Capítulo 16

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Fico jogada na cama, encarando as opções de emprego no jornal

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Fico jogada na cama, encarando as opções de emprego no jornal. Reviro os olhos e suspiro, soltando um gemido de raiva.

- Nada! Não encontro merda nenhuma! - Escuto batidas na porta e franzo o cenho, olhando para a mesma. - Sim? - Vejo o rosto alegre da Sarah do outro lado, assim que ela abre a porta e me sento rapidamente de forma politicamente correta na cama, sorrindo constrangida. - Sarah. Entre, entre.

- Olá, Megan. - Ela senta do meu lado. - Como você está? Dona Miquinhas falou que podia entrar.

- Estou melhor e claro que podia. - Sorrio com sinceridade. - O que lhe trás aqui? Aconteceu alguma coisa?

- Na verdade, aconteceu. - Ela morde o lábio. - Minha mãe tem um problema de coração e terá uma operação muito complicada e eu tenho que ir com ela. Consequentemente o Matheus também terá que ir. - Ela sorri. - E eu precisava demais da sua ajuda. Eu, meu irmão Raphael e os meninos.

- Não estou a ver onde eu poderia ajudar. - Sorrio confusa.

- Megan, eu queria que você trabalhasse como babá por um tempo em minha casa. - Abro a boca em surpresa. - Raphael trabalha muito e as crianças poderiam se sentir sozinhas, especialmente a Matilde, que não entende tudo muito bem ainda. Ele já tentou ao máximo ajustar a sua agenda, mas a vida de advogado é bem complicada.

- Eu...

- A gente pagaria para você. Não estaria fazendo nada de graça e sabemos que tem seu emprego...

- Eu...

- ACEITA! - Escuto tia Miquinhas do outro lado da porta, logo abrindo a mesma, sorrindo. - É uma oportunidade ótima, filha. Para além do mais, agora que aquela diaba de olhos castanhos te colocou para fora da pizzaria. - Mordo o lábio e olho Sarah.

- Você foi demitida? - Ela levanta uma sobrancelha e eu aceno.

- A diaba ficou chateada por minha Megan não amar seu filho e colocou minha menina para fora! - Ela nega com a cabeça. - Acredita nisso, menina Sarah?

- Eu não acredito. - Sarah fala chocada. - Isso foi muito antiético. - Dou de ombros e mordo o lábio.

- Eu posso trabalhar, mas não precisa me pagar, Sarah.

- IRRA! - Olho para a tia Miquinhas que nega acreditar. - Raios me partam a miúda! - Rio e a Sarah também. - Precisa de dinheiro e não aceita ele. Como você vai para Londres, se nem tens o dinheiro? - Sorrio sem jeito e olho na direção da Sarah.

- Londres? - Ela levanta uma sobrancelha. - Então e quando é que vais?

- Pois... isso é o problema. - Mordo o lábio. - Preciso do dinheiro para me escrever na escola em Londres e para a passagem.

- Ah, mas então a dona Miquinhas tem razão! - Ela sorri. - Eu posso ser uma boa ajuda... aliás, é uma ajuda mútua. Eu vou viajar, mais a minha mãe e meu irmão, sem pensar nos nossos meninos sozinhos, enquanto o pai não está presente e você é a pessoa perfeita para ficar com os meninos. Todos te adoram e a Matilde então.. - Rimos juntas. - Ela adora você muito...

- E eu a ela. - Sorrio, segurando a mão da tia Miquinhas. - Mas eu estou a falar a sério não precisa me pa...

- Nem fala, minha menina! - Tia Miquinhas suspira. - Tá vendo, menina Sarah? Essa garota para receber dinheiro é um castigo.

- Tia Miquinhas... - Falo baixo, de forma envergonhada e ela nega com a cabeça.

- Megan, a dona Miquinhas tem razão. Você já nos ajudou muito e a gente já ajudou muito você e pelo que eu percebi você está a procura de emprego. - Ela sorri. - Eu posso oferecer para você o emprego ideal... Só falta fecharmos o acordo. - Ela sorri, me estendendo a mão. - Fechamos?

Sorrio para ela e a tia Miquinhas pega na minha mão, fechando na da Sarah e sorrio.

- Fechamos!

Tia Miquinhas bate palmas e sorri.

- Podemos fazer as suas malas?

- Malas? - Franzo o cenho e a tia Miquinhas levanta as mãos como se a dizer que não tinha nada a haver com isso.

- Sim, seria mais seguro se ficasse a dormir por lá. - Ela sorri.

- Eu... - Coço a garganta.

- Meu irmão em princípio só vem daqui a uma semana. Então, logicamente...

- Ah... tudo bem... - Dou de ombros. - Eu fico com as crianças enquanto vocês ficam fora.

- Obrigada, Megan... E obrigada, dona Miquinhas. - A Sarah pisca o olho para a mesma que ri.

- Vou sentir saudades da minha menina, mas é por uma boa causa. - Ela beija a minha testa.

- Quanto tempo levará fora?

- Bom, em principio uns 5 meses. Isso, se não tiver nenhum problema com nada no hospital. - Engulo em seco.

5 meses... 5 meses ou mais, morando debaixo do mesmo teto com o Raphael. Meu deus.

- Por isso falei que sentiria saudades.

- Mas... - Mordo o lábio. - A tia Miquinhas não pode ficar tanto tempo sozinha...

- Por isso eu abri a vaga do seu quarto por cinco meses. - Abro a boca.

- A tia já sabia?

- Claro... tava tentando amenizar a fera que você fica nesses últimos dias. - Ela pisca o olho para mim e suspiro.

- Bom, então... Tenho que fazer a minha mala?

- Deve. - As duas falam em unisom e rio. Pegando minha mala do armário.

Me despeço da tia Miquinhas, prometendo que voltaria sempre para visitar e a Sarah falou que ela podia ir lá sempre que precisar também.

E com o coração apertado, deixo a minha casinha. 

De repente, babá | Família Hossler - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora