Capítulo 4

1.7K 136 5
                                    

Olho para baixo, encarando a forma como meu corpo inteiro está

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Olho para baixo, encarando a forma como meu corpo inteiro está. Sinto uma ardência na minha perna e vejo meu braço ligado ao ombro.

Olho para a frente, vendo a tia Miquinhas entrar e disfarço qualquer possível expressão de dor, sorrindo para a mesma.

- Oh, filha... - Ela pega minha mão e eu sorrio. - Que susto tu me deste. - Rio e aceno, encarando seus olhos.

- Acho que adormeci um bocadinho.. - Ela acena.

- Vais ter alta hoje e eu vou fazer-te uma canjinha que ficas logo boa. - Rio e quando faço isso, sinto uma dor, me contorcendo e soltando um gemidinho de dor. - Ah... o que aconteceu, querida? Estás tonta? - Ela fica preocupada e nego rapidamente, rindo de novo.

- Não, não... Isso já passa! - Acaricio meu braço dolorido. - Tenho que ligar para a pizzaria... - Aponto para a minha mala.

- Já avisaram com certeza! - Ela fala chateada. - Até me ligaram a mim, que não sou nada! - Nego com a cabeça rindo.

- Você é tudo o que eu tenho. - Acaricio sua mão. - Obrigada por ter vindo. - Suspiro. - Esse braço e perna é que me estão a chatear, ainda por cima tenho que trabalhar.

- Ah! - Ela me olha chateada. - Eu não acredito! Então tu acabaste de ter um acidente e já estás a pensar em trabalho?

- Mas que alternativa é que eu tenho? - Franzo o cenho, vendo a mesma pensativa e é aí que ela abre um sorriso zombateiro.

- A família dos miúdos que tu salvaste está do lado de fora e a tia... - Ela aponta com a cabeça para a entrada do quarto. - Ela diz que te quer ajudar.

- Eu fiz o que qualquer pessoa faria. - Dou de ombros.

- Você sabe bem que não. - Tia Miquinhas nega com a cabeça, tendo certeza do que diz. - A tia das crianças parece ser uma heroína. - Ela sorri. - Até quer levar você para sua casa.

- Para fazer o quê? - Franzo o cenho, rindo.

- Oras... - Ela sorri. - Para te ajudar na recuperação com os médicos e com isso tudo. - A mesma dá de ombros. - Para ser sincera, eu acho que ela te deve ajudar! - Forço-me para não rir, com seu jeito sério. - Ainda para mais, salvaste os seus sobrinhos. Se calhar, até podia te dar algum dinheiro para te ajudar naquela dívida.

- Oh, tia Miquinhas. - Olho para a tia Miquinhas séria e logo começo a rir. - Que disparate. - Essa Miquinhas... o que seria de mim sem seu humor.

- Então? - Ela me olha confusa. - Então o que é que tem? Tu se calhar só pagas aquilo com um milagre e olha que o milagre aconteceu! - Ela me aponta o dedo séria.

Limpo a garganta, ainda rindo e olho em seus olhos.

Escuto batidas na porta e encaro o senhor que entra, acompanhado por uma garota vestida de forma estranha.

- Podemos? - O doutor fala sorrindo para mim. - Esta é minha amiga Sarah. - Sorrio. - A tia das crianças que salvaste.

- A tua fada madrinha. - Tia Miquinhas sussurra e eu rio baixinho.

- Olá, Megan! - A mesma fala e sorrio.

- Olá... - Sorrio.

- Bom, vou pegar suas roupas e você se troca, tudo bem? - O doutor fala. - Estão arruinadas, mas pelo menos dá para uma viagem de carro. - Aceno e logo o mesmo volta com minhas roupas.

Uma enfermeira entra para ajudar a vestir e todos saem do quarto.

Me sento na cadeira de rodas com ajuda da enfermeira e a mesma me ajuda a levar para fora do quarto, me deixando junto da tia Miquinhas e da tal Sarah.

- Eu levo. - A mesma pega a minha cadeira e começa a andar pelo corredor. - Eu queria muito te agradecer, Megan e gostaria imenso que ficasse na minha casa na sua recuperação. - Encaro a tia Miquinhas, pedindo auxílio, mas ela fica calada, olhando para a frente, com um sorriso nos lábios.

- Eu agradeço imenso, Sarah... - Suspiro. - Mas acho melhor eu não ir para sua ca...

- É o melhor para você, filha. - Tia Miquinhas fala decidida. - É só até ficares boa.

- Mas eu não tenho roupa. - Aponto para o que estou vestida. - Não tenho nada.

- Eu sei, devia ter trazido alguma coisa... mas eu tava de tal maneira nervosa que nem me lembrei, vê lá.

- Não te preocupes com nada, Megan. - Escuto a voz da Sarah. - Somos praticamente do mesmo tamanho e acredito que minha roupa caiba em você.

- Tu-tudo bem... - Desisto e mesma sorri, me levando para o hall do hospital, onde vejo várias pessoas, inclusive, as crianças que salvei.

- Megan... - A mesma me aproxima das crianças e do homem não me desconhecido, talvez pai dos meninos e sorri. - Apresento-te parte da família Hossler.

- Parte? - Rio. - Mas ainda tem mais? - Ela sorri e logo todos falam ao mesmo tempo comigo.

- Só falta aqui a minha mãe, o pai das crianças e claro, a princesinha da casa, a Matilde que faz anos hoje e esse é o motivo de eu estar assim vestida de fada madrinha. - Ela fala rindo e eu a sigo.

- A Megan foi a nossa fada madrinha. - O menino fala, sorrindo para mim e ficando corado.

- Obrigado por nos salvar. - A outra menina fala.

- Esses são a Any e o Thomas. - Sarah fala. - Aquele ali gigante, é o infantil do meu irmão do meio. - Rio e vejo o mesmo abrir a boca em espanto.

- Meu nome é Matheus. - Ele revira os olhos. - Já nos vimos na pizzaria, Megan. Não sei se você lembra. - Ele dá de ombros.

- Eu não gosto muito de pizza... - A Any fala, cruzando os braços. - Prefiro comida que não inclui a morte de seres vivos.

- Isso você é que perde! - Thomas retruca.

- Cala-te! - Ela resmunga e eu rio.

Acho que entendi porque se meteram naquela confusão, eles não são lá muito amigos.

- Eu convidei a Megan para ficar conosco uns dias, até recuperar. - Mordo o lábio. - Por conta da perna, do braço e do traumatismo craniano.

- Na verdade, a cabeça já não me dói muito... - Sorrio envergonhada.

- A mim também me vai custar, filha... - Olho para tia Miquinhas. - Mas isso é o melhor para ti, querida.

- Podes confiar! - O tal Matheus sorri. - Minha irmã está certíssima, temos que lhe recompensar pelo que fez pela família.

- Você vai adorar estar em nossa casa. - O menino sorri.

- É vem. - Todos falam juntos e eu rio sem jeito.

- Tudo bem... - Dou de ombros, ainda envergonhada.

Deixamos a tia Miquinhas em casa e logo fomos na direção da casa Hossler.

De repente, babá | Família Hossler - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora