Onde um ato de coragem pode mudar o destino. E o de Megan Hunter muda assim que se cruza, literalmente, com a vida da família Hossler.
Uma família que passou por momentos trágico do passado e que, ainda que não parecendo, o está superando.
Megan H...
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Encaro a parede na minha frente e suspiro.
Como eu fui tão burra por sentir que... Quer dizer, eu nem sei o que sinto. Nem sei porque estou assim.
Desde quando eu fico com ciúmes do Raphael? Ele nunca olharia para mim e depois eu não confiaria nos homens. Minha mãe sempre me avisou, até no dia da praia e...
[Flashback On]
Vejo a minha mãe correr na minha direção pela areia da praia e sorri, encarando seus olhos claros.
- Você é tão linda, mãe... - A mesma solta uma gargalhada e se senta do meu lado, me encarando nos olhos.
- Qual foi o porquê disso agora, filhota? Você quer pedir alguma coisa? - Rimos juntos e eu nego, observando seu rosto.
- Eu estou a falar a sério... Porque é que você nunca achou ninguém? - Pergunto pensativa, enquanto olho o mar. - Você deve ter tido montes de homens atrás de si.
- Os homens são perigosos, filha. - Franzo o cenho, encarando seu azul profundo no olhar.
- Não são todos iguais. - Dou de ombros e a mesma nega.
- E como é que sabemos a diferença? Hum? - Ela toca meu nariz e fica encarando o mar.
- Sei lá? - Rio. - Sabendo... Sentindo.
- Depois de sermos enganadas a primeira vez, nunca mais voltamos a confiar. - Sua voz melancólica é levada pelo vento, à medida que ela vai falando e eu aceno.
Ficamos nos encarando e pelo seu olhar, consigo entender que o que ela faz, tem um rastro de verdade pura.
[Flashback Off]
Assusto-me com o barulho de batida na porta, mas fico calada, ouvindo o Raphael do outro lado.
- Megan? - Continua a bater. - Megan, eu gostava de falar com você. - Trinco o maxilar e nego com a cabeça, me deitando por debaixo das cobertas. - Megan... - Ele fala exasperado e olho a porta com raiva.
Abro a minha gaveta e tiro o meu mp3, escutando uma música qualquer, não querendo escutar mais nada.
[...]
Mordo o meu pão, não dando atenção para as crianças ao meu redor e me assusto com a senhora L. tocando meu braço.
- Está tudo bem, querida? - Bebo um pouco do suco de laranja, enquanto a encaro. - Está muito desanimada hoje. Está tudo bem?
- Sim. - Sorrio de forma fraca. - Só não dormi muito bem hoje.
- Hum... - A mesma me olha desconfiada e acaricia meus cabelos, voltando ao seu trabalho.
- Bom dia, bom dia! - Raphael entra na cozinha e trinco o maxilar, bebendo o meu suco, sem nem sequer olhar.
Claro, ele se sentou do meu lado.
- Bom dia. - Todos falam ao mesmo tempo, menos eu que continuo calada.
- Então todos bem dispostos?
- Todos menos a Megan, senhor Raphael! - A Alexa fala e evito o olhar do Raphael na minha direção. - Parece que ela não dormiu muito bem. - Mordo meu pão com raiva, o acabando e sorrio forçadamente.
- Vamos tomar banho, Matilde?
- Simmm. - A mesma pula da cadeira e saio dali sem olhar para trás.
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Aquela Mara é louca!
Eu falei para ela não vir aqui em casa. Acabei com o nosso caso e ela, mesmo assim, aparece e estraga tudo o que mal estava a começar com a Megan. Estávamos tão bem, nos divertindo e aquela... Contenho um suspiro, indo para meu quarto e parando assim que vejo a mesma sair do quarto da Matilde.
- Megan... - Ela para de andar e me olha, exasperada. - Está chateada? - Ela cruza os braços e nega com a cabeça, me fazendo ficar cada vez mais ansioso. - Triste? - Nega novamente e suspiro. - Desiludida?
- Raphael... - Ela fala com calma e trinco o maxilar. - Eu não tenho nada a haver com a sua vida.
- V-você mal olha para mim, Megan! - Falo com desespero em minha voz.
Eu não quero perder ela.
- Acho que foi mal você ter trazido uma mulher cá para casa. - Ela fala cortante e suspiro. - Você não acha?
- Ah, por favor! - Levanto os braços. - Não fui eu que a trouxe. Ela veio sozinha.
- Vai dar ao mesmo! - Ela me olha com os olhos pegando fogo de raiva e passo a mão no rosto. - Se ela... - A mesma se cala de repente e nega com a cabeça, me deixando ainda mais aflito. - Bom.. eu não tenho nada haver com a sua vida, nem com o que você faz dela. - Arregalo os olhos e seguro seu braço antes que ela saia para seu quarto ou algo do tipo.
- Megan! Aquela mulher é louca... Acredita em mim. - A mesma me olha com raiva e tira minha mão do seu braço, de forma bem fria. - Nós tivemos um caso. Isso é verdade... Mas agora acabou!
- Eu não quero saber, Raphael! - Passo a mão pelo cabelo apavorado por ela não me perdoar.
- Mas eu faço questão de explicar para você, Megan! Eu quero explicar para você! - Falo exausto. - Ela convidou-me para jantar. - Gesticulo com as mãos. - Eu disse que não. Mas agora não fazia ideia que ela vinha cá. Eu não lhe disse para vir. - Ela ri e eu franzo o cenho.
- As mulheres são umas tontas, não é? - Diz sarcástica e eu reviro os olhos.
- Neste caso foi! Não é em todos os casos, mas neste foi. - Ela revira os olhos e me dá as costas.
Olho ela sair pelo corredor e puxo o meu cabelo para trás.
