Tão Fraca

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Rafaella

Eu beijei Bianca Andrade. Eu beijei a minha linda sorte.

Estava deitada em minha cama depois de levar Bianca em casa, após o melhor beijo da minha vida custou um pouco solta-la, meu corpo precisava do seu por perto todo o tempo, do calor e seu cheiro de morango, depois do beijo me senti quente demais, um simples beijo me acendeu como nunca antes, como pode ser tão fácil desejar alguém como eu desejo a linda moça dos olhos cor de chocolate? Irei me perguntar isso pra sempre, havia sido um momento tão doce e sensível, não sei como tive coragem de me aproximar tanto, não queria que ela pensasse que eu esperava algo a mais por que eu não esperava, mas devo admitir que foi um maravilhoso bônus.
Lembrar dos seus lábios macios junto aos meus me fazia rir para o nada, estava definitivamente sendo uma boba apaixonada, tudo que eu planejei com a ajuda da Gi foi perfeito, me lembro do seu sorriso ao ver a varanda e seus olhos brilhando enquanto apreciava a vista, eu estava tão nervosa com tudo, precisava ser tudo perfeito porque Bianca merece, ela merece o melhor e eu vou dar se ela permitir. Saber que elas vivem tão apertadas financeiramente me faz querer dizer toda a verdade o mais rápido possível porque eu posso dar tudo a elas, Bianca pode voltar a estudar e fazer qualquer coisa que ela deseje, Sofi pode ter tudo o que quiser e Flora não precisaria fazer esforço nenhum, nesse momento refleti sobre minha vida e decidi que deveria agradecer eternamente ao meu amigo por me obrigar a buscar aquela foto, minha sorte... Talvez, Deus exista mesmo e isso seja apenas Ele me dando uma segunda chance pra ser feliz, onde eu almejo algo e possa sonhar com uma família de novo, já não me lembro tanto do meu passado doloroso, tudo o que eu vejo é um futuro feliz ao lado de Bianca.

[…]

Bianca

Nesse momento eu estava sentada no batente da minha janela olhando para a lua que estava cheia, o céu estava limpo de nuvens e cheio de estrelas. Um céu perfeito para uma noite perfeita. -sorri.

Eu havia beijado uma mulher, mas isso não me assustava mais, isso não me parecia mais errado, por Deus! Amar não pode ser errado, com Rafaella eu me sentia livre e feliz, podia ser apenas eu mesma sem medo. Lembro-me da sensação dos seus braços me apertando em um abraço protetor e quente, meu corpo é tão vulnerável aos seu que me impossibilita de descrever em palavras os efeitos que ela mantêm sobre mim, apenas estando próxima demais ou me olhando, depois dessa noite eu já não podia mais ser covarde... ela se abriu pra mim, se declarou e proporcionou um dos melhores momentos da minha vida, então eu deveria lutar por ela, eu devia isso a ela.

[…]

Tinha levado Sofi ao colégio hoje, não consegui encontrar com Rafaella ainda porque atrasei e sai correndo arrastando minha bebê que reclamava dizendo que a culpa não era dela e portanto não devia apressa-la, me obriguei a não rir da situação a qual cheguei, minha filha de 6 anos jogando na minha cara que quem dormiu demais fui eu.

Fui ao supermercado porque queria fazer eu mesma um almoço gostoso pra Rafaella, ela comia lá em casa e depois da noite passada e do maravilhoso jantar eu só queria agrada-la um pouco. Enquanto colocava as sacolas no porta malas do carro me assustei com uma mão puxando meu ombro com certa força e me preparei para xingar quem quer que fosse até a última geração.

-Mas que porra...- exclamei irritada.

-Que porra digo eu Bianca Andrade.- Diogo estava parado agora a minha frente com os braços cruzados e seu rosto estava vermelho de raiva, seu nariz sempre muito empinado tentando demonstrar o superior que ele achava ser aos demais e me perguntei internamente em qual momento da minha vida fui tão cega ao ver algo nele, bonito ele até é, mas sempre foi grosseiro e esnobe, lembro-me de Marcela me falar que não sabia porque eu estava com ele se éramos tão diferentes e ele não me merecia, o quanto eu fui idiota?

MINHA SORTEOnde histórias criam vida. Descubra agora