Capítulo 3

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- Tivemos que olhar tudo o que ela trazia, procurando algum contacto

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- Tivemos que olhar tudo o que ela trazia, procurando algum contacto. - O médico fala, enquanto encaro a garota deitada na cama. - E foi nessa altura que descobrimos aquelas duas cartas. - Ela aponta para a criado mudo. - Uma é da mãe e a outra uma dívida de 120.000 reais.

- 120.000 reais... - Arregalo os olhos. - Mas eram dela?

- Tudo indica que eram uns tratamentos para a mãe, mas também poderiam ser para ela... Porém, a carta da mãe parece de despedida, então... - Aceno, olhando a mesma deitada. - No cartão de cidadão só tem o nome da mãe. Já viste? Sem pai, provavelmente sem mãe e com essa enorme dívida.

- OH, MEGAN! - Assusto-me com uma voz do meu lado e encaro a senhora de idade. A mesma passa pelo meio de nós, eu e o doutor, e seguras as mãos da menina na cama. - Oh, minha querida Megan..

- A Megan está a descansar, senhora... - Ela se assusta com a minha voz e ela me olha de cima abaixo.

- A fada madrinha da minha Megan? - Rio, me lembrando da minha roupa.

- Eu sou a tia das crianças que a Megan salvou e estou vestida dessa forma, por conta do aniversário da irmã mais nova das crianças. - Estendo a mão para senhora assustada, que a segura. - Muito prazer. Meu nome é Sarah Hossler.

Solto sua mão e o doutor pega a mão da mesma.

- Eu sou Emanuel Castro, fui eu que atendi a urgência da Megan.

- Sou a Maria Miquilinas... - Ela olha para a menina. - Mas o que aconteceu? Só me falaram que houve um acidente. Ela salvou os seus sobrinhos? - Sorrio e aceno.

- Ficou na frente de um carro para evitar o pior.

- É muito a cara da Megan... - Ela sorri docemente, encarando a garota da minha idade. - Ela está sempre a pensar nos outros. Aí que vida desgraçada que nunca a compensa... - Ela suspira, acariciando os cabelos da mesma.

- A senhora não é da família... - O doutor Castro pergunta calmamente.

- Não... mas eu sou praticamente uma tia para ela. - Mordo o lábio. - Essa menina não tem mais ninguém... apenas tem a mim. - Ela fica olhando a menina e suspiro, comovida.

[...]

- Bom... tudo indica que posso dar alta à Megan ainda hoje, mas nestes casos, por vezes, pode acontecer sintomas tardios, tipo náuseas, dores de cabeça. - O doutor fala para a senhora, que presta atenção, tanto quando eu. - É mesmo muito importante que ela tenha repouso e que esteja sempre sendo vigiada.

- Mas é claro.. - A senhora de idade fala com convicção. - Eu tou sempre em casa, minha menina não ficaria sozinha. - Ela fica séria de repente. - Não tem mal se ela subir até ao terceiro andar de escadas, pois não? É que o prédio é antigo, mas tem condições.

- E se a Megan ficar na minha casa durante um tempo? - Disparo, fazendo a senhora me olhar confusa. - Só até ficar recuperada. Assim também poderiamos agradecer pelo que ela fez pelos meus sobrinhos.

- Mas eu ainda sei dar conta do recado... - A senhora ri sem jeito e eu aceno com gentileza. - A minha casinha é modesta, eu concordo, mas tem todas as condições.

- A senhora é que sabe o que pode ser melhor para a Megan. - Ouvimos o doutor e olhamos para ele. - Eu só preciso é ver como ela está nas próximas 48 horas. Vai ter hipótese de lhe trazer ao hospital?

- Bom... podemos vir de táxi.. - A senhora responde e trinco a língua novamente, sem me segurar.

- E se acontecer uma urgência?

- Se for uma urgência chamamos uma ambulância. - Suspiro e seguro as mãos da senhora.

- Dona Maria Miquilinas...

- Miquinhas... me chame de miquinhas.

- Certo, Dona Miquinhas. - Sorrio. - Eu não estou a duvidar das suas capacidades, não me interprete mal, por favor. Porém, eu estou mesmo muito grata à Megan, eu e a minha família... e queriamos compensar a mesma de alguma forma. Sabe, eu moro aqui perto e sou amiga do doutor Emanuel. - Sorrio calma. - Também sei que ela só tem você, mas se também tiver a minha família, muito melhor, não acha? - Ela fica pensativa e eu sorrio. - Sempre seriamos mais a ajudar. - Rio. - Bem melhor que uma. Não acha? - Ela sorri e acena.

- Acho que ela está a acordar. - Doutor Castro aparece, sorrindo para a gente.

- Dona Miquinhas... - Toco o braço da mesma, antes que ela entre. - Eu posso ajudar a Megan, eu e a minha família. - Olho em seus olhos, confiante.

Ela simplesmente acena e entra dentro do quarto da mesma.

Sorrio vencedora, encarando o doutor que acena com a cabeça em concordância.

De repente, babá | Família Hossler - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora