me pergunta.

— Eu não sei.

Também estou preocupado com o que pode acontecer tendo um deus na aldeia. Makenna me disse o quanto ele conseguia mexer com a mente de alguém só com sua simples presença. Ele tem o poder de fazer as pessoas não desconfiarem dele. Sua beleza hipnotiza qualquer um. Mas sei que Eudora vai dar um jeito nele. Ela é poderosa, e não digo isso só por causa do poder dela.

— Vamos torcer para que fique tudo bem. — tento abrir um sorriso para Makenna. — Eudora é inteligente.

Minha amiga também tenta ser otimista, porém, é muito difícil. Passamos por muitas coisas, coisas que nos mudaram.