Capítulo 13

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Encaro o médico na minha frente e espero o melhor para poder voltar para minha vida normal

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Encaro o médico na minha frente e espero o melhor para poder voltar para minha vida normal. Ainda tenho a minha dívida para pagar e isso me consome toda a manhã, mas, hoje... hoje minha manhã foi preenchida pela saudade de uma pessoa que nem devia estar na minha mente.

- Bom, Megan. - Me concentro na vida real e encaro o médico na minha frente. - A nossa maior preocupação era terem surgido algumas lesões cerebrais, mas os exames não acusam nada. - Sorrio e o doutor Emanuel também. - É o que eu chamo um final feliz.

- É o que eu chamo de ótimas notícias! - Sarah fala e eu rio.

- Já podes voltar à tua vida normal.. - Ele sorri. - Mas atenção... - Fico séria de repente. (Não seja nada ruim... preciso trabalhar) - Nada de moto nesses primeiros meses. - Arregalo os olhos e me levanto rapidamente.

- Mas eu não posso ficar parada tanto tempo! - Falo apavorada.

- Tem que ser, Megan. - O médico cruza os braços. - Então? A tua perna precisa de repouso. O seu braço, ainda está ligado. Imagina que há outro azar? Aí sim, você nunca mais anda de moto.

- Mas se eu não andar de moto, perco o emprego.. - Falo nervosa.

- Hey, Megan! - Olho para Sarah, que vem até mim rapidamente. - Não se preocupe com isso. Existe uma solução para tudo. - Ela sorri para mim. - O importante é que você está bem! Ok? - Ela sorri para mim, mas eu fico mesmo assim desconfiada. (A minha vida vai acabar se não pagar aquela clínica.)

[...]

Assim que me despeço do Thomas saio do quarto dele e ando para o quarto da Matilde, que fica no segundo andar. Quando ia começar a subir, escuto a Sarah atrás de mim e sorrio para ela.

- Você está pronta, Megan? - Tinha pedido para ela me levar em casa da tia Miquinhas e mesmo por contra vontade, ela compreendeu o meu lado e não insistiu mais para que ficasse lá.

- Quase... - Mordo o lábio. - Só me falta despedir da Matilde.

- Ela vai ficar muito triste... - Ela faz um beicinho engraçado.

- É... - Suspiro. - Eu também estou triste. Vou sentir muitas saudades de todos... foram incríveis comigo. Principalmente você, Sarah. - Ela sorri triste e suspira.

- Minha mãe mandou um beijo. Ela está na sua casa e não pude vir hoje, mas ela mandou cumprimentos. - Sorrio e aceno.

- Obrigado por ter cuidado de mim. - Ela começa a chorar e me puxa para um abraço.

- Eu tenho tanta pena que você vá embora... - Ela limpa o rosto e eu sorrio.

- Tem que ser. - Dou de ombros. - Eu tenho que voltar à minha vida e eu sei que você entende. - Ela acena rapidamente.

- Claro... - Ela me olha séria e então suspira. - Megan, você pode se sentar? - Franzo o cenho e faço o que ela pediu. - Há uma coisa que eu tenho a dizer para você...

- Sim? - Franzo o cenho e ela fica sem jeito.

- Bom... - Coça a garganta. - Como eu vou dizer isso? - Ela suspira. - Quer dizer, se calhar nem era eu que devia dizer isso, mas sim o meu irmão Raphael. Porém ao mesmo tempo...

- O quê? - Sorrio.

- Ai, custa-me ver você nessa aflição diária...

- Qual aflição? - Me sento melhor no sofá.

- De voltares ao trabalho.. - Sorrio, mais aliviada e dou de ombros.

- Então... é aflição... - Sorrio. - Pagar contas.

- Sim..

- Mas... - Corto ela, nervosa. - Falou do Raphael... passa-se alguma coisa?

- A sua dívida, Megan... - Levo a mão à boca e começo a chorar.

- Foram falar com você? Não acredito...

- Não... - Ela segura minhas mãos rapidamente, me acalmando.

- Falaram com o Raphael? - Arregalo os olhos. - As coisas só pioram...

- Não, Megan... - Ela segura minhas mãos. - Não é nada disso. Ninguém veio ter connosco, sua tonta. - Ela sorri e eu suspiro aliviada. - Na verdade... o Raphael é que os procurou... - Fico sem entender. - Perdoa-nos... mas nós sentimos que deveríamos te ajudar, meu irmão ainda mais, ele queria agradecer por salvar os seus filhos.

- Você não me está a dizer... - Fico sem fala.

- Estou... - Ela suspira. - Megan... - A mesma olha nos meus olhos. - A sua dívida já não existe. Está paga... - Fico paralisada, sem acreditar. - Está tudo tratado... o meu irmão falou com o advogado, eles se conheciam.

- Foi a tia Miquinhas, não foi? - Me levanto ao ver seu silêncio e engulo em seco. - Desculpe, mas eu não vou aceitar. São 120 mil reais! - Começo a chorar e ela se levanta. - Não pode... não pode ser.

- Megan.. - Ela segura minhas mãos. - A tia Miquinhas não teve nada a haver com isso... acabou. - Ela sorri e eu nego. - Eu soube no hospital. Contei para o Matheus e o Matheus contou para meu irmão... ele quis ajudar você e se não fosse ele, seria eu.

- Mas são 120 mil reais... é muito dinheiro. São 120 mil. - Nego com a cabeça. - Eu nunca vou poder retribuir esse gesto... nunca...

- Nem eu, nem meu irmão, ou minha família estamos à espera que você faça! - Ela me puxa. - Senta-se aqui, vai. Vê lá se você se acalma um bocadinho. - Ela se senta do meu lado e pega uma capa preta com uma folha dentro. - Não se sinta mal, ou constrangida. Não vale a pena.

- Eu não sei como posso vos agradecer...

- Não queremos agradecimentos! - Ela ri e pega a folha da capa. - Toma o recibo da dívida, com tudo certinho. - Pego a folha, chorando. - A partir de agora, ninguém mais vai chatear você com isso e quero que siga a sua vida e os seus sonhos. É só isso que te peço nesse momento. - Olho agradecida para ela.

- Obrigada... - Digo com dificuldade por conta das lágrimas. - Obrigada. Posso fazer alguma coisa... - Soluço. - Qualquer coisa...

- Você pode parar com essa choradeira? - Rio e aceno, não parando. - É que já estou ficando aflita. Isso já é uma forma de você me ajudar. - Rimos juntas e ela me abraça, esquecendo do meu braço. - Opah, desculpa... - Rimos.

Essa família foi a minha salvação. Ficarei eternamente grata a eles. 

De repente, babá | Família Hossler - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora