Não Me Afaste...

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Bianca

O jantar com Gabriela havia sido completamente diferente do que eu achei que seria, depois da surpresa que tive por ela desistir permiti me aproximar dela, rimos e conversamos muito e ela mostrou ser uma pessoa muito engraçada e mesmo com suas piadinhas sobre os olhos da minha namorada eu já não percebia segundas intenções nelas, o que me deixava tranquila.

Confesso que quando decidi ir naquele jantar tive medo que Rafaella negasse na frente dela, que me impedisse de ir, minha intenção não era me intrometer na sua vida e em seus assuntos, mas eu não podia deixar minha mulher jantar com outra que estava interessada nela. Eu fui fraca muitas vezes e não lutei por Rafaella. não me permitiria ser outra vez. Me senti mais leve quando ela sorriu e entrou no meu jogo para irritar Gabriela, o que descobri ser algo muito divertido. Ela é do tipo que ama provocar, mas odeia ser provocada, talvez agora que ela não quer minha mulher nua em sua cama nós possamos ser amigas.

Nesse momento eu estava fazendo as compras do mês e tinha um carrinho cheio de coisas bem variadas, os cereais preferidos da Sofi, os legumes da minha avó, minhas bananas e as caixas de suco de laranja da Rafinha, acreditem, ela sem suco de laranja de manhã pode ser bem mal humorada.

-Bia .- escultei aquela maldita voz me chamando com uma intimidade que não existia e revirei os olhos.

-O que quer Diogo? - perguntei sem me virar e continuei olhando a validade da caixa de leite, algo que parecia muito mais interessante do que olhar na cara ou iniciar qualquer conversa com ele.

-Sabia que era eu. Reconheceu meu cheiro Bia? - soltei um riso de deboche e falei ainda sem olhar.

-Na verdade é porque essa sua vozinha fina é inconfundível e completamente irritante, desculpe desaponta-lo. - senti sua mão se fechar no meu braço direito me obrigando a virar e encara-lo.

-Você tem que parar de ser tão mal criada Bianca ou eu vou acabar perdendo a minha paciência com você. - olhei em seus olhos sem fazer questão de mostrar todo o meu ódio através dos meus.

-Vai fazer o que? Me bater até me matar ou só até me deixar desacordada no meio da estrada a noite...- falei sabendo que ele iria entender sobre o que eu falava, ele sabe que eu sei e acha que temos medo dele o que é ótimo pro nosso plano.

-Eu não sou esse tipo de pessoa, Bia. - olhou com um sorriso cínico nos lábios e minha vontade foi soca-lo. - Eu faço o tipo pacífico.

-Claro que faz...- falei com deboche e foi sua vez de revirar os olhos.

-Sabe Bianca, eu tenho sido bom demais com você, e como você me paga? Me desobedecendo e me acusando injustamente. - soltei meu braço do seu aperto.

-Primeiro que nenhuma acusação que fiz contra você é injusta, segundo você ta louco? Porque mesmo acha que eu te devo obediência? Você precisa se tratar.

Diogo me olhava e eu não conseguia ler sua expressão, seu rosto tenso, seus olhos me encaravam de forma dura, mas em seus lábios nunca deixa de mostrar um sorrisinho de vitória, o que me irritava profundamente. Quanto tempo esse informante de Rafaella ainda precisa? Eu só quero viver em paz com minha família...

-Sabe que as pessoas já começaram a comentar, não sabe? - olhei pra ele de forma confusa, do que diabos ele esta falando?

-As pessoas comentam muitas coisas, não sei porque isso me interessaria.

-Não se faça de idiota Andrade, acha que esse seu casinho nojento já não esta na boca do povo? Ainda mais depois das suas crises de desespero no hospital...

Naquele momento entendi a que ele se referia, as pessoas estavam comentando sobre mim e Rafaella. Diferente de como achei que me sentiria não tive vergonha ou medo, isso não me importa mais.

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