Juliette

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Bianca

Depois de um dia tão cansativo emocionalmente eu só queria jantar em paz com minha família, eu queria sentir mesmo que não fosse a verdade no momento que tudo estava bem e que estavamos seguras, era pedir muito? Não! De jeito nenhum. O problema é que Bianca Andrade não pode ter sossego na vida, porque do nada aparece uma mulher qualquer e muito linda - diga-se de passagem - procurando a minha mulher!

A mulher a minha frente era um pouco maior do que eu, tinha cabelos longos e lisos, seus olhos castanhos eram levemente puxados, ela tinha um sorriso cínico nos lábios, vestia uma calça skiny preta cintura alta, o cropped branco e nos pés um coturno preto.

-E então, a Rafs esta? - foquei meus olhos nos seus quando ouvi ela chamando-a de forma tão íntima, mas que porra é essa? Milhões de possibilidades cruzavam minha mente, mas nenhuma superava a de que ela era outra no meu caminho querendo o corpo nu de Rafaella. Segurei minha vontade de gritar e mandar ela embora, afinal eu nem sei quem ela é ou o que quer, suspirei e contei até mil mentalmente.

-RAFAELLA KALIMANN, vem aqui agora!- falei sem deixar de encarar a mulher a minha frente que pareceu achar graça em alguma coisa, pois seu sorrisinho cínico só aumentou e minha vontade de bater nela também. Estou me descobrindo uma louca ciumenta, Rafaella esta me deixando louca.

Depois de um tempo Rafaella apareceu andando devagar com ajuda das moletas e ela congelou quando viu quem era, o que não ajudou em nada nas minhas desconfianças.

-Juliette! - exclamou com surpresa e medo? É bom ter mesmo Kalimann, eu olhava pra ela que evitava me olhar me deixando além de raivosa confusa, acaso ela me escondia algo?

-Rafael! - a mulher exclamou e eu virei pra olha-la, ela ria da situação como se estivesse vendo um filme de comédia muito engraçado, o que me irritava.

-Não me chame assim Ju! - Rafaella falou meio irritada e mais ainda desconcertada e eu continuava parada alternando o olhar entre ambas.

Olhei pra Rafaella e pela primeira vez depois de tudo ela me encarou, fechou seus olhos por um instante como se tomasse coragem e abriu me mostrando um verde clarinho quase conseguindo me distrair, quase...

-Explique-se. - falei de forma firme, Rafaella deu um pequeno passo até mim e me segurei para não da outro para trás, estava muito irritada pela sua reação, eu custei tanto a confiar nela que a possibilidade de ela estar mentindo me aterrorizava.

-Eu sei o que esta pensando e não é nada disso...- ela colocou a muleta encostada na parede e levou as mãos ao meu rosto, por um momento eu me senti mais tranquila.- Eu vou explicar tudo.

Nossos olhos não desviavam e eu até esqueci da existência da mulher na porta.

-Uau! - ela exclamou chamando nossa atenção. - Quando você me disse que estava apaixonadinha eu não acreditei, achei impossível a coração de gelo amar, mas o que temos aqui!

Rafaella revirou os olhos soltando meu rosto e pegando as muletas, parecia entediada com o comentário e eu continuava meio perdida já que as duas pareciam ter intimidade demais.

-Cala a boca e entra Ju - a mulher riu e entrou em casa me dando uma piscada.- Acho bom você parar de piscar pra minha mulher ou pode ficar cega.

Rafaella falou e escutei uma gargalhada vinda da mulher que já estava praticamente jogada no meu sofá como se fosse sua casa, modos pra que não é?

-Rafael, eu não sou fura olho, sua mulher é linda, mas eu não sou desse tipo.

-Não é como se eu fosse me interessar por você tendo uma Rafaella ao meu lado...- falei de forma firme e debochada vendo Juliette abrir e fechar a boca incrédula e Rafaella gargalhar logo atrás de mim.

MINHA SORTEOnde histórias criam vida. Descubra agora