A verdade

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Bianca

Estava me sentindo uma adolescente, acordei eufórica por uma simples ligação da minha namorada e fiquei pior ainda quando ela me disse que iria me levar em um lugar e seria surpresa, será que ela não sabe que eu sou muito ansiosa e curiosa?

Eu vovó e Sofi estavamos tomando café da manha, Diogo viria busca-la hoje e fingir ser pai, não me alegrava deixa-la ir e ela sempre voltava triste para casa, mas infelizmente ele também tinha direitos e eu não poderia impedi-lo. Esperava apenas que depois de ontem ele não criasse nenhum problema, sinceramente não queria que minha felicidade fosse por água abaixo. A campainha tocou e Sofi correu para atender, crianças são tão inocentes, não guardam rancores, é como se ela não lembrasse da forma como ele a tratou ontem.

-Papai!- ela dava pulinhos de alegria e me surpreendi quando ele baixou e abraçou ela.

-Olá meu amor.- estranho...- Vá pegar suas coisas filha.

-Já volto papai.- subiu as escadas correndo enquanto eu ainda analisava o homem a minha frente tentando descobrir qual a jogada dele, nunca a chamava de meu amor e muito menos se dignava a abaixar para abraça-la.

-Bom dia Bianca!- sorriu, falso.

-Bom dia.- falei indiferente, não querido... eu sou rancorosa e não esqueço de nada.

-Qual é Bia, não me trate assim, somos amigos.- cínico.

-Amigos não ameaçam e muito menos machucam amigos.- olhava para ele com total desprezo.

-Me desculpe por aquilo, eu não sei o que me deu.- arqueei uma sobrancelha, okay isso esta muito estranho.- Eu posso mudar por você Bianca, eu ainda gosto de você.

Ai esta a jogada, ele não aceita perder e como as ameaças não resultaram, ele veio com esse papo mole pro meu lado, o quão idiota ela acha que sou?

-Sei bem o que te deu,sei também que pau torto não se apruma e tenho certeza que não gosta de mim, você apenas não aceita ser contrariado.- fui ríspida, mas não gastaria minha educação com ele.

-Eita!- colocou a mão no coração simulando dor, revirei os olhos, e antes de falarmos qualquer coisa Sofi desceu as escadas e o assunto morreu, ela correu e me abraçou.

-Se divirta meu amor e lembre-se do que a mamãe falou.- ela assentiu com a cabeça e saiu com o pai.

Eu havia pedido a ela para não contar sobre meu namoro com Rafaella a ele, não é como se ele sentasse para conversar com ela, mas crianças soltam tudo e eu precisava adverti-la, como ela é totalmente obediente confiava que não falaria, não quero irrita-lo mais ainda e essa cena de agora a pouco não me convence em nada.

Fui pro meu quarto me arrumar, não sabia para onde iríamos, mas como era domingo eu queria ficar à vontade, vesti um short jeans curto, um top vermelho, meu all star branco, perfeito, pensei olhando-me no espelho, o melhor de sair com Rafaella é que posso ser eu mesma, sem necessidade de vestidos ou saltos. Escutei vozes na sala e sabia que ela havia chegado, corri para as escadas, mas me obriguei a parar para não parecer uma idiota. Ela conversava com minha vó na sala e ambas sorriam.

-Bom dia mi amor.- falou ao me ver e eu sorri largo.

-Bom dia mi amor.- retribui abraçando-a pelo pescoço e sentindo seu cheiro maravilhoso.

-Você esta linda como sempre.- sussurrou em meu ouvido e senti meus pelos arrepiarem.

-Obrigada você também, Rafinha. - ela sorriu contra meu pescoço e nos soltamos.

Ela também vestia um short jeans, um cropped branco tipo ciganinha e um tênis também branco, só que da nike. Quem olhasse sem nos conhecer juraria que tinhamos 17 anos, mas quem liga? Estavamos confortáveis e felizes, isso é o bastante.

MINHA SORTEOnde histórias criam vida. Descubra agora