Capítulo 46

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- Entre

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- Entre. - Digo após ouvir as batidas na minha porta e tiro meus óculos, deixando de olhar a tela e olhando a pessoa.

Mara.

- O que você quer? - Me levanto rapidamente, incrédulo por sua presença ali.

- Nada, Raphael. Apenas dar uma notícia. - Franzo o cenho, sem entender.

- Que notícia você tem para mim? Que eu saiba já não temos nada em comum. - Ela ri e pousa a mão na barriga, me olhando nos olhos.

- Acredita... o que tenho para te revelar é sim, algo em comum entre nós. - Ela sorri e olha sua barriga, acariciando agora. - Você não me deu o que queria de você. Mas por vezes a vida nos faz surpresas. Surpresa essa que nunca esperei e agora quero viver com essa dádiva com muita paz.

Mas o que essa mulher está a falar para aqui?

- Eu não estou a perceber... - Ela sorri, enquanto eu a olho com confusão nítida.

- Estou grávida, Raphael.

Olho para sua barriga, chocado.

Mas como? Não, não pode ser.... aquele dia aqui no escritório... não, como poderia acontecer algo assim?

- Esse... Esse filho é meu, Mara? - Falo apavorado, sem acreditar ainda no que ouvi.

- É claro que é seu. - Ela sorri, acariciando a barriga e sinto o impacto de suas palavras nos meus ouvidos. - Mas não precisa de ficar assim nesse estado, eu não vim cá pedir nada para você. Pode ficar descansado.

- Mas... - Coço a garganta, pensando na Megan imediatamente. - Mas você tem a certeza que esse filho é meu?

- É óbvio que você é o pai. - Ela sorri. - Mas eu decidi assumir essa gravidez sozinha e é assim que a levarei para a frente. - Engulo em seco e olho ao meu redor, apavorado. - Aliás, eu pensei muito em vir contar isso.

- Espera... - Levo as mãos à cabeça em desespero. - Espera, espera... - Me sento na minha cadeira, sentindo minha pressão caindo. - Você tem que me deixar assimilar toda essa informação. M-mas... mas eu faço questão de assumir as minhas responsabilidades.

- Eu acho que você não está entendendo. - Ela sorri calma. - Você não tem que assumir nenhuma responsabilidade. Eu sei que você nunca gostou de mim, não como eu gostei de você. Mas eu fiquei em paz assim que assumi isso. Agora a minha única preocupação é o bebê.

- As coisas não são assim, Mara! - Falo rapidamente. - Se eu sou o pai desse bebê tenho e quero assumir esse papel.

Porém, nunca ficaria com você... Penso.

- Vá, Raphael. Não complique o que pode ser simples. - Ela sorri. - Nossa história acabou. Eu decidi seguir com a minha vida. Agora que já te contei e fiz você ver isso, quero seguir em frente.

Ela sorri e se aproxima de mim, tocando meu ombro e então sai dali. Me deixando em choque.

Que porra eu fui fazer?

Que porra aconteceu naquele noite??

[...]

Megan... a minha Megan...

Abro a porta de casa, cambaleando com o casaco preso no meu ombro.

- Você está em um belo estado. - Escuto a voz de Megan atrás de mim e me assusto. - Onde foi que você andou?

- Estava à minha espera, Megan? - Sorrio debochado, me encostando no corrimão das escadas.

- Eu estava preocupada... você já viu que horas são? - Suspiro e franzo o cenho.

- E desde quando você me controla? - Vejo ela trincar o maxilar e jogo a cabeça para trás, suspirando.

- Desde que você desaparece e desliga o celular. E se tivesse acontecido alguma coisa aos miúdos... a você? - Passo a mão pelo rosto com desespero e abro os braços derrotado.

- E aconteceu? - Olho a mesma me encarar de cara fechada e suspiro. - Então se não aconteceu, não existe problema. - Me viro, andando para as escadas.

- É isso que você tem para me dizer?

- É. - Tropeço num degrau e resmungo com raiva.

Droga de casa. Droga de escadas. Droga de vida.

- Anda cá... - Escuto a mesma se aproximar e então sinto suas mãos nos meus braços. - Vem que eu ajudo você. Anda lá... - Ela fala com a voz arrastada, devido à força que tem que fazer para tentar elevar meu corpo. - Você tem que me ajudar, se não, não consigo sozinha. - Resmunga baixinho e tento fazer meu corpo me obedecer, me levantando com dificuldade.

- Obrigado, Meg... - Falo perto do seu rosto, mas ela se afasta rapidamente.

- Que cheiro de álcool, Raphael! - Cambaleio e ela solta um gritinho de surpresa. - Você tem que me ajudar, Raphael...

Continuamos subindo, comigo cambaleando e tudo mais, até que finalmente chegamos ao meu quarto.

A Megan abre a porta e me coloca para dentro do mesmo, mas rapidamente sinto uma vontade enorme de jogar tudo o que tenho dentro de mim para fora e me afasto rapidamente, correndo para o banheiro.

- Raphael... - Ela me chama assustada e rapidamente me ajoelho de frente à privada, jogando tudo para fora. - Eish... - Escuto a mesma atrás mim, mas continuo vomitando.

Me levanto assim que termino e cambaleio até a torneira, passando água pela minha boca e rosto. Logo a seguir escuto a água da privada sendo puxada e olho para trás, vendo uma Megan preocupada.

Olhe o que eu fiz com ela...

Escorrego pelo armário e enterro meu rosto nas minhas mãos, soltando um choro arrastado.

- Você está melhor? - Não respondo e afundo a cabeça ainda mais nas minhas mãos. - O que se passa, príncipe?

Príncipe? Ela me chamou de...

Olho para ela rapidamente, vendo quase o mesmo rosto que o da Lesly e engulo em seco, negando com a cabeça. Ela me chamou de príncipe... Lesly me chamava de príncipe.

- O que foi, príncipe? - Segura meu rosto e une nossas testas. - O que se passa? - Nego com a cabeça, não querendo falar e ela me puxa para si novamente, apertando-me forte em seus braços. - Vem cá... vem cá... - Sussurra contra meu ouvido e aperto ela com força contra mim, desesperado pela ideia de lhe perder. - Vai ficar tudo bem. - Acaricia minha nuca.

Afasto nossos corpos e encaro seus olhos, engolindo em seco.

Aquele brilho poderia desaparecer...

- Vem... - Ela me puxa e entramos novamente no quarto.

Ela caminha até minha cama comigo, sempre devagar e controlando todas as minhas cambaleadas, ela me deita na mesma, segurando minhas mãos.

Pego a sua mão antes que ela possa sair e a puxo com calma, enquadrando meu corpo contra o seu e beijo seu pescoço, ficando nessa posição com a ela.

- Eu te amo, Megan...

Sinto ela ficar tensa, mas de repente, do nada, eu apago.

De repente, babá | Família Hossler - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora