Chegando em Casa

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Bianca

Chegamos na minha casa e estacionei próximo a entrada da varanda, onde minha vó, Sofi e Fofoca já nos esperavam ansiosas. O caminho foi silencioso, não do tipo ruim, nós duas estavamos pensando, mas tenho certeza que nos sentíamos felizes por ter a outra ao lado.

Rafaella ainda parece relutante em se aproximar demais e não a culpo por estar assim, sei que cometi erros, mas estou tendo a chance de provar que mudei, então serei paciente com minha namorada.

Eu ainda não estava muito feliz com o fato de ela dormir no quarto de hospedes, digamos que a ideia de ter ela na mesma casa e não dormir abraçando-a ou de conchinha não me agrada, mas ainda vou convence-la a aceitar minha humilde companhia.

-Ella! - Sofia correu para a porta do carro assim que parei sendo acompanhada por uma Fofoca com o tronco enfaixado e a pata dianteira direita também, minha avó deve ter soltado ela para ver a dona e julgando o sorriso de Rafaella ao vê-la, ela estava feliz por ela estar ali também.

-Princesa! - antes de Rafaella levantar minha filha jogou-se nos seus braços abraçando forte. - Que saudade Sofi.

-Ella, eu senti medo quando a mamãe disse que você estava dodói...- Sofia não levantava o olhar, mas o tom de sua voz entregava que ela estava chorando.

-Já esta tudo bem, você esta me vendo e me abraçando, não precisa mais sentir medo.- Rafaella acariciava os cabelos dela e falava de forma doce.

-Tudo bem Ella.- Sofi se afastou e encarou Rafaella sorrindo ainda entre lágrimas. - Eu te amo e não quero mais você dodoi.

Todas nós sorrimos com a doçura da minha filha e Rafaella parecia ainda mais encantada, sempre que Sofia dizia que a amava seu rosto se iluminava e ela parecia completamente feliz.

-Eu não vou mais ficar dodói e eu também te amo minha princesa Sofi. - Deu um beijo na testa dela voltando a abraça-la.

A cena foi tão linda que percebi que já chorava. Eu amava Rafaella, e minha filha que é a pessoa mais importante da minha vida também, sendo assim eu não tinha porque me importar com mais ninguém, nós tínhamos nossa família e eu não deixaria ninguém nos atrapalhar nunca mais. Olhei para minha avó e ela me olhava sorrindo, não precisava de palavras para entender o que ela queria dizer, ela estava me apoiando e dizendo em silêncio o quanto minha decisão era certa, eu encontrei alguém bom que me ama e ama minha filha, eu encontrei minha felicidade.

Fomos interrompidas por barulho de carro, me virei para o carro que parou perto de nós sem eu conhecer quem era, mas Rafaella tinha um sorriso divertido nos lábios, me deixando sem entender.

-Rafaella loirinha Kalimann, como você se atreve a ficar em coma e não me avisar?- Gizelly saiu do carro gritando com cara de poucos amigos e me deixando assustada, minha vó sorria e Rafaella caiu na gargalhada.

-Gi, não é como se eu pudesse te ligar estando em coma! - Gizelly suavizou a expressão como se estivesse considerando a desculpa válida. - Eu até tentei mandar mensagem telepática, mas o sinal estava ruim...

Todos nós gargalhamos com as palavras idiotas de Rafaella, mas Gizellu não parecia achar graça.

-Olha aqui seu solzinho abusado, não me faça quebrar sua outra perna! Onde esta o respeito e a consideração por sua melhor amiga? Eu descobri que você estava no hospital por aquela doutora abusada com cara de safada! Isso é o cumulo! Estou definitivamente magoada com você. - Gizelly gesticulava muito e falava alto fazendo todos nós segurarmos a risada.

-Gi! - Rafinha praticamente gritou fazendo-a parar. - Relaxa! Sinto muito, mas não me culpe. Na verdade, tem que culpar a Bianca que não avisou. - Olhou pra mim de forma divertida e piscou o olho como se me desejasse boa sorte, eu arregalei os olhos e temi por minha vida.

MINHA SORTEOnde histórias criam vida. Descubra agora