Capítulo 29

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Flashback On

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Flashback On

- Lesly... - Me movo para a frente na cadeira, soltando um gemido de dor com a respiração irregular. - Ly...

- Ahm... - Ela tenta falar sem abrir os olhos e nego com a cabeça, me aproximando mais.

- Princesa... - Fecho os olhos com força.

- Ahm... ahm... - Toco seu rosto. - Ahm...

- Olá, meu amor... - Acaricio sua bochecha.

- Ahm... Prí... prí-príncipe... E.. Es... estás... b-bem... - Aceno e aperto sua mão.

- Sim... sim, meu amor. - Mordo o lábio. - Eu estou bem... e você também vai ficar... E tens que ficar bem, Lesly... por favor, recompõe-te... tens que ficar bem. Temos ainda tanto a fazer com os nossos filhos... não me deixes. - Choro. - Não nos deixes...

- Ahm... - Engole em seco. - Te amo...

- E eu a ti... - Choro. - E eu a ti e vais ficar bem... verdade?

- Pro-proo-meete-me...

- O quê, meu amor? - Acaricio seu rosto.

- Pro-mete-me... que vais... vo-voltar a ser f-feliz... - Choro e aceno.

- Sim, nos vamos ser felizes... eu, você, Any, Thomas e a Matilde.

- Pro-m-mete-me... q-que vais r-refa-zer a tua v-vi-vida... sem m-mim... prí-ncipe... - Nego e toco seu rosto.

- Eu vou fazer a minha vida com vocês, Lesly. - Choro. - Eu não quero com mais ninguém a não ser contigo e com os nossos filhos, princesa... não me deixes... - Mordo o meu lábio com força. - Não nos deixes...

- Ahm.... - Respira com dificuldade. - E... e-es-to-ou mo-morren-do...

- NÃO! - Aperto sua mão. - NÃO, NÃO, NÃO! Tu não podes morrer, Lesly... não podes morrer. Por favor... Lesly, me perdoa... eu não vi... eu não vi o camião, me perdoa...

- N-não... n..n-não... - Mordo o lábio, banhado em lágrimas. - Eu que-ria... que tiv-esse sido... d-iferent-e... - Nego com a cabeça. - F-ui... mui-to f-eliz... do teu la-ado...

- Não! LESLY! ASSIM NÃO... - Levo a mão aos cabelos. - Não nos deixes! Por favor... assim não...

- Ahm... T.... A.... - Ela mexe com a cabeça. - Te... A... - Os apitos começam a soar e sinto o pavor me apoderar.

- LESLY! LESLY!!!

- T-te... a-amo... - Nego com a cabeça.

- Ly.. Princesa... por favor. - Mexo em seus braços. - Lesly... Lesly... - Ela não me responde e entro em choque. - LESLY! NÃO! NÃO! - Bato com o punho sobre a cama. - PRINCESA... ALGUÉM ME AJUDE!... ALGUÉM.... Lesly... - Sinto alguém puxar minha cadeira. - NÃO, NÃO! LESLY! ME SOLTA, SAI... LESLY!

Flashback Off

Acordo rapidamente e olho ao meu redor, logo sentindo o olhar da Megan em mim.

Respiro com dificuldade e passo a mão no cabelo. Ele está completamente molhado, o que me avisa que preciso de um banho urgente. Olho os olhos da mesma chorando e ela morde o lábio, me puxando para um abraço.

- Shiu... Já passou. - Ela acaricia meus cabelos e eu nego com a cabeça enterrada em seu pescoço. - Tem calma, eu estou aqui. - Aperto seu corpo contra o meu e trinco o maxilar.

Afasto nossos corpos e olho em seus olhos, segurando suas bochechas.

- Obrigado, Megan... - Junto nossas testas. - Obrigado. - Abraço-a forte contra mim e respiro fundo sentindo seu perfume. - E vieste logo para numa família onde acontece uma coisa dessas. - Me separo dela, olhando o nada e suspiro. - É muita falta de sorte.

- Não... - Ela sussurra e se aproxima mais de mim, me fazendo olhar para ela. - Eu não a vejo assim. Eu estou adorando essa experiência que a vida me tem dado. - Sorri de lado. - Às vezes é difícil... Mas estamos sempre a aprender.

Prendo a respiração, lembrando que daqui a cinco meses posso não ver mais ela e olho seus olhos.

- E Londres, Megan?

- Londres? - A mesma sorri. - Londres está no mesmo sítio e ainda falta muito até chegar a esse dia. Eu confio na vida. Se tiver que ir, eu vou. - Deu de ombros e eu aceno. - Mas se tiver que ficar, também fico.

Passo a mão pelo seu pescoço e aproximo minha cabeça da sua, grudando nossas testas e beijo a sua, aproximando meu nariz do seu. Faço um carinho em sua bochecha e ficamos assim por mais um tempinho, até ouvir seu sussurro:

- Se permita ser amado novamente, Raphael. - Coloco um de seus fios de cabelo atrás da orelha e suspiro.

Quando eu pedi para ela dormir comigo, foi um pedido do meu coração para mim, como se me dizendo que me permita amar ela. Mas eu sou um covarde e só de pensar nisso já fico apavorado. No entanto, estou disposto a tentar, mesmo que não seja recíproco. Eu estou disposto a tentar.

- Podemos ir dormir? - Beijo sua testa novamente e a mesma acena. - Vamos. - Me deito e trago ela para meus braços, enterrando a cabeça em seu pescoço e mordo o interior da minha bochecha. - Eu vou tentar... - Solto livremente aquilo no ar e posso quase ter a certeza de que ela está a sorrir.

De repente, babá | Família Hossler - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora