Capítulo 19

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Olho as três crianças na minha frente sentadas à mesa e sorrio de lado

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Olho as três crianças na minha frente sentadas à mesa e sorrio de lado.

Confesso que não está sendo tão difícil quanto eu pensei que seria. A Sarah quase me assustou com aquele livro, mas na prática é bem mais fácil.

Raphael ficou de chegar assim que deixasse a família no aeroporto, mas surpreendentemente ainda não chegou. Porém, não esperamos por ele para jantar. No livro que a Sarah me deu dizia que tinham que comer às oito, então estou seguindo à risca.

Olho para eles e fico a prestar atenção em sua conversa:

- Eu nunca vi um cão com tanta força! - A Any fala animada, relatando a força do cão que ela foi levar para passear hoje e o Thomas ri.

- Se calhar é melhor começares a passear gatinhos. - Rio e a Matilde do meu lado faz o mesmo.

- Você está a brincar, mas pediram para eu tomar conta de um cágado! - Ela faz uma careta e o mesmo revira os olhos.

- Boa.. - Thomas segura-se para não rir. - Com sorte ele não te foge.

Meu celular toca e eu pego o mesmo, vendo o nome do Raphael na tela.

- Olhem é o vosso pai. - Olho para eles sorrindo, terminando de mastigar a garfada que dei na comida. - Querem falar com ele?

- Simmm. - Os três falam em unisom e sorrio, atendendo a chamada.

[Chamada On]

- Estou?

- Megan.. - Escuto o seu tom de voz e quase aposto que ele tem aquele sorriso no rosto. - Não vou poder voltar agora para casa, vou chegar mais tarde.

- Mas aconteceu alguma coisa? - Levanto uma sobrancelha, sentindo três pares de olhos em mim.

- Não, não. - Ele coça a garganta. - Era só para avisar e saber se está a correr tudo bem. Se você precisa de ajuda.

- Eu disse que se precisasse de ajuda ligaria. - Falo de forma sarcástica e escuto sua risada do outro lado.

- Certo, mas não custa tentar. - Sorrio. - Só não deixe meus filhos esperando por mim, não sei em que horas chego.

- Tudo bem. - Nego com a cabeça e olho os meninos. - Olha, tem aqui alguém a querer desejar para você uma boa noite. - Pisco o olho para os meninos incentivando eles a falarem alto e eles fazem isso:

- BOA NOITE, PAI! - Rio e escuto o mesmo rir do outro lado também.

- Saudades dos meus filhos, mas tenho mesmo que ir fazer um trabalho. - Ele suspira. - Me liga se acontecer qualquer coisa, Megan.

- Tá bom!! - Reviro os olhos divertida. - Agora podemos voltar a jantar?

- Opah, quase esqueci da hora marcada. - Ele ri e eu também. - Boa noite, Megan.

- Boa noite, Raphael. - Desligo.

[Chamada Off]

- O vosso pai acha que eu não dou conta do recado. - Sorrio e olho os mesmos, voltando a comer.

- Claro que você dá, Megan. - Any sorri e eu aceno, piscando o olho para a mesma. - Ah... - A mesma faz uma cara assustada e olho sem entender. - Eu me esqueci completamente... A minha tia tinha que assinar o meu teste de inglês.

- Sim, mas vossa tia avisou que iam ter que viajar. - Dou de ombros. - Não é problema nenhum.

- Mas acontece que o meu pai esqueceu de colocar dinheiro no meu cartão da escola. - Ela me olha preocupada. - Como eu vou comer amanhã?

- Eu ligo para lá. - Sorrio.

- Eh... pois é... - Olho para o Thomas, esperando mais um esquecimento. - A minha reunião de pais também é essa semana. - Ele suspira. - Vão só velhos, mas quem é que vai?

Olho para ele sem acreditar e solto uma risada de desespero.

- Eu ligo para o vosso pai. - Finjo um choro e encaro eles de forma desesperada novamente. - Mais alguma coisa?

- Eu acho melhor você se habituar, Megan. - Olho a Matilde, que come em silêncio e sorri da forma que seu pai sempre faz. - Isso é assim tooodos os dias. - Finjo chorar mais e ficamos comendo.

Quando terminamos, mandei todos lavarem os dentes, tomarem um banho, enquanto acompanhei a Matilde e ajudei a mesma a fazer isso. Depois fui dar um beijo de boa noite a todos eles e fui para o meu quarto.

[...]

- MEGAN, MEGAN!! - Acordo assustada com o Thomas me sacudindo e olho o mesmo sem entender. - A Matilde! Ela está tendo uma das suas crises! - Arregalo os olhos.

- O quê? - Saio rapidamente da cama, correndo para o quarto da menina pequena e entro em pânico, vendo a Any tentar acalmar a mesma. - Any chega para o lado, linda! - Me agacho na frente da pequena Matilde e puxo ela para perto de mim, abrindo espaço para que ela possa respirar melhor. - Respira com calma, princesa... Inspira, expira... isso devagar... - Acaricio os cabelos da menina. - Onde está a bomba dela? Isso, respira devagarinho, controla a respiração... tá passando, não tá?

- Não sabemos, quem sabe disso são os meus tios e isso... - Any olha assustada para a irmã.

- Vou chamar a senhora L. - Thomas corre do quarto e continuo tentando acalmar a Matilde.

- Quer que cante para você? - Ela acena, com dificuldade na respiração.

Vai logo, Thomas!

- Ela gosta que cantem para ela a música do filme dos Enrolados. - Aceno.

- Tudo bem. Sorte que esse é o meu filme da Disney preferido. - Sussurro e começo a cantar. - Sempre vi o mundo pela janela... Tantos anos, lá fora a ver... Nesse tempo, estava realmente cega, sem o saber... Estou aqui, olho bem as estrelas... Estou aqui, finalmente a ver... é tão claro. Agora eu sei, que é onde eu vou viver... Vejo a luz perfeitamente, e o nevoeiro passou... Vejo a luz perfeitamente, esta noite o céu é meu. É tão quente e tão brilhante... Sinto que o mundo mudou.. De uma vez, tudo é tão diferente... Isto ao ver-te ti... - Acaricio os seus cabelos loiros e sorrio de lado.

- Está aqui a bomba... - Senhora L. entrou disparada, me entregando a bomba e entrego para a Matilde. - Como ela ficou tão calma?

- A Megan cantou e ela se acalmou... - Sorrio para a mesma. - Você canta tão bem, Megan.

Aceno e os meninos vêm me abraçar, como se me agradecendo pelo que fiz.

Agora vem o pior... Contar para o Raphael. 

De repente, babá | Família Hossler - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora