Capítulo 8

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- Bom, pelo menos as minhas roupas te couberam bem

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- Bom, pelo menos as minhas roupas te couberam bem. - Rimos juntas e ela me ajuda a andar.

Estamos indo até ao quarto da menina Matilde. Não sei porquê, mas ela me chamou a atenção naquela festinha de ontem. Para não falar que ela não se desgrudou de mim um segundo.

- Eu realmente agradeço por isso. - Rimos juntas.

- Se você precisar, já sabe. Não me custa nada e buscar alguma roupa à tua casa. - Sorrio fraco. - Acredito que possas não gostar muito do meu estilo, é meio calorento. - Ela me pisca o olho e rio.

- Não. - Dou de ombros. - Não vale a pena. Eu estou quase boa.

- Cuidado aqui... - Ela fala ao chegarmos a um pequeno degrau.

Desço o mesmo com certa dificuldade e sorrio forçadamente, mudando o assunto rapidamente, antes mesmo que ela pergunte se estou bem.

- E também se não fosse a Matilde... - Dou de ombros e paramos na frente de um quarto. (Acredito que o da princesinha.)

Realmente é pela menina que ainda estou aqui, porque se dependesse de mim, já estava com a Miquinhas.

Fico encarando a porta, me lembrando de como fiquei próxima daquela menina tão depressa.

- Ela é realmente especial... - Falo baixinho. - Ela realmente tem aquela asma avançada que não a deixa fazer muita coisa?

- Sim... - Ela morde o lábio. - Infelizmente ela tem e muitas vezes vem a piorar. - Aceno, sentindo um pouco de pena da menina. - Ela não pode ficar muito cansada e tem sempre que estar a beber água. Por isso não a levamos para fora de casa e essas coisas, para que ela não se canse tanto.

- E mesmo assim é uma criança tão linda, feliz e cheia de energia... - Sorrio e a mesma acena.

- Aquela menina é uma guerreira. Uma guerreira bem safadinha! - Rimos juntas e olho a porta.

- Igual à tia. - Pisco o olho e ficamos sérias de repente, ouvindo um choro, ou algo parecido de dentro do quarto. - Parece alguém a chorar...

- É ela? - A mesma encara a porta confusa e entra rapidamente, fazendo-nos deparar com algo cómico.

- Por favor... - Raphael está de joelhos na frente da menina, em cima de um castelo de brincar. (Com certeza aquilo não foi barato.)

Começamos a rir juntas. Ok, isso é realmente cômico.

O mesmo está com os braços amarrados, a cara toda pintada e uma cara de cãozinho abandonado.

- Oh, Matilde! - A Sarah ri, olhando a cena. - Mas você fez do seu pai um prisioneiro?

- Não! - A menina coloca as mãos na cintura. - Não é o meu papai! É um ladrão mau! - Rimos e eu olho a cena com bastante gosto.

- Desce lá daí, sua safadinha! - A mesma ri ao ouvir a Sarah. - Vá antes que te magoes. - A princesinha desce o pequeno escorrega, rindo e ajudo ela.

- E-e então... e eu? Por favor, libertem-me - Escuto o Raphael pedir ajuda com um pouco de drama. (Acho que ele ainda está atuando.)

- Não libertem ele! - A menina grita rindo. - É um homem mau! Ele está apenas a fingir. - Rio e olho para o mesmo.

- Não, não... a sério. - Ele ri sem jeito. - Já me dói o corpo todo. - Rio alto.

- Eu ajudo ele! - Ando até ao mesmo rindo.

- Cuidado, Megan. - Aceno para a Sarah e ando até ao homem alto, moreno e de olhos azuis lindos.

Subo as escadas com cuidado e quando chego lá em cima, sou surpreendida, sentindo o seus braços em torno do meu pescoço e solto um gritinho de susto, rindo em seguida.

- Ah, apanhei a desconhecida! - O mesmo fala perto do meu ouvido. - Agora ela é minha refém. - Sorrio, soltando um gemidinho de dor por conta da perna e do braço, mas nada muito grave.

- EU DISSE! - A menina leva a mão à testa, preocupada.

- Bom... - A Sarah ri. - Sei que é divertido, mas a Megan está dorida, Raphael. - Rio com ela. - Vai com calma.

- Eu sei... - Ele fala sério e começa a se levantar. - Mas eu só a libertarei se vocês derem todo o vosso dinheiro, ou...

- AHHH... - Caímos os dois para o lado e eu acabo em cima dele.

Olho para o rosto do mesmo e o tempo parece parar por um quarto de tempo. Seus olhos azuis passam por todo o meu rosto e um sorriso malicioso está em seus lábios.

- Você está bem, Megan? - Engulo em seco, encarando o mesmo e escuto a voz da Sarah, me sentando assustada, mesmo em cima do seu colo.

- Sim... - Sorrio para o mesmo. - Eu caí bem. - Me levanto com dificuldade. - O senhor Raphael é que se calhar se machucou... - Rimos juntos e olho seus olhos.

- Agora somos o reino dos aleijadinhos. - Rio e nego com a cabeça, começando a descer as escadas e uma garota nova, com o mesmo uniforme da senhora que me trouxe o pequeno almoço, bate na porta.

- Desculpa... - Ela fala sem jeito, nos olhando. - Posso aprontar esse quarto?

- Claro. - Sarah pega a Matilde no colo. - Eu vou dar banho nessa princesa. - A mesma beija a testa da menina.

Sorrio vendo as duas irem embora e escuto o homem pigarrear atrás de mim.

- Desculpa... - Rio e o encaro, vendo o mesmo coçar a nuca sem jeito. - Isto nunca costuma acontecer. - Ele coça a garganta. - Ontem foi o que foi... - Lembro do seu corpo nu e nego com a cabeça, mudando esse pensamento. - Hoje isto aqui... - Ele sorri e levanto uma sobrancelha. - Até parece que é de propósito.

- É... - Sorrio sem jeito. - O senhor Raphael é um prisioneiro muito trapalhão.

- Raphael... quer dizer, pode me chamar de Raphael. - Ele coça a garganta novamente. - Ou tudo, menos na terceira pessoa... fazes me sentir mais velho do que já sou. - Olho para seu corpo. (De velho não tem nadinha.)

- Tudo bem. - Mordo o lábio, sem jeito.

- Bom... - Ela pega algo do chão e sorri. - Eu tenho que ir para o trabalho.

- Sim, mas se calhar é melhor... - Aponto para o seu rosto ainda pintado e ele ri.

- A pintura? - Aceno e o mesmo sorri e aponta para meu rosto. - Então é melhor você também... - Franzo o cenho e rio.

- Eu? - Passo a mão no queixo tentando tirar. (Devo ter ficado pintada ao cair sobre ele.)

Ele ri e sai para a porta, mas então para e sorri.

- Obrigado por salvar meus filhos. - Sorrio, vendo ele desaparecer no corredor e me assusto com a voz ao meu lado.

- Cuidado. Olha que esse é dos perigosos. - Olho para a garota, que aparenta ter a minha idade, arrumando o quarto, de cenho franzido. (Tinha esquecido dela.)

- O quê? - Levanto uma sobrancelha. - Não lhe entendi. - Sorrio para a mesma, confusa.

- É que já o conheço há alguns anos... - Ok, tudo indica que ela fala do Raphael. - Estes sorrisos todos. - Ela dá de ombros, dobrando alguma roupa. - Só acho que devias ter cuidado. É que eu já vi muita coisa nessa casa. - Franzo o cenho, sem gostar do que ela possa estar a insinuar. - Mas eu só estou lhe avisando. - Ela sorri e eu saio do quarto, sem entender direito ainda.

De repente, babá | Família Hossler - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora