Capítulo 18

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Fui completamente enganada, ou melhor

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Fui completamente enganada, ou melhor. Eu e a Sarah fomos enganadas. Pois, pelo que parece, ela nem sabia que o Raphael viria tão cedo.

Caminhamos novamente para a sala de estar. A Sarah veio me encontrar não teve muito tempo, acompanhada de um grande livro, o que me fez lembrar das palavras do Matheus: "Uma bíblia", e realmente o era. Mas uma bíblia muito confusa.

Ela está me explicando tudo direitinho de como devo cuidar das crianças, citando ajudas e conselhos. E eu, como boa aluna que sou, fico escutando tudo em silêncio:

- Toma, deixa ver se entendeu. - Ela me entrega o livro e pego ele de forma desajeitada, tentando ler onde paramos.

- Então, segundo filho... ah... certo, alínea 7.

- Certo, isso mesmo. - Ela sorri. - Quer ajuda? - Olho para ela. - Pode parecer confuso, mas tem tudo por escrito. Estamos a rever para o caso de você ter alguma dúvida, assim posso te esclarecer agora.

- Ok... - Sorrio e me assusto com a voz do senhor Raphael vinda do sofá.

- Você vai ficar doutorada em Hossler's! - Olho para ele e a Sarah faz o mesmo, estreitando os olhos em desafio.

- Você é que devia estar aqui a ajudar a Megan em conhecer todos os cantos da casa. - Ela sorri e o mesmo levanta uma sobrancelha. - Imagina que a Megan precise de ajuda? Como vai ser?

- Eu até ajudava. - Ele dá de ombros, voltando a ler o jornal. - Mas a Megan falou que não precisa das minhas ajudas. - Ele fecha o mesmo, dando de ombros.

- Bom... - Mordo o lábio, olhando o livro grande em minhas mãos. - Eu começo a achar que vou precisar. - Rio sem jeito, enquanto a Sarah solta uma gargalhada segura.

- Aí, é? - Raphael se levanta sorrindo, parecendo uma criança e corre até mim, atirando o jornal para o sofá. - O meu segundo filho. - Ele arruma sua gravata e engulo em seco, olhando o livro. - Tem mais alguma alínea?

- "Não deve jogar mais do que uma hora por dia"... - Olho para o mesmo e tomo um susto com a Sarah do meu lado.

- Exatamente e ele sabe bem porquê, mesmo não gostando da regra que coloquei. - Ela faz uma careta para o mesmo.

- O meu pobre Thomas... - Ele ri e a Sarah abre a boca em espanto.

- Não é pobre Thomas, Raphael. - Ela coloca as mãos na cintura. - São assuntos importantes. Os jogos podem se tornar um vício grande.

- Eu imagino que seja, Sarah. - Ele sorri. - Mas o problema é que eu tenho 3 filhos, que têm assuntos muito importantes no seu ponto de vista. - Seguro um lábio para não rir e ele me encara. - A Megan deve estar arrependida de ter vindo cá para casa já.

- Ah... - Sarah me olha assustada, cruzando os braços e esperando a resposta que ela quer com toda a força que diga.

- Não... - Ela sorri vencedora e o desafia com o olhar. - De forma alguma. - Dou de ombros. - Vai ser difícil, mas um bom desafio ao mesmo tempo. - Sorrio e a mesma faz mais uma careta para o irmão, parecendo dois irmãos de 13 anos se desafiando.

- Isso é porque ainda só está na página dez. - Ela sorri. - Quando você chegar na página trinta... - Ele faz uma cara de medo fingida e rio.

- Falando da trinta! - Sarah olha novamente para ele em desafio. - Não é nada demais, apenas são informações para casos de emergência!

- Oh, Sarah. - Ele ri, negando com a cabeça. - Você não pode estar a fala a sério!

- Não ligue para ele, Megan! - Sarah fala apressadamente para mim e eu rio junto com o Raphael. - Para se gerir uma casa grande, é fundamental que exista organização. É fundamental. - Rio e ela me puxa. - Vamos embora. - Subimos as escadas e sorrio, acompanhando a mesma. - O Matheus também é assim, esses homens são todos iguais. - Rio ainda mais e olho para trás, vendo o mesmo parado nos encarando.

Sorrio de forma envergonhada e ele me acena com a mão. Olho novamente para frente, ouvindo o que ela vai me falando mais.

[...]

- Tens aqui cópias das chaves de casa, da garagem, dos carro... de tudo. - Matheus sorri para mim, guardando as mesmas na gaveta novamente e aceno, fixando tudo o que eles têm me falado até agora. - Oh, mano! - O mesmo grita pelo Raphael e sorrio, vendo o mesmo se aproximar, com uma maçã na mão.

- Estou aqui. - Ele morde a mesma e engulo em seco, observando seu maxilar.

Nego com a cabeça e viro o olhar, encarando o Matheus.

- Você sempre pode nos levar para o aeroporto?

- Claro. - Ele ri. - Eu estou esperando por vocês.

- E onde estão as outras duas... - Matheus revira os olhos. - SARAH, MÃE! VAMOS, NÓS TEMOS QUE NOS APRESSAR. - Mordo o interior da minha bochecha olhando para o Raphael, que me encarava com o sorriso de sempre no rosto.

- Elas foram se despedir dos meninos. - Desvio o olhar do mesmo, encarando o Matheus.

- Vocês vão perder o voo. - Raphael cantarola, mordendo mais uma vez sua maçã.

O mesmo revira os olhos e começa a subir as escadas. Olho novamente para o Raphael, que me dá um sorriso com todos os dentes. Dou-lhe um sorriso simples e me viro, querendo subir as escadas.

- Então e nós? - Franzo o cenho e encaro o mesmo, sem entender.

- Nós o quê? - Falo desconfiada e ele anda até mim.

- Como vamos nos organizar? - Respiro fundo e mudo o peso do meu corpo de uma perna para a outra, ainda segurando o livro da Sarah.

- Desculpe... mas não estou a entender.

- Não devíamos também fazer uma... - Ele sorri malicioso. - Uma bíblia... Sobre o nosso comportamento essa semana.

Respiro fundo e olho em seus olhos.

- Eu não tenciono me comportar mal. - Dou um riso sem graça e me viro novamente, sentindo os seus passos atrás de mim.

- Eu sei... Eu também não... - Ele se cala por um tempo, mas logo volta a falar. - Mas... nunca se sabe.

- Então podemos fazer assim. - Ando na direção do sofá e me sento no mesmo. - Eu vou criar aqui um separador. - Abro o pequeno livro, procurando uma folha em branco. - E vai dizer: "Raphael: Alínea a) Moderar as suas piadas na presença de Megan Hunter." - Ele sorri de lado, mastigando mais um pedaço de maçã.

- Mas porquê? - Ela sorri. - A Megan Hunter, acha que eu tenho assim tanta graça. - Ele caminha para mais perto, se sentando do meu lado. - Ou a Megan Hunter, até me acha graça, mas não quer achar. - Ele sorri para mim e reviro os olhos.

- Meu tempo se esgotou. - Me levanto, fingindo que suas palavras não me fizeram efeito e respiro fundo. - Vou tirar uma dúvidas com a senhora L.! - Saio dali, ouvindo uma gargalhada baixa dele e respiro fundo.

Confia na vida, mas não confie nos homens, Megan Hunter!

De repente, babá | Família Hossler - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora