Capítulo 10

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Estou no quarto da Matilde tendo uma "tarde de chá", e sorrio para a menina na minha frente, que come umas bolachinhas com caras desenhadas

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Estou no quarto da Matilde tendo uma "tarde de chá", e sorrio para a menina na minha frente, que come umas bolachinhas com caras desenhadas.

- Essa se parece com você! - Ela me mostra uma bolacha e fico falsamente ultrajada.

- Não acredito! - Ela ri ao ver meu espanto, não pensando que é só fachada. - Você está a dizer que eu tenho cara de bolacha?

- Sim! - Ela ri ainda mais e eu faço o mesmo. - Cara de bolacha sorridente.

Faço uma careta para ela, vendo alguma bolacha também.

- Oh, então... - Faço suspense e ela ri. - Você é esta! - Mostro para ela a bolacha em forma de estrela e a mesma caiu na gargalhada. - Uma estrela brilhante, que torna as noites mais especiais.

- Quem me dera que as estrelinhas também pudessem brilhar de dia. - Ela suspira, mordendo a bolacha que supostamente era parecida a mim.

- Mas elas brilham. - Sorrio e ela me olha curiosa. - Só que a gente não as consegue ver, mas elas estão lá.

- Eu queria que você ficasse aqui comigo para sempre... - Ela fala tristonha e franzo o cenho levemente.

- Bem... - Bebo um pouco do meu chá. - Para sempre é muito tempo. - Ela solta a bolacha na mesa e suspiro. - Mas eu prometo! - Levo uma mão ao peito. - Que sempre que puder, venho aqui ter com a majestade. Certo? - Ela sorri de forma fraca.

- Para a nossa tarde de chá? - Ela sorri mais abertamente e concorda com a cabeça.

- Tá prometido. - Pisco o olho para ela, bebendo mais um pouco de chá.

A Matilde se levanta da sua cadeira e vai até a uma pequena estante, abrindo uma das gavetas. Fico curiosa e tento olhar o que ela tá a procurar, mas logo ela se vira com um livrinho cor de rosa, se sentando agora do meu lado.

- Queres conhecer todos os habitantes do meu reino? - Franzi o cenho e rio.

- Deixa adivinhar? São gnomos?

- NÃO! - Assustei-me com o seu gritinho e olho para o livrinho. - A minha família.

- Mas esses eu já conheço, uai. - Sorrio e ela nega com a cabeça.

- Eu tou a dizer: Conhecer mesmo, mesmo.

- Ah... - Sorrio. - Conhecer mesmo, mesmo.. não conheço. - Ela sorri e abre o livro.

Encaro a primeira página, vendo a Sarah na imagem.

- Primeiro a minha tia Sarah. - Sorrio para a mesma. - Ela adora a moda e sempre sonhou em ser estilista. - Sorrio e olha a foto da mesma. - Ah e ela tem um caderno cheio de desenhos, faz coisas lindas naquele caderno, mas ela não acredita muito em si, por isso ela sempre fica responsável por mim e pelos meus manos.

- Bom, então temos que fazer ela acreditar, você não acha? - Ela acena e muda a página, mostrando o tio dela.

- Esse é o meu tio Matheus, ele só pensa em namoradas. - Rio e encaro a fotografia. - A minha avó diz que é das hormonas, mas eu não sei o que é. - Ela me olha curiosa. - Você sabe o que é isso?

- Sei... - Sorrio com medo que ela pergunte, mas fico agradecida assim que ela muda de página.

- Essa é a vovó Alice, ela é uma senhora muito séria para desconhecidos, mas se ela gostar da pessoa depois que a conhece, ela fala que as duas vão ficar bêbadas até cair para o lado. - Começo a rir e encaro a senhora na imagem, mas logo ela vira a página.

- Agora é a minha mana guerreira, a Any. - Sorrio ao ver como ela a chamou. - Ela não tem medo de nada e sempre leva tudo muito a sério. Parece até como uma pessoa mais velha, você não acha?

- Sim... - Dou de ombros, sem saber o que dizer.

- Depois temos o Thomas, ele não leva nada a sério. - Ela nega com a cabeça e eu começo a rir. - Está sempre com a cabeça no ar, ou no celular, nos jogos de computador. - Sorrio e ela vira a página novamente, mostrando uma foto do Raphael.

Avalio seu rosto. Ele está a sorrir, com aquele sorriso matreiro de sempre, aquele que eu acho que ele passou para a Matilde. Ele realmente é lindo, disso não existem dúvidas.

- E esse é o meu papai! - Mordo o lábio e coço a garganta, ouvindo a menina começar a falar novamente. - Ele é o melhorrrrr pai do mundo! Sempre está a proteger a gente e a brincar. Ele costuma namorar muito também, mas minha avó diz que é porque ele ainda não encontrou um novo amor. - Sorrio e a menina vira a página novamente, mostrando uma linda mulher loira e com o cabelo cacheado.

- E essa era a minha mamãe. - Ela sorri triste, acariciando a foto. - O papai não fala muito sobre ela, é algo que lhe doí muito. - Encaro a garota na foto e aceno. - Ela foi para o céu quando eu tinha um ano, por isso não cheguei a conhecer ela como conheço o papai, a vovó e os meus tios, mas mesmo assim, eu tenho saudades. - Olho para a menina com compaixão e coço a garganta.

- E você? - Sorrio e ela fecha o livro, olhando de forma matreira.

- Isto você vai ter que descobrir. - Ela sorri orgulhosa e volta a guardar o livro.

Como então a entender o porquê de ela mostrar esse livro. Ela queria ter certeza que eu ficaria curiosa a seu respeito para assim eu não deixar de visitá-la. Essa menina é muito inteligente.

- Que triste.. - Faço um beicinho com a boca. - Mas me dá um beijinho então. - Ela ri e vem correndo para meus braços, dando um belo beijinho no meu rosto. - Que tal a gente pintar um pouco.

- SIM! - Ela sorri batendo palminhas e ando para onde ela me leva, pegando dois livros de pintar e assim o pintando. 

De repente, babá | Família Hossler - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora