Capítulo 50

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Escuto batidas na porta e suspiro

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Escuto batidas na porta e suspiro.

- Entre. - A porta se abre e encaro a Alexa na minha frente.

- Senhor Raphael, me cham...

- Quem você pensa que é para me fazer isso, Alexa? - Falo furiosamente. - VOCÊ É MINHA EMPREGADA. EU PAGO VOCÊ. DOU-LHE TETO, COMIDA... E É ASSIM QUE VOCÊ ME RETRIBUI?

A mesma se encolhe com o meu tom de voz e morde o lábio.

- Do que o senhor está a fal...

- Eu confiei em você. Eu confio em todos que trabalham para mim. Mas talvez seja por isso mesmo, dou muita liberdade. - Me levanto e pego uma folha de despedimento. - Você me difamou, abusou da minha confiança. Não tenho outra opção a não ser lhe despedir. - A mesma abre a boca em pânico e lhe entrego o papel.

- Mas... mas senhor Raphael...

- Quero você fora até amanhã de manhã. - Suspiro. - Pagarei o que merece. Agora saia, por favor.

Ela acena e sai rapidamente do meu escritório.

Ando até minha cadeira e desabo nela.

[...]

Saio da cozinha e suspiro, indo até às escadas para ir tomar um banho. Mas me assusto com uma voz atrás de mim.

Megan...

Fecho os olhos com força e encaro a mesma, com um olhar firme.

- O que foi agora? - A mesma inspira profundamente e se aproxima de mim.

- Você despediu a Alexa?

- E o que eu podia fazer? Ela se aproveitou da minha liberdade. Brincou com a minha imagem. - Dou de ombros. - Imagina que meus filhos vão no meu quarto, fazer alguma partida e encontram aquilo? Como eu ficaria?

- Ela só queria fazer uma piada... ela ficou de rastros. - Franzo o cenho e rio incrédulo.

- Eu não quero saber.

- Mas você não tem sentimentos? - Ela me olha mais séria dessa vez.

- A vida não é só emoção! - Dou de ombros. - Também tem que ser razão. E você tem obrigação de saber isso... tal como eu. Ou você acha que cada um tá fazendo aquilo que quer fazer?

- Pois... - Dou de ombros. - Não estamos a fazer aquilo que não queremos fazer, porque um de nós cometeu um erro. Um erro que nos obriga a ser racionais.

- Você nem parece estar se importando muito. Ouvi dizer até que tens andado muito com o Simon esse pequeno mês. Foi fácil arrumar um namorado novo. E eu acho que a Alexa tem que fazer o mesmo. Seguir em frente, mesmo que fora dessa casa.

Ela me encara de cenho franzido e nego com a cabeça diversas vezes.

- Eu não arrumei namorado nenhum. - Fala sem emoção, quase magoada pelas palavras.

- Mas como disseram que estavam tão próximos, eu pensei...

- Pensou mal. - Deu de ombros. - Pelos vistos não é tão fácil colocar a razão na frente do coração.

Aproximo-me da mesma, ficando com o rosto bem perto do da Megan e toco sua bochecha.

Me afasto rapidamente com o som da campainha e os passos da senhora L. até à porta. Logo vejo a Mara entrar, com uma cara meio pálida.

Seu rosto está sério e penso no suposto bebê que está em sua barriga.

- Aconteceu alguma coisa? - Me aproximo e ela morde o lábio, parecendo sem jeito.

- Eu não queria vir sem avisar... Eu até preferia ter essa conversa lá fora...

- Não se incomode. - Megan fala rapidamente. - Eu já estava de saída. - Ela passa rapidamente por nós e a senhora L. sai também.

- Só vim para avisar que amanhã tenho uma consulta e claro... depois eu ligo para você confirmar tudo sobre o bebê.

Fico confuso e coço a ponta do meu nariz. Isso seria a ocasião perfeita para descobrir se é mesmo verdade isso tudo.

- Mas eu não posso ir nessa consulta?

- Poder você pode... - Ela sorri. - Mas não tem muita coisa para mostrar para você, Raphael. Nosso filho ainda é do tamanho de um feijão.

- Mas eu quero ir. Quero muito saber a opinião do médico. - Dou de ombros. - E também, ele é meu filho, Mara. Estou tão ansioso quanto você.

Ela sorri e acena.

- Tudo bem. Amanhã nos encontraremos no consultório. - Anda até à porta. - Mando o endereço por email.

Vejo ela sair e suspiro.

Ando para cima, com objetivo de ir para meu quarto e me deito na cama. Pensando na Megan, como penso todos os dias.

Saudades de dormir do seu lado... sentir seu cheiro... Beijar seus lábios... entrar dentro dela e sentir seu calor.

Essa saudade me consome todas as noites. Tanto que mal durmo direito.

[...]

Não foi nenhuma mentira. É real.

A Mara está mesmo grávida.

E eu não posso ser hipócrita e dizer que estou totalmente feliz. Vou amar e cuidar do meu filho como sempre fiz com os irmãos, mas mesmo assim... não foi planeado.

Não com a mulher que queria.

- É um feijãozinho autêntico. - Mara fala sorrindo, enquanto encara a fotocópia.

- E está tudo bem com o coraçãozinho dele, como puderam ouvir nos batimentos. - Doutora Ella fala animada. - Parece um pouco acelerado, mas é assim nesta fase. Agora... - Ela suspira e tira os óculos. - Nem tudo são boas notícias... como viram claro.

- As hemorragias... - A Mara sussurra do meu lado e franzo o cenho.

Eu não notei nada disso.

- Elas foram originadas por um desregulamento do cheque disfuncional que se molda ao útero.

- Mas o que é isso doutora? - Ela fala rapidamente. - É grave?

- Infelizmente é a causa de muitos abortos espontâneos nesta fase. Mas bom, vamos esperar que isso não seja o vosso caso. Porém para isso têm que tomar algumas precauções. - Volta a colocar os óculos, pegando uns papéis. - Como o repouso absoluto. Até que o saque do Dio ocasional volte a fixar. E para isso eu vou lhe passar uma baixa médica, Mara. - Começa a escrever. - E era bom que o pai também colocasse baixa para poder acompanhar a mãe.

Franzo o cenho, confuso.

- Nós não estamos juntos, doutora. - A Mara fala rapidamente e a doutora nos encara.

- Sim, mas o filho é de ambos. Apesar de ele estar a crescer dentro de si... Tanto o pai, quanto a mãe são responsáveis. E é bom que entrem em um acordo para o bem do vosso filho.

Viro o rosto para o lado e suspiro, acenando com infelicidade.

De repente, babá | Família Hossler - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora